Heart Chain Kitty é mais um exemplo de jogo solo. Criado pelo camaradinha Bernhard Politsch, é um plataforma 3D que apresenta muito esforço e muito talento. Em alguns momentos, ele pode até ser comparado com lançamentos enormes, como Super Mario Odyssey, mas também é bem fácil perceber quão independente de fato é.
HEART CHAIN KITTY
A primeira coisa que chama atenção por aqui é o visual. Heart Chain Kitty tem um estilo único, que vai dividir opiniões. Lembra como o Mega Drive eventualmente usava cores embaçadas para disfarçar suas limitações? Pense em Batman Forever. É por aí. A diferença é que, por estar no Switch, Heart Chain Kitty limita suas cores por estilo. Dá uma olhada.
Particularmente, eu até achei o visual simpático, mas admito que ele força um bocado a vista, me deixando um tanto cansado depois de algumas horas de jogo. Fica especialmente difícil de enxergar se você estiver usando o Switch no modo portátil. O minimapa, aliás, já é terrível na TV, mas no portátil se torna praticamente inútil.
CORAÇÕES MCGUFFINS
Assim como Super Mario Odyssey, Heart Chain Kitty se divide em missões mais tradicionais, do tipo “chegue até o final”, e objetivos coletatons. Este talvez seja seu principal problema. As fases em si são realmente boas, mas o jogo dá freadas frequentes que obrigam você a parar e coletar um número X de corações para progredir.
Claro, Mario ou Yooka-Laylee também fazem isso. Porém, nesses casos simplesmente jogando naturalmente, você sempre terá muitos McGuffins a mais do que o necessário para avançar. Heart Chain Kitty, provavelmente na tentativa de aumentar sua duração, é bem mais exigente.
Além disso, há upgrades frequentes que dão acesso a novos itens em fases já exploradas. Este ar de metroidvania acaba sendo uma grande brochada, pois sempre depois de ganhar um upgrade, o jogo te obriga a caçar corações para continuar a história.
ADVENTURE
Além de ser um plataforma 3D coletaton, Heart Chain Kitty também flerta com adventures. É comum você precisar pegar um item e usá-lo em outro lugar para abrir a passagem.
Eu cheguei até Cyclopia, e o objetivo é escapar dali. A porta está trancada, e tem espaço para um cartão, então deduzo que eu preciso encontrar esse cartão para fugir. Porém, eu explorei a fase inteira, venci todos os inimigos e praticamente limpei o mapa, mas não encontrei o cartão. Depois de ficar explorando essa região por mais de uma hora, resolvi que era hora de parar.
Este é um problema com jogos altamente independentes. Se você travar nele, dificilmente vai conseguir encontrar dicas e guias na internet. Então eu me vi obrigado a desistir de jogar, mesmo estando me divertindo moderadamente até aí.
HEART CHAIN KITTY TEM FASES E MAIS FASES
Heart Chain Kitty poderia ter um pouco mais de orientação. Por exemplo, logo no início você chega à ilha principal, e ela desemboca em oito fases. Porém, a imensa maioria das fases de Heart Chain Kitty é opcional. Elas existem apenas para caçar corações, não para avançar a história. Seria muito bom que o jogo mostrasse o objetivo principal. Mesmo antes de Cyclopia, eu passava muito tempo andando pela ilha a esmo, fazendo várias fases sem nenhum progresso palpável a não ser aumentar minha coleção de corações.
Fosse um jogo mais direto, mais focado, eu provavelmente jogaria a campanha até o fim. Porém, travar é sentença de morte para qualquer game, por mais legal que ele seja. Apesar de eu não ter ido até o fim, no entanto, devo dizer que eu gostei de Heart Chain Kitty enquanto o joguei. Trata-se de um passeio bem sossegado por um mundo colorido e fofinho. Poderia ter mais cuidado – especialmente em revisão de textos e orientação da campanha – mas eu diria que isso são efeitos de o jogo ter sido totalmente criado por uma só pessoa. E, como tal, ele é surpreendentemente longo, complexo e ambicioso.
JOGUINHO DE GRAÇA!
Heart Chain Kitty é continuação de A Game With a Kitty, criado em 2005 pelo nosso amigo Bernhard Politsch. A boa notícia? Você pode jogar o anterior de graça! Baixe aqui A Game With a Kitty.