Crítica Ursinho Pooh Sangue e Mel: e se o Puff virasse o Jason?

Sexta-feira muito louca.

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Ursinho Pooh. Na minha infância ele se chamava Puff, mas como agora as leis para mudar de nome são mais fáceis (vi semana passada no jornal), ele hoje gosta de ser chamado de Pooh. Então tá. Mas a mudança de nome é o de menos quando ele resolve virar um assassino sanguinário influenciado por ninguém menos do que Jason Voorhees. Esta é nossa crítica Ursinho Pooh Sangue e Mel.

CRÍTICA URSINHO POOH SANGUE E MEL

Ursinho Pooh Sangue e Mel acontece depois da história que todos conhecemos. Christopher Robin é um moleque que encontra os bichinhos, faz amizade e passa a cuidar deles. Porém, quando os anos avançam, e os animais passam a depender do Robin, ele resolve deixá-los para trás para se juntar ao Batman. Eles ficam indefesos, se sentindo abandonados, e passam a nutrir um enorme ódio por tudo que é humano.

Alguns anos depois, Christopher resolve levar a patroa para conhecer seus velhos amigos. Big mistake. Embora ela sequer acredite que eles existam, acreditar não é pré-requisito para você ser assassinado por eles. Esta é a introdução. Christopher Robin não é o protagonista de Ursinho Pooh Sangue e Mel.

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Ursinho Pooh e Leitão.

As protagonistas são um grupo de moças que decide acampar no Bosque dos 100 Acres. Quem diria que isso também seria um big mistake? Afinal, a partir daí elas passarão a ser perseguidas e assassinadas pela dupla terrível formada pelo Ursinho Pooh e Leitão, agora crescidos, psicopatas e muito fãs de Sexta-feira 13.

URSINHO POOH SANGUE E MEL É QUASE UM SEXTA-FEIRA 13

Apesar de os assassinos aqui serem personagens infantis muito queridos, o filme funciona de forma bem parecida com os primeiros Sexta-feira 13. Sabe quando eles ainda eram filmes de terror sérios? Pois é, ao contrário do que o título e a temática indicam, Ursinho Pooh Sangue e Mel é um slasher sério, sem intenção de fazer rir.

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O problema é que o filme é realmente bem ruim. As atuações, o roteiro, as fantasias… tudo é quase amador. Ursinho Pooh Sangue e Mel é como os primeiros filmes B, antes de isso ser reapropriado como estética. Ou seja, é ruim, e muito provavelmente por falta de dinheiro e experiência da equipe mesmo.

Veja os dois animais que são os assassinos. Quando uma das moças vê o Ursinho Pooh pela primeira vez, ela fala algo tipo “você viu a cara dele? Aquilo não era humano”. Só que, para nós assistindo, os bichos são claramente pessoas de máscara. Eles parecem tão monstros ou animais quanto os personagens de Hotline Miami.

DINHEIRO NO LUGAR CERTO

Se há um lugar em que o filme parece ter colocado o pouco dinheiro que tinha foi na violência. O gore é bem criativo e bem feito, sendo provavelmente a maior qualidade do longa. Os bichinhos são criativos e sádicos em seus assassinatos, a ponto de que costumam fazer uma moça dormir, amarrá-la, e esperá-la acordar para encerrar o serviço.

Ursinho Pooh Sangue e Mel, Ursinho Pooh, Ursinho Puff, DelfosEm uma dessas cenas, Leitão fica segurando a mulher com os pés enquanto o Pooh dirige um carro passando a roda pela cabeça dela. Os olhos pulam enquanto a cabeça é esmagada. Coisa fina.

DEPOIS DA ESTÉTICA DA VIOLÊNCIA, O QUE SOBRA?

Porém, tirando o espetáculo da violência, sobra realmente muito pouco. Se os assassinos não fossem, tematicamente, Pooh e Leitão, e apenas pessoas mascaradas ou monstros genéricos, acho muito difícil que Ursinho Pooh Sangue e Mel sequer chegasse ao nosso país. Todo seu impacto, fama e interesse vem do fato de transformar personagens infantis em serial killers, mas é algo que vejo funcionando muito melhor numa comédia, num filme B moderno por estética; do que em um filme B por necessidade, sem o humor autoconsciente que normalmente acompanha o gênero.

Para mim, Ursinho Pooh Sangue e Mel foi perfeitamente assistível, mas isso é porque eu sou um grande fã de slashers como gênero. E mesmo assim nunca me pareceu um slasher realmente legal. Na real, “assistível” é o maior elogio que posso dar a ele. Outra definição que posso colocar aqui, e que provavelmente é o motivo pelo qual você assistiria a ele (certamente foi o meu) é “curiosidade”.