J. R. R. Tolkien é o Machado de Assis gringo. Não que você precise desta introdução. Afinal, que nerd que se preza não conhece sua obra? Esta é minha crítica Tolkien.

CRÍTICA TOLKIEN

Já está bastante documentado por aqui meu geral desgosto por cinebiografias. Assim, não esperava nada de Tolkien, mas sabe que eu gostei?

Apesar de conhecer sua obra, eu sabia bem pouco do autor. O filme é focado em seus anos de formação. Basicamente, é uma história que combina romance, estudos e amizade e, curiosamente, deixa de lado a criação de sua obra.

Mas a coisa começa na infância. Após perder a mãe, o jovem Ronald (Nicholas Hoult, o Fera dos novos X-Men e o zumbi gostosão) foi adotado por uma senhora rica e colocado para estudar em uma academia prestigiosa. Na casa de sua mãe adotiva, ele conhece sua futura esposa (Lily Collins).

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Bora casar?

E na academia, ele conhece três sujeitos que dividem seu amor pelas artes e forma não apenas uma amizade, mas uma aliança.

Enquanto acompanhamos esta história e os estudos de Tolkien, a narrativa intercala com cenas da Primeira Guerra Mundial. Lá, Ronald está atrás de um de seus amigos, que parou de responder suas correspondências. Ele teme pelo pior e, enquanto anda de um lado para outro no campo de batalha, é acompanhado por um fiel escudeiro chamado Sam.

A GUERRA PARA ACABAR COM AS GUERRAS

Uma das poucas coisas que sabia do autor é como sua participação na guerra foi inspiradora para o que criaria posteriormente. Porém, apesar das óbvias relações da parte da guerra com a trama de O Senhor dos Anéis, esta é a pior parte do filme.

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Acontece que o foco é totalmente no que veio antes da guerra e, sempre que mudamos para a narrativa paralela, a história principal para de sopetão. Fosse contado de forma linear, chegando à guerra no ponto certo da história, funcionaria bem melhor. Aliás, isso é algo que deveriam ensinar para os roteiristas de Hollywood: só abra mão da linearidade por um bom motivo narrativo. O que, aliás, não existe aqui.

Este é meu principal resmungo em relação a Tolkien. Há uma curiosidade, no entanto. Normalmente filmes que abordam a vida de pessoas famosas mostram os bastidores da criação que os deixou famosos. Não é o caso aqui. O filme termina exatamente quando Tolkien começa a escrever, o que é uma decisão curiosa da equipe criativa, e que acaba separando este de obras semelhantes.

De resto, não é a cinebiografia para acabar com todas as cinebiografias, mas é sem dúvida melhor do que a maioria. Se a vida deste escritor tão importante para a cultura nerd lhe interessa, vale o ingresso.

CURIOSIDADE:

  • O nome do autor é pronunciado Tolkín, e não Tolkiên, como a maioria de nós fala.