Quantas vezes já vimos o Bruce Campbell dizendo que vai “aposentar” o Ash? Muitas, né? Mas ele sempre volta. Depois da divertida série Ash vs Evil Dead, parecia que era o fim do personagem mesmo. Porém, cá está ele de volta, com Evil Dead The Game, o primeiro baseado na franquia em bastante tempo.
EVIL DEAD THE GAME
Evil Dead The Game é um jogo multiplayer naquele estilo assimétrico, que anda em voga nos últimos anos. Ele coloca um grupo de jogadores controlando personagens humanos baseados em heróis conhecidos, contra um único jogador a cargo dos monstros.
Até onde posso perceber, o game tem apenas um mapa e um modo de jogo. No máximo, você pode escolher se o monstro será controlado por outro jogador ou pela IA; ou então se seus companheiros serão humanos ou bots.
As partidas duram cerca de 30 minutos. Os humanos devem cumprir uma sequência de objetivos. EsTa envolve pegar colecionáveis e proteger áreas. O demônio deve impedir que eles façam isso.
GAMEPLAY HUMANO
Os sobreviventes podem escolher entre nove personagens. Tem gente dos filmes, tem gente de Ash vs Evil Dead e, claro, tem três versões diferentes do próprio Ash, todas interpretadas pelo Bruce Campbell.
Todos têm golpes especiais diferentes, mas uma jogabilidade semelhante, que envolve uma interessante combinação de shooter com hack and slash. Pois é, eu realmente gostei do combate aqui. Pena que é um multiplayer e não um hack and slash mais tradicional, como Evil Dead: Regeneration.
Você começa sem armas e sem upgrades, então deve montar um loadout com o que encontrar espalhado. O mapa é enorme, e os objetivos iniciais dizem a área através de texto. Ou seja, “pegue o mapa na caverna”. Daí você olha o mapa e vai até a caverna procurar. Depois dessa fase inicial de colecionáveis, os objetivos ficam marcados com waypoints, o que deixa a coisa mais clara e rápida. Mas sabe que o mais legal mesmo é jogar como o demônio?
GAMEPLAY DEMONÍACO
O jogador “malvado” vai escolher entre três tipos de demônios, incluindo os esqueletos guerreiros de Exército das Trevas. Mas a jogabilidade nesse caso é totalmente diferente do estilo mais auto-explicativo dos humanos.
Em um toque bem charmoso, você controla o demônio em primeira pessoa, naquele estilo de câmera popularizada pelos filmes. É necessário pegar bolinhas vermelhas que aumentam sua energia. Daí, você pode usar essa energia para possuir os NPCs, e então controlá-los no estilo hack and slash para atacar os sobreviventes. Dá para deixar armadilhas, possuir “árvores malvadas” e até os jogadores quando eles estiverem assustados.
Depois de alguns upgrades, suas opções aumentam. Em especial, dá para deixar portais de onde sairão inimigos, que podem ser controlados pela IA ou então usar mais energia para controlá-los. Com um cooldown bem longo, dá até para invocar um chefe. Ou seja, um demônio super poderoso e com um monte de vida, que vai fatalmente dar uma canseira nos humanos.
TEM SINGLE PLAYER? TEM. NAQUELAS…
Além do multiplayer descrito acima, tem um modo de missões. Essas acontecem no mesmo mapa, e trazem situações conhecidas dos filmes. Basicamente, você deve seguir uma série de waypoints. Cumprir todos os objetivos vence a fase, e destrava algumas coisinhas para usar no multiplayer.
O lado positivo é que dá para curtir o combate e a atmosfera sem a adrenalina do multiplayer. O lado negativo é que as missões em si são bem entediantes. Além disso, elas trazem longas sequências de objetivos, e morrer a qualquer momento envolve voltar para o início.
Em outras palavras, o modo missões simplesmente não vale ser jogado. O multiplayer é melhorzinho, e pode sim trazer alguma diversão para fãs de games competitivos. Especialmente fãs de Evil Dead. Porém, Evil Dead The Game é o tipo de jogo que hoje em dia estamos acostumados a ver como free to play. Afinal, há opções de jogos no estilo que são bons e não exigem pagamento inicial. Eu não tive problemas para conseguir partidas jogando em junho de 2022, mas arriscaria dizer que é um jogo destinado a ficar desabitado logo. O que será bem chato para quem pagou por ele.