Aproveitando o Halloween, eis uma dica de documentário que combina com a data. Outro dia estava eu à toa, fuçando pelo IMDb, quando me deparei com a página deste documentário totalmente dedicado à série A Hora do Pesadelo. Já me interessei na hora. Fiquei ainda mais curioso quando fui checar o tempo de duração (uma mania minha, sempre gosto de saber de antemão quanto tempo dura um filme antes de assisti-lo) e vi que eram 240 minutos!
Não, eu não escrevi errado, são quatro fuckin’ horas de doc a respeito de Freddy Krueger e seus assassinatos na rua Elm. E após assistir ao negócio, este tempo de duração é plenamente justificável.
Este deve ser um dos trabalhos mais completos que assisti sobre uma extensa e longeva franquia do cinema. Ele fala detalhadamente sobre a criação, processo de filmagens, bastidores e repercussão de cada um dos oito filmes da franquia (entrando nessa conta o crossover Freddy vs. Jason).
E nada de dar mais importância para uns do que para outros. Seria fácil dedicar mais tempo de tela aos filmes com envolvimento de Wes Craven (o primeiro, o terceiro e o sétimo), pela pura importância que ele teve ao criar um dos ícones do cinema de terror e que virou também uma das grandes figuras da cultura pop. Mas não, cada um dos filmes é esmiuçado com o mesmo tempo e importância.
Figuras importantes para a franquia, como Craven, Heather Langenkamp (estrela dos filmes com envolvimento de Wes e que também narra o documentário), Robert Englund e Bob Shaye (fundador da New Line Cinema e produtor da franquia) dão seus depoimentos, dentre muitos outros membros de elenco e equipe.
Vários aspectos interessantes são contados. Como a grande criatividade para criar ótimas sequências de efeitos especiais com pouco orçamento, a visão de cada diretor para seu filme da série (a franquia teve no geral bons e conhecidos diretores trabalhando nas sequências) e a repercussão conquistada, dentre outras curiosidades. Você sabia que ninguém menos que um jovem Peter Jackson escreveu uma versão do roteiro para A Morte de Freddy (1991), mas ela acabou não sendo utilizada? Pois é, há um monte de fatos bacanas contados aqui.
E o filme não se concentra só no lado bom da coisa. O fato de que Freddy vai ficando mais fanfarrão e cômico a cada filme é abordado sem pudor. Bem como o fato de acelerarem tanto cada nova produção que muitas vezes elas ainda não tinham um roteiro fechado quando começavam a ser rodadas, o que explica a queda de qualidade da série.
Há também o fato de que Bob Shaye costumava estragar o final da maioria dos filmes com sugestões ridículas e sem sentido para deixar um gancho para uma eventual continuação.
O documentário também fala da série de TV de Freddy Krueger, de curta duração e pouca dedicação, feita só para arrancar mais uma grana da febre que o personagem se tornara nos anos 1980. E só não fala do remake recente porque o documentário é de 2010, mesmo ano da refilmagem. Ela ainda não devia ter sido lançada, ou acredito que certamente estaria presente.
Seja como for, Never Sleep Again é um trabalho bastante completo e caprichado sobre uma das mais adoradas franquias do cinema de terror. Com bastante material e causos para fazer qualquer fã de Freddy Krueger trocar umas horas de sono para ficar grudado na poltrona.