Eu gosto muito desta série, mas Missão Impossível O Acerto Final parece querer encerrar de forma diferente. A história, que continua diretamente de onde Acerto de Contas Parte 1 parou, continua bem boba. Uma baboseira sobre uma inteligência artificial que quer destruir o mundo só porque sim. O problema com o filme é que ele se leva a sério, ou pelo menos mais a sério do que no passado da série.

CRÍTICA MISSÃO IMPOSSÍVEL O ACERTO FINAL

Se Acerto de Contas Parte 1 era uma aventura tradicional de Missão Impossível, com muito humor e cenas de ação exageradas, O Acerto Final incumbe-se da missão de encerrar a história. Assim, ele faz um monte de referências a filmes anteriores, traz de volta sementes de história deixadas em aberto e até alguns atores secundários. É tipo o final de uma trilogia, a fim de amarrar tudo. A diferença é que esta trilogia tem oito partes.

Assim, tem muita história aqui e, com isso, temos menos das cenas de ação absurdas que a gente tanto gosta. Não é que elas não existem. E as que existem são muito boas. O clímax entre dois aviões cuja imagem ilustra esta matéria é um claro destaque, mas a do submarino também é marcante por quão aflitiva ela é.

Na verdade, o roteiro faz um excelente trabalho em mostrar porque tudo é tão importante e porque os personagens não têm outras escolhas. Apesar dos planos de Tom Cruise e companhia irem de vento em popa, cada uma de suas vitórias vem depois de uma viradinha. Afinal, de virada é mais gostoso.

DESLIGANDO OS MÍSSEIS

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O curioso é que fica claro desde o início que esta crise simplesmente não existiria se os países mais armados da Terra desligassem seus armamentos. O plano da inteligência artificial é assumir o controle de todos eles e destruir a humanidade com seu poder destrutivo. Ou seja, desligar tudo é cortar o mal pela raiz. Mas nenhum país quer fazer isso primeiro, com medo de dar a vitória de mão beijada para seus concorrentes. Incrível, não? É por isso que Ethan Hunt e sua patota precisam mais uma vez ir contra as ordens do governo estadunidense para tomar o único caminho moral possível. Destruir a IA.

Todos os personagens falam também que destruir a IA vai destruir o ciberespaço, mas isso nunca é elaborado, nem mesmo no esperado final super-ultra-mega-feliz. Será que perdi alguma coisa? É possível, pois apesar de simples, a história é extremamente rocambolesca.

O QUE VOCÊ JANTOU ONTEM?

Eu disse na minha resenha de Acerto de Contas Parte 1, toda história merece ser contada no tempo necessário. Mas se a sua história precisa de seis horas, talvez o cinema não seja a melhor mídia para realizá-la. Afinal, faz dois anos que Acerto de Contas Parte 1 passou no cinema, e eu não lembro do que jantei ontem.

A boa notícia é que Missão Impossível O Acerto Final é um bom filme, e inclusive se permite recapitular o básico da história antes de começar com tudo. Não com um “previously…” tradicional, mas deram uma forma de resumir a sinopse logo na primeira cena. É quase como aqueles Star Wars que começam com um texto para te colocar no meio da ação, mas aqui é com um personagem falando.

Missão Impossível O Acerto Final provavelmente é o Missão Impossível mais fraco a que eu já assisti. Mas a qualidade da franquia é tamanha que mesmo assim valeu ter visto. As três horas de duração podem não ter passado tão rápido quanto no anterior, mas ainda foi um filme divertido, mesmo optando por ficar mais complicado do que deveria. Agora que minha mensagem foi passada, esta resenha se autodestruirá em cinco segundos. Se você quer evitar que isso aconteça, considere assinar nosso financiamento coletivo no Apoia.se. Prometo que não vai demorar muito para você começar a ganhar uns joguinhos de presente.

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