Jogo de Amor em Las Vegas

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Preconceito é bobo, feio e cabeça de mamão. Ainda assim, não acredito que exista alguma pessoa na face da Terra que não exerça esta feia característica em algum momento, muitas vezes sem nem perceber. Digo isso porque já fui à cabine deste filme sabendo que ele seria uma porcaria, pelos seguintes motivos:

1 – Ashton Kutcher é um péssimo ator;
2 – É comédia romântica;
3 – Ashton Kutcher só faz filmes ruins;
4 – A sinopse me lembrou muito algo que faço terapia para esquecer (e que foi o pior filme do ano passado);
5 – Ashton Kutcher só faz comédias românticas;
6 – Ashton Kutcher só faz comédias românticas ruins;
7 – Além de a sinopse me lembrar do pior filme do ano passado, o Ashton Kutcher esteve no pior filme de outro ano e que também é comumente citado nas minhas terapias como o principal motivo por eu ser um sujeito tão estressado, bravo e potencialmente suicida hoje.

Além dos sete argumentos irrefutáveis acima, este longa ainda conta com o Ashton Kutcher, e isso nunca é um bom sinal. Ou seja, o preconceito bobo, feio e cabeça de mamão já está quase se tornando uma opinião formada antes mesmo de ver o filme. E lá fui eu, com meu preconceito me avisando que estava para ver a Menção Vergonhosa do Top 5: melhores filmes de 2008.

Contudo, apesar dos sete motivos acima, e da presença do Cinzaton Assholetchê, até que essa porcaria não foi assim tão porcaria. Sou obrigado a confessar que até esbocei um sorriso em alguns momentos, sobretudo graças ao engraçadíssimo melhor amigo do protagonista.

Agora você já sabe porque não deve assistir a este filme, então vamos à sinopse: nosso amigo do That 70’s Show conhece a Dias de Camarão e ambos fazem miséria um com o outro. A miséria foi tão boa que, sob o efeito do álcool, decidem casar. No dia seguinte, vem a péssima surpresa. Para piorar, eles ganham um prêmio de três milhões de dólares e um juiz que parece não saber absolutamente nada de leis, decide ensinar uma lição aos pombinhos (ou, como diria o GTA, ratos voadores), congelando todo o money por seis meses. Durante esse tempo, eles terão que fazer todo o possível para continuar casados. Só que ambos decidem usar o período para tornar a vida do outro um inferno (Corrales, como bom cristão, faz 666 vezes o sinal da cruz, seguido do Moloch e do sinal do martelo, além de matar uma galinha preta, na esperança de tentar se livrar da lembrança do maldito Separados Pelo Casamento).

Daí em diante, você já deve imaginar absolutamente tudo o que acontece, então acredito que eu posso encerrar esse texto por aqui. Mas antes de ir nessa, deixo o desafio: quero ver qualquer brother of Metal forjado no aço e no fogo do vento afro-descendente ser macho o suficiente para, apesar dos sete avisos lá em cima (e sabendo da presença do Ashton Kutcher), ver esse filme. É claro que não acho que exista alguma pessoa tão macha assim nesse mundo, mas se existir, ela com certeza acessa o DELFOS. Masoquistas não contam. Nem os sádicos que comprarem ingresso para este filme apenas para conhecer masoquistas.

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Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
jogo-de-amor-em-las-vegasPaís: EUA<br> Ano: 2008<br> Gênero: Comédia Romântica<br> Duração: Longo demais<br> Roteiro: Dana Fox<br> Elenco: Cameron Diaz, Ashton Kutcher, Lake Bell, Rob Corddry e Queen Latifah.<br> Diretor: Tom Vaughan<br>