Lego Star Wars

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Finalmente é dada aos usuários de PC a oportunidade de jogar através dos eventos acontecidos na nova “trilogia sagrada”. Ok, é verdade que tivemos essa possibilidade com o Episódio I, mas isso nos foi inexplicavelmente negado nos dois seguintes. Para corrigir isso, a Eidos nos traz Lego Star Wars, onde podemos brincar através das cenas de ação dos três episódios mais recentes com o diferencial de que controlamos… Legos. O.o

(pausa para efeito dramático: tantantaan)

Pois é, amigo delfonauta. Se você tem algum parafuso solto e sempre quis saber como o Jar-jar Binks ficaria caso fosse um personagem de Lego, a sua resposta está aqui. Aliás, Lego Star Wars também promete realizar um outro sonho dos fãs desde 1999: matar Jar-jar Binks. E mais, jogar com Conde Dooku, Yoda, General Grievous, Darth Sidious e, principalmente, o Darth Vader da trilogia clássica (tan-tan-tan-tan-taran-tan-taran – Essa foi a Marcha Imperial, novamente para efeitos dramáticos). Mas estou me adiantando.

O jogo começa no restaurante do Dexter. Aqui você pode comprar dicas, personagens destravados, alterações como substituir seu sabre de luz por um esfregão (!) ou entrar códigos que liberam as alterações sem ter que pagar por elas (brinde é o esquema – e eu ainda não me conformo por não ter ganhado uma camiseta na cabine do Episódio III). No restaurante, você também tem a opção de escolher qual episódio vai querer jogar. Cada um deles, é subdividido em algumas fases (5 para o Episódio II e 6 para os restantes), cada uma delas representando uma cena de ação do filme. E aqui entra a primeira crítica. Justamente no segundo, que tem menos fases, deixaram uma cena de ação de fora. Aquela perseguição de carros voadores que abre o filme, manja? Se fosse bem aproveitada, essa poderia ser uma das fases mais legais do jogo e os três episódios teriam o mesmo número de estágios, mas não. Vai entender esses caras.

A história dos filmes é com ênfase na animação e na linguagem de desenho animado. Não existem diálogos no jogo, apenas alguns gemidos de personagens com vozes características, como Watto ou Yoda. Isso, contudo, não faz falta, pois o humor e a fofura estão presentes em todas as cenas, até mesmo naquelas que são originalmente bem dramáticas. Um bom exemplo é a cena do nascimento dos bebês Skywalker, onde o Obi-Wanzinho de Lego fica segurando a mãozinha da Padmé enquanto faz aqueles barulhinhos que mandam as mulheres fazerem quando em trabalho de parto. Até vilões antes assustadores ficaram fofos. Imagine um Darth Maul feito de Lego e tente não rir.

A trilha sonora é um show à parte, pois não só traz as músicas originais em toda a sua glória, como também as toca exatamente nos mesmos momentos em que são utilizadas nos longas, dando realmente aquela sensação de que você está jogando o filme. Infelizmente, a fabricante negligenciou totalmente a possibilidade de colocar a opção de vibração para aqueles que têm gamepads (altamente recomendável para esse jogo), o que impede uma imersão adequada.

Depois de terminar uma fase no modo Story, você destrava os mocinhos utilizados nela para utilização imediata e os vilões para compra no restaurante. Então, você pode voltar a ela com outros personagens com habilidades diferentes na tentativa de coletar mais itens. O problema é que o jogo dá a possibilidade de escolher apenas um personagem. O restante do seu time (você pode mudar de personagem a qualquer momento do jogo, dentre os disponíveis) é escolhido aleatoriamente. Obviamente, isso é feito para garantir que o jogador tenha todas as habilidades disponíveis, mas é extremamente frustrante quando são sorteados 5 tipos de Stormtroopers. O game deveria guiar o jogador na escolha. Por exemplo, escolha um saltador, escolha uma criança, escolha um dróide, um jedi, etc.

Particularmente, os dois personagens com quem mais gostei de jogar são o General Grievous e o Darth Sidious. O primeiro, além de pular alto, tem quatro sabres de luz, o que o torna um tremendão da luta. Já o segundo é simplesmente o melhor jedi do jogo. Experimente pular e atacar para ver o estrago que ele faz em um grupo de inimigos.

