Atenção: o texto abaixo é humorístico, mas tudo que é ensinado nele é tiro e queda. Seguindo-o à risca, você provavelmente nunca mais vai precisar falar sobre o tempo, então utilize-o como se não houvesse leis de atentado ao pudor.
E aí, amigão? Tem se divertido muito nos últimos dias constrangendo seus amigos e conhecidos? Se a resposta for negativa, clique aqui para aprender a fazer isso. Se for positiva, prepare-se, pois agora é que a diversão realmente vai começar. No nível mais avançado desse nosso curso relâmpago, vamos revelar os arcanos segredos da arte de constranger completos estranhos, através de métodos comprovados em nossa experiência de vida. Sabe aquela velhinha do ônibus que insiste em falar sobre o tempo ou o sujeito do elevador que pergunta o que você faz da vida? Bwa-hua-hua! Eles não perdem por esperar!
PARTE II – CONSTRANGENDO DESCONHECIDOS
II.1 – No elevador:
– Fique encarando as pessoas, mas não diga nada.
– Se você conseguir fazer isso sem piscar, melhor. Ah, espera, esse não é o “Como assustar as pessoas”…
– Depois de encarar por um tempo, grite “você é um deles” e comece a bater desesperado nas paredes do elevador, implorando para sair.
– Peide no elevador lotado e escolha uma pessoa para observar com um olhar fulminante e acusatório.
– Mande tchauzinho para a câmera do elevador e dê sorrisinhos marotos e safados. De vez em quando, mande um beijinho.
– Saia no elevador do seu prédio, de madrugada, vestido com um lençol branco. Fique parado lá, sem se mexer, não interessa quantas pessoas entrem nele.
– Certifique-se de que o porteiro tenha acesso à cena, pela câmera de segurança. Na manhã seguinte, pergunte se correu tudo certo, durante a noite.
– Entre no elevador e mostre para a câmera uma placa escrita “também estou de olho em você”.
– Se você não tiver o que fazer, fique o dia inteiro lá dentro, segurando a placa e fazendo cara de evil monkey.
– Se você tiver o que fazer, mesmo assim fique lá. Convenhamos, nada é mais importante do que constranger um desconhecido.
– Desça no elevador cheio, em um domingo de manhã, trajando apenas uma calça de moletom, sem cuecas.
– Entre no elevador de “barraca armada”.
– Toque air instruments alucinadamente dentro de um elevador com outras pessoas.
– Fique pulando dentro do elevador, para assustar seus companheiros de viagem.
– Aperte todos os botões do elevador e depois proponha a todos que façam um tour pelo prédio.
– Aperte todos os botões do elevador quando ele já estiver diminuindo a velocidade para parar no andar em que você vai descer. Jogue uma bombinha de fumaça imaginária no chão e saia gargalhando maniacamente.
– Faça pipi pela janela do seu prédio, à noite. O barulho do líquido caindo vários andares é extremamente relaxante.
– Se tudo falhar, fique pelado.
II.2 – No ônibus:
– Faça as pessoas pensarem que cometeram gafes. Por exemplo, se numa conversa alguém criticar os católicos, diga que você é um (mesmo não sendo) e divirta-se vendo a cara de tacho da pessoa.
– Conte uma mentira atrás da outra, admitindo logo depois que inventou tudo.
– Se alguém vier puxar papo com você, olhe confuso em volta, depois olhe para a pessoa e diga “I don’t speak portuguese”.
– Outra opção é responder a ela com entusiasmo, mas em uma língua inventada.
– Seja qual for a opção escolhida, em seguida converse perfeitamente em português com a pessoa do outro lado.
– Essa é ótima para viagens de carro ou ônibus, mas para fazê-la você precisa de pelo menos um comparsa. Cante Bohemian Rhapsody, principalmente a parte da opereta. Obviamente, não pode ser afinado ou você não atingirá o objetivo.
– Atenda aos pedidos das vozes da sua cabeça e dê um bis com a mesma música. Apresente-a como Bohemian Rhapsody [Reprise].
– Quando estiver frio e todas as janelas do ônibus cheio estiverem fechadas, peide como se não houvesse esfíncter. Guarde todo o seu estoque de gases, durante o dia, para gastá-los dentro do ônibus. Quando o circo pegar fogo lá dentro, seja o mais indignado de todos com a situação.
– Acomode-se, mesmo que o ônibus esteja vazio, atrás (atrás MESMO) ou ao lado (neste caso, bem coladinho) das mulheres mais desejáveis que você encontrar.
– Finja estar com sono e deixe seu corpo ir caindo para cima do passageiro sentado ao seu lado.
– Se, no caso acima, o passageiro for uma mulher desejável, encoste sua cabeça no ombro dela e comece a roncar. Se você for MUITO corajoso, abrace-a em posição de conchinha. Outra opção é repetir o que já fez com as amigas: abrace-as e aconchegue-se em seus peitos de olhos fechados, ronronando.
– Se tudo falhar, fique pelado.
II.3 – Na fila do banco:
– Quando a fila estiver especialmente grande, comece a dançar e a cantar uma música sobre contas e impostos. Se os musicais nos ensinaram alguma coisa, é que todo mundo vai se juntar a você.
