Left 4 Dead

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Acho que todos os delfonautas, a essa hora, já jogaram Left 4 Dead. No caso daqueles que ainda que ainda não experimentaram o jogo, e motivado por um comentário dessa matéria, resolvi fazer a análise do primeiro jogo da série e dividir algumas opiniões minhas sobre ele.

A HISTÓRIA

Achei a história do jogo um tanto morna. É o seguinte: um grupo de quatro pessoas (daí o nome do jogo) tem que se virar pra sobreviver em meio a um apocalipse zumbi, no melhor estilo The Walking Dead. O único problema é que, tal qual a série dos mortos que andam, aqui também não temos explicação alguma de como as pessoas resolveram começar a comer miolos. A única coisa que sabemos é que a ação se passa “duas semanas após a primeira infecção”, como mostra o vídeo de abertura do jogo.

E é só isso mesmo, nenhum detalhe a mais, seja sobre a origem dos zumbis ou mesmo um background dos sobreviventes, é inserido no decorrer do jogo. Tudo o que resta à turminha do barulho é sentar o dedo no gatilho e acertar qualquer coisa que avance pra cima deles.

O JOGO EM SI

O jogo começa no ponto em que a cena de abertura termina, com os sobreviventes em cima do telhado de um prédio, tendo que passar por cenários caóticos para chegar até “Safe Houses”, locais fortificados e com suprimentos (munição e kits de primeiros socorros) que deixam os jogadores prontos para encarar o próximo ataque.

Além da campanha inicial, existem outras três, e a monotonia é quase inexistente. Por todas elas, você nunca vai deixar de atirar em alguma coisa, e existem elementos estratégicos em certas partes dos cenários, como botijões de gás ou galões de gasolina, que você pode utilizar para dar cabo dos zumbis. Itens como esses são de grande ajuda quando você está quase sem munição e tem que enfrentar um grande número de adversários.

A jogabilidade da versão para PC é bem fácil, e os controles lembram os de Counter Strike, com a diferença que aqui não se pode comprar equipamentos.

Outro atrativo do jogo é a variedade de zumbis existentes. Além dos normais, que, contrariando o estereótipo dos zumbis, correm feito maratonistas, existem também outros tipos de zumbis especiais, são eles:

Boomers: zumbis gordos, soltam uma gosma que atrai outros zumbis pra cima de quem for atingido por ele.

Hunters: uma espécie de primo-zumbi do Homem-Aranha. Conseguem escalar paredes e dar grandes saltos para, no final, dar um ataque em você que causa um estrago bem grande se o sujeito não for morto a tempo.

Smokers: zumbis linguarudos que podem te agarrar e arrastar pra bem longe.

Tanks: um zumbi gigante, muito forte e resistente, o pesadelo de qualquer um que jogue em dificuldades mais elevadas.

Witches: o mais perigoso e, ao mesmo tempo, o mais dócil de todo o jogo. Elas ficam sentadas chorando em algumas partes do cenário, e não te incomodam se você não incomodá-las. Mas se você atirar nela, ou jogar luz nela, prepare-se para correr, pois ela vem atrás de você com tudo.

Cada um deles tem um som específico e, depois de algumas partidas, não vai ser difícil identificá-los.

A trilha sonora (ou a falta dela) também ajuda a criar o clima de tensão do jogo. Existem momentos em que não há nenhuma música, e você fica receoso de virar uma esquina e topar com um zumbi gritando na sua cara (fazer isso usando um fone de ouvido ligado no último volume não é muito legal).

Outra coisa legal é o começo de cada campanha. Enquanto o jogo carrega, aparece uma espécie de pôster cinematográfico, que, como todo filme de ação, tem uma frase de efeito legalzuda.

PONTOS NEGATIVOS

Porém, mesmo com todos esses elementos a favor do jogo, ele tem alguns pontos que baixam um pouco a nota final dele.

Um deles é a inteligência artificial dos seus companheiros, que não é lá das melhores. Não são poucas as horas em que você está atirando em um quaquilhão de zumbis e um deles, se não todos, se metem na sua frente. E depois disso, o sacripanta ainda solta frases do tipo “Hey, pare de atirar em mim!”. Abusado, não? Por sorte, há um modo multiplayer, pra que você não canse de jogar muito rápido.

Outro problema é a variedade de armas. Você começa com uma pistola simples, e pode escolher entre uma metralhadora Uzi e uma escopeta fraquinha como armas principais no começo de cada mapa. Mas até as armas mais fortes aparecerem demora muito, coisa de um ou dois mapas.

Outra coisa ruim com relação aos itens é o fato de você não poder carregar mais de um ao mesmo tempo, principalmente os itens de cura. É ruim chegar ao meio de uma fase e, depois de enfrentar uma horda e ficar com menos da metade de sua vida, você perceber que já usou seu kit de saúde.

A duração do jogo é o principal problema. As campanhas, com cinco fases cada uma, acabam muito rápido. Isso prejudica o envolvimento, pois, justo quando você começa a ficar imerso nas fases, elas acabam.

De um modo geral, embora entretenha por algumas horas jogando sozinho, é no modo multiplayer que Left 4 Dead mostra a que veio. A diversão aparece mesmo quando pensamos com nossos amigos em estratégias pra detonar o maior número possível de zumbis.