Super Mario Galaxy

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Desde o lançamento do Wii, era consenso dizer que, embora o videogame fosse inovador (devido ao seu controle com sensor de movimentos) e a proposta de ser uma diversão familiar ao invés de focar em gamers fosse uma boa idéia, faltavam não apenas bons jogos, como aquele que fosse definido como o primeiro clássico do novo console.

Bem, a discussão acabou com a chegada de Super Mario Galaxy. Não apenas é o primeiro game de plataforma desenvolvido exclusivamente para o Wii, como também é responsável por mostrar que o console, embora inferior tecnicamente a seus concorrentes (Xbox 360 e Playstation 3) pode sim render bastante quando bem trabalhado. Sem contar que o garoto propaganda da Nintendo ganhou seu primeiro clássico nessa nova geração.

A grande sacada de Super Mario Galaxy é combinar muito bem o que o Wii tem de melhor: o seu controle, a proposta de um jogo que agrade tanto a um jogador veterano quanto à mãe deste, e o visual fofinho característico da Nintendo, com uma aventura em ambiente 3D longa, engraçada e desafiadora, mas bem longe de ser impossível.

E agora que já passamos pela introdução, vamos ao que interessa, o game:

A HISTÓRIA

Aqui, não há muitas novidades. A Princesa Peach é seqüestrada pelo vilão Bowser pela bilionésima vez e cabe ao Mario resgatá-la. No entanto, agora ele contará com a ajuda de Rosalina, uma viajante espacial que, através de seu observatório intergaláctico, vasculhará diversas galáxias desbaratando os planos do Bowser para dominação do universo até chegar ao cativeiro da Princesa.

O grande diferencial em relação aos jogos anteriores é que este me lembrou muito o grande clássico da literatura infantil O Pequeno Príncipe. Mario explora diversos planetóides minúsculos, literalmente dando a volta no planeta com poucos passos. E ele também conta com a ajuda de Toads e de criaturas chamadas Lumas para se informar sobre qual o objetivo de cada fase, incorporando assim elementos de adventure e RPG ao seu tradicional formato plataforma.

OS CONTROLES

O game explora todas as funcionalidades do wiimote, aliado à extensão nunchuck, de uma forma fácil de dominar e bem instintiva.

Você controla Mario com a alavanca do nunchuck e usa os botões A e B do wiimote para pular e atirar Star Bits (pedaços de estrela), respectivamente. Também há uma mira na tela, controlada pelo pointer do wiimote, usada para recolher os Star Bits e mirar nos inimigos. E dando uma sacudida no controle, você executa o giro, o principal ataque de Mario no jogo.

Pela descrição pode parecer complicado, mas acredite, já no final da primeira fase, tudo isto já está dominado e se torna natural. Ah, sim, as respostas dos comandos são precisas.

O JOGO

O jogo é bem longo. São muitas galáxias a serem exploradas, cada uma com três ou quatro fases. No entanto, as fases em si são curtas, o que confere uma grande agilidade à aventura.

O objetivo é recolher as estrelas no final das fases e quando se derrota um chefe. Você precisa de no mínimo 60 para poder enfrentar Bowser e resgatar a princesa. Ao todo, são 120 estrelas e, além das que estão no final das fases e das que você recebe a cada chefe eliminado, muitas fases possuem estrelas escondidas (algumas fáceis de achar, outras um verdadeiro suplício) e há ainda outros desafios específicos que valem mais estrelas, como repetir uma fase com alguma pegadinha extra (limite de tempo, inimigos se movendo com o dobro da velocidade original, etc).

O nível geral de dificuldade é bem fácil, graças ao fato de que agora Mario pode levar três golpes sem morrer e o giro é um ataque muito eficiente, quase infalível. Assim, morrer praticamente só acontece quando você cai em um buraco negro ou é esmagado por algum obstáculo.

A maioria das fases é bem tranqüila de passar, mas há algumas poucas onde você desejará não ter nascido, como por exemplo, a corrida contra o fantasma e a aquisição da estrela escondida no cume da montanha de gelo.

Os chefes também são bem fáceis de matar, com um ou dois exigindo um pouco mais de trabalho, mas nada que um pouco de insistência não resolva.

Há também diversos cogumelos especiais, como o que transforma Mario numa abelha, capaz de voar e grudar em paredes feitas de favos de mel. Estes geralmente estão em fases bem específicas. Outros elementos já conhecidos sofreram modificações. A flor de fogo, por exemplo, agora possui um limite de tempo.

As moedas agora têm como principal objetivo restaurar a energia do encanador. Claro, pegando 50 numa fase você ainda ganha uma vida, mas eu simplesmente não consegui esse feito. Baba mesmo é coletar 50 Star Bits, o que tem o mesmo efeito.

A cada fase completada e chefe derrotado você pode salvar o jogo. No entanto, ele não salva o seu número de vidas, o que é uma sacanagem. Saiu do jogo quando tinha 25 vidas? Azar, quando voltar terá apenas o padrão, quatro. Pelo menos é comum o Toad carteiro te dar algumas vidas de brinde no observatório.

Outra coisa irritante é que quando você pega uma estrela escondida no meio de uma fase, você volta automaticamente para o observatório para salvar o seu progresso. Aí você tem de entrar de novo para pegar a estrela do final de estágio. Podiam muito bem deixar você pegar a estrela escondida, continuar até o final e só aí voltar ao observatório.

No mais, quem já jogou pelo menos um Super Mario de qualquer outro console não vai ter dificuldades em reconhecer elementos clássicos da série, como personagens e músicas e também não deve ter grandes problemas para chegar ao final.

GRÁFICOS E SONS

Os gráficos são os mais bonitos que eu já vi no Wii até aqui. Para um jogo de gráficos poligonais (que definitivamente nunca me agradaram), está surpreendentemente muito bem feito. As fases abusam do colorido característico do universo do encanador bigodudo e cada planetóide e fases em geral são muito bem construídas e detalhadas.

O som é apenas ok. Meu videogame está ligado a um home theater e pude constatar que Super Mario Galaxy não tira tudo que poderia das caixas de som. As músicas são bacanas e os efeitos sonoros, idem. No entanto, em passagens com diálogos não há o som das vozes, só um ou outro efeito sonoro. Será que o Wii não suporta vozes? Impossível essa possibilidade, ou não teríamos um game como Guitar Hero para o console. Foi preguiça dos programadores ou o orçamento estava apertado? Mistério.

SALDO FINAL

Se você tem um Wii, Super Mario Galaxy é o primeiro jogo obrigatório do console. E mesmo se você não tem um, dê um jeito de colar na casa de um amigo. A diversão é garantida por dias a fio.

É um dos jogos mais bonitos do Mario e um dos mais fofinhos, dado seu visual e sua temática. Será que demora muito para sair uma continuação?

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Nota
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Carlos Cyrino
Formado em cinema (FAAP) e jornalismo (PUC-SP), também é escritor com um romance publicado (Espaços Desabitados, 2010) e muitos outros na gaveta esperando pela luz do dia. Além disso, trabalha com audiovisual. Adora filmes, HQs, livros e rock da vertente mais alternativa. Fez parte do DELFOS de 2005 a 2019.
super-mario-galaxyAno: 2007<br> Gênero: Plataforma<br> Plataforma: Wii<br> Fabricante: Nintendo<br> Versao: Wii<br> Distribuidor: Nintendo<br>