A cada ano que passa, os filmes do Adam Sandler ficam cada vez mais parecidos com os do Jim Carrey ou do Eddie Murphy: com um humor mais tosco e chulo e feitos exclusivamente para agradar apenas a seus fãs mais hardcore, além, claro, de afagar o ego de seus intérpretes. Como resultado, são massacrados pela crítica e por quem tem um mínimo de bom gosto para comédias.
O lado bom disso é que, daqui a algum tempo, se continuar nessa toada, seus novos lançamentos serão tão ruins que provavelmente nem serão feitas mais cabines dos seus filmes, como ocorre com as novas produções do Eddie Murphy, por exemplo. Contudo, este Juntos e Misturados mostra que ainda existe alguma esperança para Adam Sandler.
Esta é a terceira colaboração dele com Drew Barrymore. Os dois já haviam feito Afinado no Amor (1998) e Como Se Fosse a Primeira Vez (2004), e em ambos os casos tratam-se de boas comédias que figuram entre os melhores exemplares da filmografia “sandleriana”. Sabendo disso, ele repete a parceria e novamente se dá bem. Se não é um baita filme, ao menos é simpático e bem acima da média das tranqueiras que vinha fazendo nos últimos anos.
No novo longa, eles são Jim e Lauren, dois pais solteiros que têm um primeiro encontro horrível. Mas o desastre causado pela primeira impressão vai acabar mudando quando, por conta de uma confusão, ambos vão passar férias com seus respectivos pimpolhos num resort na África do Sul e são obrigados a dividir o mesmo quarto.
Entre uma confusão e outra, eles vão ficar mais próximos e descobrir que possuem muito mais em comum do que poderiam imaginar por aquele primeiro encontro de pesadelo. E aí… bom, acho que você já sabe, afinal, é uma comédia romântica!
É surpreendente que um sujeito feioso, desengonçado e infantilóide como Adam Sandler se saia melhor em comédias de conotação mais românticas do que nas de humor mais rasteiro e besteirol que tanto gosta de fazer. Mas é o que acontece. E até por sua predileção por um humor mais bobão, ele não deixa essas comédias românticas tão adocicadas, tornando-as bem mais amigáveis aos barbados.
Bem que essa terceira colaboração com Drew Barrymore poderia fazê-lo reavaliar os rumos de sua carreira. Mas é preciso admitir que, caso ele partisse para o lado das comédias românticas, ele seria o mais improvável “galã” de todos os tempos.
No mais, o filme tem boas piadas, embora nada que vá arrancar grandes gargalhadas. Mas gagues como a da música que cada um ouve na cabeça são simples e bastante funcionais. E o papel do Terry Crews é bem divertido, revivendo os momentos em que ele era apenas o pai do Chris e não um dos Mercenários.
Quem gostou das duas colaborações anteriores entre os atores, certamente tem grandes chances de gostar dessa aqui também. E quem torce o nariz para os longas de Sandler também tem mais chance de simpatizar com esse Juntos e Misturados, embora eu não aposte todas as minhas fichas nisso.