Cuphead é um jogo pelo qual eu aguardo desde que ele foi anunciado. Como quase todo mundo, seu visual sensacional chamou minha atenção e o colocou no meu radar. Muitos anos depois, quando finalmente foi lançado, eu acabei não conseguindo cobrir e, consequentemente, não o joguei.
CUPHEAD NO SWITCH
Eu tinha planos de comprá-lo eventualmente, mas sua fama de difícil e meu saco cheio com esses jogos que odeiam o jogador me afastaram. Recentemente, ele chegou ao Nintendo Switch e desta vez eu tive acesso a ele. E olha, apesar de já ser apaixonado por seu estilo visual desde o início, devo dizer que a coisa é ainda mais impressionante rodando na sua frente.
E o capricho não se limita ao visual, mas também ao áudio. A trilha sonora, com faixas de jazz bem animadas, contribui e muito para o clima de desenho animado antigo. Felizmente, pelo que dizem as análises técnicas da internet, não houve quase nenhum comprometimento para fazê-lo rodar no console menos poderoso. Aparentemente, a única diferença é a resolução, com Cuphead rodando a 4K no Xbox One X e a FullHD no Switch docado.
MAS E A DIFICULDADE?
Cuphead é difícil, mas ao contrário de alguns outros jogos dessa modinha da dificuldade, eu não encontrei nenhum desafio nele que parecesse impossível. Ele exige paciência, atenção e repetição, mas se você estiver disposto a fornecer isso, vai aos poucos pegando as manhas e sabendo como reagir a cada obstáculo.
Curiosamente, a opinião geral da internet parece ser que ele fica mais fácil em coop, mas minha experiência não corrobora isso. Eu joguei boa parte da minha campanha de dois, e meus avanços ficaram bem mais lentos jogando com um amigo. Em uma hora sozinho, eu vencia vários chefes. Em uma hora de dois, com sorte vencíamos um.
Imagino que o jogo aumenta a vida dos inimigos para compensar pelos heróis dobrados, mas isso estende as batalhas de forma que as tornam uma verdadeira disputa de resistência.
Um exemplo foi o dragão da foto acima. Meu amigo e eu lutamos contra o desgramado por mais de uma hora e não conseguíamos passar de sua última fase. Acabamos desistindo. No dia seguinte, eu o venci com algumas poucas tentativas. Claro, já levava comigo o conhecimento do dia anterior, mas mesmo assim ele pareceu demonstrar bem menos resistência.
É uma diferença considerável de, por exemplo, Dark Souls, cujos chefes ficam absurdamente mais fáceis em duas pessoas.
Isso não quer dizer que o jogo fica ruim em coop. Estaria mentindo se não dissesse que de fato fica sacal repetir tanto a mesma coisa, mas por outro lado é legal desenvolver estratégias ao lado de um colega.
O jogo é especialmente intenso, então acaba não sendo possível conversar de outras coisas durante suas batalhas, mas a companhia de um coop de sofá o ajuda a ser mais divertido.
No final das contas, acabei gostando mais de Cuphead do que esperava. Provavelmente se não fosse seu estilo visual tremendão, seria um jogo que teria passado reto pelo meu radar, mas é exatamente isso o que o torna tão especial.
