Exposição: Star Wars Brasil

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Desde que a gente entrevistou o Totonho Daniel, estávamos deveras ansiosos para que março chegasse e finalmente tivéssemos a oportunidade de ver a exposição que vem maravilhando aspirantes a Jedis de todo o mundo. Bom, março chegou e foi embora e finalmente pude visitar a dita-cuja.

Assim que se entra no Porão das Artes, somos brindados com a música tema da série e uma moça vestida de princesa Leia, ao lado de um stormtrooper. Na mesma sala, um dos caças jedi usados pela dupla principal no início do Episódio III. Hum… essa abertura prometia.

Depois, vem uma linha do tempo, algumas maquetes e um montão de desenhos de produção, até que realmente volte a aparecer mais coisas legais. Mas elas aparecem. Estão lá storyboards de cenas clássicas, as roupas de personagens como o Chewbacca e o Luke Skywalker e algumas outras naves. O que chama a atenção, contudo, é quão mal-conservadas elas estão. Até naves utilizadas no Episódio II estão completamente sujas e riscadas. Caramba, o filme tem só seis anos, é possível vermos carros na rua que estão mais bonitos do que isso – e eles não são expostos por aí, são utilizados no dia a dia. Quão difícil pode ser retocar a pintura e lavar a nave antes de uma exposição, não é mesmo? Afinal, se você vai cobrar para as pessoas olharem para ela, o mínimo que deve fazer é deixá-las bonitinhas. Imagina se você vai até o Louvre ver a Mona Lisa e descobre que alguém fez um bigode na moça? Seria mais ou menos o mesmo tipo de decepção.

Algo que vai fazer os fãs terem orgasmos múltiplos, contudo, é uma coleção de sabres de luz. Colocados lado a lado, é possível vermos como o design evoluiu com o tempo. Compare, por exemplo, o sabre do Conde Dooku (lindo demais) com o do Skywalker (parece uma lanterna).

A grande atração – e que fica no finalzinho – é o Darth Vader, que tem toda uma sala dedicada a ele. Logo que entrei, a primeira coisa que vi foi a máquina na qual ele foi criado no Episódio III e ao mesmo tempo estava tocando a parte mais marcante da Marcha Imperial. Foi arrepiante. Na mesma sala, rodeado por muita, muita gente, estava a armadura do vilão, obviamente o que todo mundo queria ver. A decepção é que não trouxeram a roupa clássica (usada do Império Contra-Ataca em diante), com algumas tonalidades cinzas. A que está lá é toda preta, e tenho minhas dúvidas se realmente é a mesma usada em Uma Nova Esperança. A viagem pelo mundo da mente de George Lucas termina em uma loja com vários produtos da saga.

Apesar de parecer legal, tem alguns pontos negativos bem fortes. O primeiro é que a quantidade de peças no acervo não justifica o salgado custo do ingresso (30 vinténs tupiniquins). Simplesmente a exposição é muito curta. Se você for com calma, ler tudo e ficar vários minutos admirando cada peça, como nós fizemos, ainda assim sairá dali depois de no máximo 90 minutos. São basicamente duas salas com material.

Segundo ponto: 90% das peças são cobertas com um vidro e a iluminação do local é refletida no bichinho, tornando quase impossível admirar muitas delas. A roupa do Darth Maul, por exemplo, se torna completamente invisível, o que foi uma grande decepção para mim.

Ponto três: os funcionários do local são sem-noção. Tinha um cara simplesmente parado em frente ao teatro de Geonosis, bem no meio. Eu chamei a atenção dele e ele saiu, mas assim que fui ver outras peças, ele voltou ao seu posto. Caramba, será que alguém mandou o sujeito ficar lá ou ele quer esconder a peça em questão?

Ponto quatro: o público é sem-noção. Lembra do que eu falei aqui, sobre a turminha da memória em pontos turísticos? Pois é, prepare-se para lidar com muito disso. Na roupa do Darth Vader, por exemplo, era praticamente uma fila para todo mundo tirar uma foto com ela e, se você decidir parar para admirá-la, provavelmente vai ter que agüentar alguém pedindo licença para tirar foto. Além disso, ainda tem os nerds que querem mostrar que sabem tudo sobre a saga. Os caras param na frente de alguma coisa e começam a conversar sobre o filme com os amigos. Eles não estão nem olhando para as peças, mas mesmo assim ficam parados na frente delas, atrapalhando todo mundo. Pô, tudo bem parar para conversar, mas se encoste em uma parede, né? Para completar, o excesso de crianças e a falta de educação delas, que se metem com suas câmeras em qualquer espacinho que consigam se enfiar é extremamente irritante.

Esses quatro pontos foram graves o suficiente para diminuir bastante a minha diversão durante a visita. Eu sinceramente esperava mais, mas devo dizer que já vi acervos maiores e mais interessantes em restaurantes como Hard Rock Cafe ou Planet Hollywood. Será possível que a exposição veio mesmo completa para o nosso país?

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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
exposicao-star-wars-brasilLocal: Porão das Artes Ibirapuera<br> Periodo: 5 de março a 29 de junho de 2008<br> Credito do Artigo: contato@delfos.jor.br<br> Credito da Foto: Cinthia Mayumi Saito<br>