Gryphon Knight Epic

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Sempre que falo sobre games com o Cyrino, ele manifesta um incômodo com os jogos atuais, nos quais você passa horas jogando e daí vai ver as estatísticas e completou apenas 8%. “Sinto falta de jogos que você terminava em uma tarde”, é uma frase que ele já me falou várias vezes.

Pois se você também é um desses seres idosos que gostava de videogame na época dos 16-bit e não gostou de como eles evoluíram desde então, Gryphon Knight Epic foi feito para você. E veja só, é um lançamento brasileiro, feito por uma equipe sediada em Florianópolis.

PEW PEW!

O que temos aqui é um tradicional e totalmente old-school jogo de navinha. Lembra aqueles jogos tipo R-Type, que a navinha vai sempre voando para frente e você deve atirar em um monte de inimigos e desviar de seus tiros até chegar ao final, onde encontrará um chefe, normalmente enorme?

Pois é, tirando o fato de que aqui você controla um cavaleiro medieval montado em um grifo, a fórmula é exatamente a mesma. São oito estágios, cada um em um cenário diferente e dividido em duas partes, cada uma delas, por sua vez, com um chefe no final.

O jogo é bastante simples. Você tem um botão de tiro (felizmente, se você segurar o botão, os tiros continuam saindo) e um para armas especiais, que consomem mana. O triângulo usa poções, que podem recuperar sua energia ou ter outros efeitos estratégicos (admito que eu não senti necessidade de usar nenhuma outra além da de cura).

Por fim, na melhor tradição R-Type, você também pode comprar e equipar escudeiros, que são bichinhos que voam ao seu redor e fazem coisas como soltar tiros em várias direções ou te proteger de ataques inimigos.

PIXEL ART

O visual é pixelado por design, mas aqui devo admitir que, apesar de ser um gamer old-school, eu não babo nesse tipo de visual. Não é que eu não gosto de pixel art, eu inclusive tenho um pixel art feito com pastilhas na minha cozinha, é que eu simplesmente não comprei um PS4 para jogar jogos que poderiam rodar num Mega Drive.

Gryphon Knight Epic não é feio, mas não dá sequer para dizer que, se estivesse no Mega Drive ou no Super NES, seria um jogo visualmente impressionante, como Sonic, Toe Jam & Earl e Super Mario World são até hoje. Videogames mais recentes, como o Sega Saturn, ainda tinham jogos pixelados, mas que refletiam o avanço tecnológico, como Gunstar Heroes, para citar um exemplo.

Com isso quero dizer que é possível fazer algo com o jeitão old-school que tanto gostamos, mas ainda parecer um jogo moderno. Quer um exemplo? Rayman Legends.

Em geral, eu sinto que as desenvolvedoras de hoje acabam se aproveitando da moda do pixel art para fazer gráficos mais preguiçosos. Isso nem é uma crítica ao Gryphon Knight Epic, que provavelmente acabou seguindo por esse caminho mais por questões orçamentárias do que artísticas, mas é algo que me incomoda em alguns lançamentos recentes e que achei que aqui era um bom lugar para manifestar essa opinião.

CHEFES ÉPICOS

Com exceção de um chefe que te obriga a resolver um puzzle enquanto desvia de seus ataques, todos os outros são muito legais. O primeiro chefe de cada um dos estágios é sempre um bicho do tamanho da tela, todos com designs muito legais. O segundo costuma ser um humano montado em um animal, assim como você, e focam na agilidade sobre a força bruta.

Na história do jogo, cada um desses chefes humanos era um amigo seu que foi corrompido por uma arma amaldiçoada. Assim, sempre que você vence um deles, ele te dá sua arma, na melhor tradição Mega Man. Ao contrário de Mega Man, no entanto, essas armas são úteis a todo momento, especialmente o arco e flecha, que é tão poderoso que eu quase não usei as que destravei depois.

Você não precisa de armas específicas para vencer cada um dos chefes, o que significa que as fases podem ser jogadas em qualquer ordem (dica: deixe a da feiticeira para o final, que é a mais difícil) e quanto mais você for evoluindo seu personagem, mais fácil o jogo vai ficando.

Pois é, Gryphon Knight Epic é muito mais difícil no início do que no fim. E olha que tem uma hora em que você deve vencer todos os chefes seguidos, que foi muito mais fácil do que várias das primeiras fases que joguei.

Ao terminar o jogo (cuja história tem um final bem legal), você não terá todos os upgrades e itens, então pode jogar de novo mantendo o que já tem em uma dificuldade mais alta, o que acho bem legal e pretendo fazer em algum momento.

O ÉPICO DO CAVALEIRO DO GRIFO

Admito que Gryphon Knight Epic demorou um pouco para me ganhar. A jogabilidade é simples e não traz grandes novidades e seu visual não vai impressionar ninguém, mas conforme fazia os upgrades e ia avançando na história, percebia que estava me divertindo bastante e até comecei a querer que ele durasse mais quando vi que estava chegando ao fim. Meu jogo na dificuldade normal durou quase quatro horas, que eu fiz em uma sentada só.

O que temos aqui é um jogo com um público bastante específico, focado em quem jogou e gostava de joguinhos como Mega Man e R-Type. Jogadores mais jovens talvez não vejam muita graça em seu visual e controles antigões, mas se você é um velho ranzinza com saudade da era de ouro dos games como nosso amigo Cyrino, Gryphon Knight Epic é diversão garantida.

Gryphon Knight Epic já está disponível para computadores e sai amanhã para consoles.

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