A dificuldade em terminar Lego Star Wars é inexistente. Quando você morre, seu personagem é desmontado, apenas para aparecer novamente no mesmo lugar uns 5 segundos depois. Não existe limite de vidas. Apenas em algumas fases você volta para o início ao ser desmontado, na grande maioria, a única punição recebida pela morte é a perda de algumas pecinhas que você é incentivado a coletar durante a fase, coisa que, a não ser que você seja obssessivo-compulsivo como eu, você não vai se preocupar muito.

Coletando todas essas pecinhas de todas as fases, você libera uma fase extra: o Episódio IV. Fiquei super empolgado com essa possibilidade, pois imaginei que seria, assim como as outras dividida em 5 ou 6 subfases cobrindo todo o episódio, mas a empolgação se comparou apenas à frustração quando finalmente consegui, depois de jogar dezenas de vezes uma determinada fase (já que não existem cheats para liberar a fase, tem que ser na marra mesmo). Infelizmente, é apenas um estágio, onde você controla o Darth Vader (Yay!) e um Stormtrooper na invasão da nave de Leia do início do filme. A própria fase é bem chata, bem bônus mesmo e vale apenas pela possibilidade de jogar com o Vader que, pelo que sei, é a primeira vez que podemos controlá-lo. Mas o próprio Vader foi uma decepção, já que suas habilidades são bem inferiores às de Sidious ou Grievous. Ele é apenas um jedi genérico do jogo, como tantos outros que estão disponíveis. Essa fase termina com um “To be continued…”, o que me dá esperanças de que a Eidos planeje uma continuação para Lego Star Wars envolvendo os Episódios IV, V e VI.

Ainda falando dos jedis, outro grande barato é jogar com Yoda e todo seu poder de bolinha de pinball. O Yoda do game lembra bastante aquele que deu um pau no Conde Dooku no Episódio II, pulando sem parar. É um tanto difícil de controlar, mas vale a pena, pois é bem divertido, além de seus inimigos terem muita dificuldade de acertar o Yoda, de tanto que ele se mexe.

Também merece ser destacado o modo de dois jogadores, onde você e um amigo são incentivados a trabalhar juntos para alcançar áreas de outra forma inalcançáveis. Por exemplo, colocar um “saltador”, como Grievous ou Jar-jar em uma plataforma, enquanto um jedi usa a força para levantar a plataforma, possibilitando que o outro pule mais alto. O modo de dois jogadores culmina na fase final, que retrata a luta entre Obi-wan e Anakin. Nessa fase, os dois são levados a trabalhar juntos ininterruptamente para sobreviver, pois se um dos dois cair na lava, os dois voltam para o início. E, quando você chega ao final da fase e acha que vai poder respirar, o jogo coloca você e seu comparsa para lutarem. Infelizmente, não faz diferença para a animação final quem vencer a luta, mas não se pode negar que é sempre divertido dar uns tabefes no seu amigo folgado. Outra fase tremendona é a da batalha jedi de Geonosis, onde você e mais um monte de jedis lutam contra as forças do mal em uma arena lotada de gente.

Terminando a descrição, durante uma fase por episódio, o jogo decide sair do gênero ação. No Episódio I você controla Anakin durante a corrida de pods. O objetivo é chegar antes de Sebulba em todos os trechos da pista. No II, você controla aquela nave que persegue a do Conde Dooku em um jogo de naves com um campo de visão que lembra bastante Saxxon. Finalmente, no Episódio III vem aquela que considero a fase mais legal do jogo: a batalha de naves no espaço. Com um estilo que lembra Star Fox, essa fase traz gráficos e efeitos 3D fabulosos e, embora seja simples, é extremamente divertida. Sem exagero, daria para fazer um spin-off desse jogo só com fases nessa linha. Eu, pelo menos, ia comprar.

Concluindo, Lego Star Wars é muito bom. Com gráficos e sons sensacionais, foca acertadamente mais na diversão do que na dificuldade. O resultado? Um dos jogos mais divertidos dos últimos tempos. Sem falar que é também um dos mais engraçados.

Leia mais sobre Star Wars:
Episódio III
Episódio V
Tremendões: Darth Vader
Star Wars Trilogy
Clone Wars

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Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
lego-star-warsAno: 2005<br> Gênero: Ação<br> Plataforma: PC, PS2, Xbox<br> Versao: PC<br> Distribuidor: Eidos<br>