Após dois filmes da boneca sapeca Annabelle, chegou a hora de outro personagem originado em um Invocação do Mal ganhar um longa só seu para assombrar. Pois é, a demoníaca freira de Invocação do Mal 2 (que na verdade é um demônio travestido) estrela o convenientemente intitulado A Freira. Ao menos em tese…
No final dos anos 1950, um padre e uma noviça são enviados até um convento na Romênia para investigar o suicídio de uma freira. Claro que o lugar é super sinistro e está sob a maligna influência do demônio Valak, que se veste como uma das irmãs. O que, dentro de um convento, pode causar algumas confusões.
Bem, trata-se de um filme de terror mainstream derivado de uma série igualmente mainstream. Diacho, o bagulho se chama A Freira, então era de se esperar que sua presença seria bem utilizada. Só que ela praticamente não aparece em seu próprio filme.
Que, por conta dessa sentida ausência (ou uso com parcimônia, se preferir), acaba sendo bem chato durante toda sua duração. Nunca é bom quando um filme de terror causa mais bocejos do que sustos.
E a maior parte dele consiste apenas no padre e na noviça caminhando por ambientes escuros, às vezes juntos, outras em separado, e ocasionalmente tomando aqueles sustinhos genéricos já manjados que todo mundo está careca de saber.
CRUZ CREDO!
Por conta dessa ausência de sustos e excesso de gente caminhando a esmo, ele é apenas muito entediante durante toda sua duração. Quando finalmente parece que vai pegar no tranco e A Freira resolve aparecer em toda sua glória profana para brincar, ele acaba. Pois é…
Este parágrafo contém possíveis SPOILERS. Se você não quiser saber mais nada sobre a trama, pule para o próximo. Lá vai: também achei no mínimo estranho que tenham escalado a Taissa Farmiga, irmã mais nova da Vera Farmiga, que faz a Lorraine Warren nos Invocação e não tenham criado qualquer ligação a partir disso. Sim, há uma conexão com a série principal, mas acaba não sendo tão interessante quanto poderia ser se tivessem criado alguma ligação entre as personagens das irmãs Farmiga.
Bom, eu gosto muito dos dois Invocação do Mal, mas os dois Annabelle (embora o segundo tenha melhorado bem) e este aqui estão longe do nível da matriz. O motivo não poderia ser mais claro: James Wan.
Enquanto o talentoso diretor consegue reverenciar estéticas e truques antigos enquanto injeta seu estilo próprio, os derivados claramente ficam nas mãos de operários-padrão sem qualquer traço de visão própria, fazendo apenas o feijão com arroz para agradar o estúdio. Isso resulta em filmes de qualidade geral bem inferior que mais parecem caça-níqueis do que uma tentativa válida de criar um universo próprio de terror.
O personagem do demônio Valak de fato era legal e parecia uma boa ideia, dentro dessa proposta de expansão, lhe dar um filme solo. Só faltou a vontade de caprichar e fazer alguma coisa minimamente decente. A Freira é simplesmente muito fraco e não assusta ninguém. Melhor mesmo rever Invocação do Mal 2 que você ganha mais. Ou ao menos se assusta mais.
