Essa pegou quase todo mundo de surpresa.
Foi anunciado na segunda-feira que o Google, em um negócio bilionário, comprou a Motorola Mobility, divisão da Motorola que fabrica celulares, smartphones e tablets. O valor do negócio ficou em R$ 20 bilhões, ou se preferir, US$ 12,5 bilhões.
Se você é fã dos serviços do Google, eles lhe deram mais itens para você gostar deles: tablets, smartphones e celulares. Se você não tem um Motorola, a hora é agora amiguinho.
Não gosta muito dessas questões ligadas a tecnologia e celulares? O DELFOS vai te explicar o impacto e a importância dessa negociação. Preparado?
O quanto o Google cresceu
O primeiro item que você deve saber é que o Google, que antes só fabricava softwares, agora também vai entrar na disputa de hardwares para celulares. E se a Motorola não era de se desprezar, com a ajuda do Google ela será um páreo duro.
Agora o que mais chamou a atenção nessa negociação foram as declarações do CEO do Google, o Larry Page, que por sinal, também é fundador do site. Larry disse que o motivo principal da compra da Motorola foi para proteger o sistema operacional Android, que é desenvolvido por eles e que atualmente, mesmo antes da fusão, já estava em praticamente todos os aparelhos lançados pela fabricante.
Essa proteção que Larry disse é, em partes, para proteger o Android das ameaças anti-competitivas de empresas do porte de Apple, Microsoft (que firmou recentemente uma parceria com a Nokia, para que a finlandesa use o Windows Phone em seus aparelhos) entre outras concorrentes.
O que é o Android?
O Android é um sistema operacional móvel desenvolvido recentemente e que tem ganhado milhares de fãs no mundo quase que instantaneamente, por ser simples de mexer, bem completo nas funções e o principal, é livre e permite que desenvolvedores escrevam softwares para o sistema, deixando ele cada vez mais completo e suprindo a necessidade do usuário. Se você ainda não mexeu em um celular com Android, eu recomendo.
O tamanho do pacote
Ah, e ainda de quebra o Google conseguiu mais de 17 mil patentes para o si. No mundo da tecnologia, ter uma patente de algo é bem importante e eles, por serem uma empresa razoavelmente nova, de apenas 13 anos, não tinham muitas. Com a compra da Motorola, conseguiram um número expressivo para o seu portfólio e, em se tratando de Google, com certeza isso vai estimular ainda mais os caras a trabalharem para aumentar esse número.
Para a alegria da galerinha que manja de desenvolver softwares, o Google garantiu que o Android continuará a ser um programa aberto. Mas quem acompanha esse tipo de mercado sabe que, mesmo sendo aberto, a Motorola com certeza terá algumas regalias na hora de apresentar uma novidade do sistema operacional.
Saca só o tamanho da força do Android pelo mundo: existem mais de 150 milhões de aparelhos com sistema operacional móvel pelo mundo todo. Por dia, cerca de 550 mil equipamentos são ativados. Com a popularização do sistema operacional, os smartphones que trabalham com o robozinho verde viram as vendas atingirem números impressionantes. Em 2010, cerca de 10 milhõs de celulares com Android foram ativados. Em 2011 esse número já passa de 45 milhões.
Mas nem tudo são flores para o Google. A Motorola, que já viveu momentos melhores, como no lançamento do já arcaico V3, andava meio mal das pernas no que se refere a vendas de celulares. Ela era somente a oitava maior fabricante de celulares do mundo, com cerca de 10 milhões de celulares vendidos pelo mundo por ano.
Opinião de um delfiano
Eu não tenho dúvidas que Google e Motorola vão sacudir o mercado em seus lançamentos futuros. Acredito que seja uma aposta certeira de ambas terem aceitado o negócio. A Motorola vai se reerguer e o Google vai entrar em um mercado no qual não tinha acesso antes. E vai entrar, como diria um amigo meu, com os dois pés no peito das concorrentes.
No meu emprego de mentirinha (o de verdade é o DELFOS), eu trabalho para uma operadora de celular e já consigo enxergar algumas coisas no que se refere à venda de celulares. Tenho quase certeza que o Android vai dominar o cenário mundial de sistemas operacionais móveis. Fácil de mexer e presente em diversos aparelhos de diversas marcas, é só questão de tempo para você ver alguém ao seu lado mexendo em um ou até mesmo você ter um.
A Apple será um concorrente forte, pois o sistema operacional do iPhone é excelente e os aplicativos são fantásticos, item que o Android ainda vai demorar para alcançar. Mas vejo um grave problema para a Apple no mercado de celulares fora dos EUA: o preço dos aparelhos.
No Brasil, um iPhone 4 custa mais de R$ 1.500! Um absurdo, pois com esse dinheiro eu poderia comprar um PS3 ou um Xbox 360. É fácil achar por aí aparelhos na faixa de 500, 600 reais com o Android, e isso é um preço que considero razoável para um celular com bastante interatividade e para quem quer ter acesso às redes sociais e, principalmente, acessar o DELFOS pelo celular.
Já a Nokia, que é líder mundial no mercado de celulares, eu considero um mistério. Os aparelhos da Nokia são ótimos. O Windows Phone não deixa nada a desejar. Mas e a mania dos Aplicativos (apps)? Será que a Microsoft vai ter peito para concorrer com o Android e com a Apple? Somente o nome Nokia vai fazer o Windows Phone grandioso?
Bom, acho que com tudo isso, quem sai ganhando somos nós, consumidores, que teremos serviços bem legais disponíveis. Agora só falta o Brasil tomar vergonha na cara e reduzir os impostos dos aparelhos, pois pagar R$ 1.500 em um aparelho é demais.