Se o delfonauta sabe de duas coisas de mim, essas duas coisas são que eu gosto de pandas e detesto filmes do Jack Black. A série Kung Fu Panda junta o bichinho mais fofo que a mãe natureza criou com um dos atores mais sem graça da atualidade. E como sentimentos negativos são muito mais fortes do que os positivos, o prognóstico está longe do ideal.
Admito que, apesar de ter assistido, eu mal me lembrava dos filmes anteriores, o que por si só diz muito da qualidade deles. E eu esperava que esta terceira parte fosse uma bomba, e não do tipo que a gente gosta, de chocolate com doce de leite dentro. Aquela que quando você está comendo deixa os dedos bem melados, mas não tem problema, porque é tão gostosa que até lamber os dedos quando ela termina é bom. Só é ruim, claro, pelo fato que ela termina. E eu esperava que Kung Fu Panda 3, apesar de ter apenas 95 minutos, não terminasse nunca.
Daí a sessão começou, e eu fiz minha melhor carinha de emoticon (minha cara de crítico de cinema) para listar mentalmente tudo que eu ia falar nesta resenha. Basicamente, meu ponto seria bem simples: trata-se de um desenho visualmente belíssimo com uma história batida e que não traz nenhuma novidade.
Cheguei no escritório e, antes de escrever, resolvi reler as resenhas delfianas para os dois filmes anteriores, o que você pode fazer também clicando aqui para o primeiro e aqui para o segundo.
Foi aí que constatei que ambas as resenhas já elaboravam sobre esses mesmos pontos. Ora, taí uma série de qualidade realmente constante. Isso me quebrou as pernas. Será que valeria a pena escrever tudo de novo, falando as mesmas coisas que o Torquemada e eu falamos uns anos atrás?
O visual é realmente estarrecedor. Como um fã da cultura chinesa, cheguei a me arrepiar com as referências e o cuidado com que os planos são criados, especialmente os que envolvem flashback ou alguém contanto uma história, que são mais estilizados e têm maior liberdade artística.
Já a história… parei aqui por um tempo tentando pensar na melhor forma de usar uma onomatopeia de suspiro. Sigh, talvez? Ou simplesmente me imagine suspirando nas reticências ali em cima. Imaginou? Então. A história começa quando o pai de Po reaparece dizendo que existem muitos outros pandas em uma aldeia secreta.
O problema é que quase ao mesmo tempo, um malvadão chamado Kai aparece disposto a tomar o Chi de todos os guerreiros. A única forma de impedi-lo é através de uma tática que apenas os pandas conhecem, e por isso Po vai até a aldeia para aprender a vencer o mal com seu pai biológico.
A partir daí, vem um monte de cenas repetidas e várias piadas requentadas. Não demora também para rolar a musiquinha Kung Fu Fighting, cuja obviedade a gente já criticou lá na época do lançamento do primeiro filme.
E aí que tá, tudo que foi dito nas resenhas anteriores continua se aplicando aqui. Temos um filme com grande esmero visual, mas sem o menor cuidado na parte realmente importante, o roteiro. Trata-se de um comercial de brinquedos glorificado, que em nada se destaca de tantas outras animações melhores e que também vendem brinquedos.
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