Riders Republic é um jogo que passou bem abaixo do meu radar. Confesso que, até algumas semanas atrás, eu tinha dúvidas se ele seria um MMO free-to-play. Não é. Free-to-play, quero dizer. Ele é vendido ao preço tradicional de um jogo AAA em 2021, em quantias que vão de 250 a 500 familícias, dependendo da versão escolhida.
O que ele é, na verdade, é uma continuação espiritual para Steep, aquele jogo de esportes radicais na neve em mundo aberto, que a própria Ubisoft lançou em 2016. Como manda a cartilha, ele é maior, mais cheio de coisas para fazer, mais bonito – e dessa vez não se limita apenas à neve.
ESPORTANDO EM RIDERS REPUBLIC
Tem bastante coisa para se fazer aqui. Há várias modalidades esportivas, desde coisas mundanas, como bicicleta ou ski até coisas mais aventureiras e perigosas, tipo wingsuits. Tem até uma modalidade baseada em algo que para mim é coisa do capeta: chamadas de rocket wings, são wingsuits com foguetes. Eu não sei se isso é real, mas capeta ou não, eu queria muito ter uma dessas para mim.
Assim, tal como o predecessor espiritual desses jogos, California Games do Master System (conhecido por aqui como Jogos de Verão), o que Riders Republic é, de fato, é uma coleção de atividades esportivas. Alguns vão gostar mais de umas, outros de outras. Particularmente, esse tipo de game não me conquista muito. Jogo por algumas horas e até me divirto, mas não é algo para o qual vou voltar com frequência no futuro. Se você gosta de Steep ou do clássico Tony Hawk, talvez tire um maior aproveitamento daqui.
MUNDO ABERTO
Claro, como se trata de um jogo da Ubisoft, Riders Republic é mundo aberto. Na prática, isso é quase opcional. Ao selecionar um evento, você é teleportado próximo a ele (praticamente sem loads na versão do Xbox Series X). Daí basta andar na direção da marcação e apertar o A para iniciar. No início, você faz essa exploração de bicicleta, mas depois que liberar as rocket wings, vai simplesmente voar, eliminando quase completamente o mundo aberto.
Claro, se você gosta de limpar o mapa, tem bastante coisa além dos eventos principais. Há pontos turísticos, desafios opcionais, esse tipo de coisa. Mas o que realmente pega para mim em um jogo como Riders Republic é o que vou mostrar nas próximas imagens.
E sim, a gente sabe que todas essas coisas hoje em dia são inescapáveis no mundo dos games AAA third-party. Eu poderia elaborar argumentos explicando porque elas existem (inclusive já o fiz). E também poderia argumentar em diversos artigos porque tudo isso é ruim e prejudica a experiência do usuário final. Mas no final das contas, não interessa o quanto eu fale, você já tem uma opinião formada. O quanto elas te incomodam? Ou você gosta delas? Como você se sente ao comprar um jogo sabendo que entre as primeiras coisas que verá estão as imagens acima?
VAI UM SERVIÇO AÍ?
Eu, particularmente, estou muito cansado disso tudo. Esses jogos live service exigem tempo e dedicação demais, algo que eu não estou disposto a dar neste momento da minha vida para nenhum jogo. Nem mesmo algo que eu realmente goste. E convenhamos, quando este jogo do Capitão América feito a toque de caixa é mais conveniente e divertido do que o endinheirado Avengers, é fácil perceber que há um problema.
Tem gente que quer que os games sejam um serviço. Tem gente que deseja um entretenimento. Eu estou neste segundo grupo, e tenho cada vez mais a sensação de que apenas as próprias editoras estão no primeiro. Quando eu estou fazendo acrobacias na bicicleta ou na minha wingsuit, a coisa até é divertida o suficiente. Porém, para chegar nisso eu preciso navegar uma infinidade de menus trazendo estatísticas, cosméticos e querendo me vender coisas. Não é um problema de Riders Republic apenas, repito. É um problema do mundo dos games em 2021. Mas é o tipo de coisa que me faz pensar se eu ainda vou querer jogar videogames em 2025. E você?