– Conte para a pessoa de trás que precisa sacar dinheiro. Em seguida pergunte a senha dela.
– Invente uma senha e grite alto que é a senha do fulano de trás.
– Chame o segurança e acuse o cicrano da frente de ficar perguntado qual é sua senha. Faça um alvoroço e não pare até que ele seja expulso do recinto.
– Repita a operação até ser o primeiro da fila.
– Se você for homem, entre na fila de atendimento especial e diga que está grávido. Se recusarem o atendimento, comece a gritar que estão desrespeitando seus direitos.
– Faça um certificado médico caseiro (a lápis) provando sua condição de grávido.
– Se tiver uma porta de vidro, fique passando na frente dela fingindo que está nadando. Se ainda não perdeu todos os seus amigos com as lições do texto anterior (o que significa que você não as aplicou com afinco), peça para ele persegui-lo como se fosse um tubarão, fazendo a barbatana com as mãos.
– Se for uma porta giratória, fique girando nela sem parar, como no clássico episódio do Chaves em Acapulco.
– Esconda algo de ferro onde o sol não bate e fique tentando entrar até o guarda fazer você ficar pelado.
II.4 – No cinema:
– Conte o que está acontecendo na tela para seu filhinho de quatro anos usando aquelas melodias irritantes que as pessoas usam para falar com crianças.
– Conte o que está acontecendo na tela para um amigo pelo celular. Certifique-se de que o amigo está na mesma sala, porém separado de você e também falando alto, para que a maior quantidade de pessoas consiga desfrutar do serviço essencial que você está prestando.
– Conte o que está acontecendo na tela para qualquer um que esteja ao seu lado.
– Fale com os personagens. Tipo: “não entra aí, sua burra! Ele está atrás dessa porta!”.
– Quando ela entrar lá, grite que a avisou e a chame novamente de burra.
– Invente um final para o filme e comente-o na fila. “Fiquei muito decepcionado quando mataram o filho do protagonista. Matar crianças não é legal”. Diga isso especialmente se o protagonista tiver um filho, desde que ele não morra no final. A pessoa vai ficar brava com você o filme inteiro, para só então perceber que foi enganada.
– Em momentos de extremo suspense, espreguice-se fazendo sons bem altos.
– Se for um filme de arte, por exemplo, comente bem alto na saída que achou uma porcaria porque não explodiu nada, nem teve pessoas peladas.
– Fique você pelado, em protesto.
– Se for um filme daqueles bem deprês, nas cenas em que todo mundo está chorando, comece a gargalhar e depois tente puxar uma ola comemorando a morte do personagem.
– Se tudo falhar, fique pelado e tente puxar uma ola novamente. Agora vai!
II.5 – Demais lugares públicos:
– Vá a um casamento vestido de Jason Voorhees. Certifique-se de que apareceu ao fundo de várias fotos e vídeos, mas não deixe que ninguém saiba que é você. Também não faça nada extremamente chamativo. Por exemplo, durante a cerimônia, fique normalmente sentado assistindo, como se fosse um convidado como qualquer outro.
– Monopolize as bandejas de salgadinhos como se tivesse acabado de voltar da Somália.
– Grite “Steeeeeeellaaaaaaaaaa!” em algum local público. Se tiver alguém com esse nome lá, será ainda melhor.
– Tenha as manhas de rasgar sua camisa enquanto grita.
– Escreva “Steeeeeeellaaaaaaaaaa!” em um pedaço de papel e fique parado na frente das câmeras de segurança, sem camisa e fazendo cara de evil monkey.
– Diga que escreveu este texto pelado.
– Eu escrevi este texto pelado. (Cyrino)
– Eu acrescentei coisas a este texto, pelado. (Júlio)
– Eu tenho medo desses meus colegas, mas isso não significa que não esteja pelado ao escrever isso. (Corrales)
– Admita: agora você está nos imaginando pelados!
– Pergunte para uma pessoa qualquer, na rua, onde existe uma casa de garotas nos arredores. Funciona melhor se a pessoa for uma mulher.
– Faça a dança do robô. Isso constrange qualquer um num raio de cem metros.
– Em baladinhas de música eletrônica, chegue em uma roda de pessoas desconhecidas, peça espaço e comece a fazer passos de break.
– No intervalo entre as músicas, pergunte alto se alguém tem crack.
– Em casamentos, chegue em uma roda de pessoas desconhecidas, peça espaço e comece a fazer passos de break.
– No intervalo entre as músicas, pergunte alto se alguém tem crack.
– Em churrascos com samba, chegue em uma roda de pessoas desconhecidas, peça espaço e comece a fazer passos de break.
– No intervalo entre as músicas, pergunte alto se alguém tem crack.
– Em shows de rock, chegue em uma roda de pessoas desconhecidas, peça espaço e comece a fazer passos de break.
– No intervalo entre as músicas, pergunte alto como é possível alguém gostar de “música pauleira”.
– Na faculdade, chegue em uma roda de pessoas desconhecidas, peça espaço e fique pelado.
– Quando terminar de tirar a roupa, pergunte se alguém tem maconha.
– Ou chegue no sujeito mais careta do recinto (lembre-se, ainda pelado), abrace-o como se fosse um amigo que não via há anos e, ainda abraçado, pergunte se ele tem seda.
– Na fila do banco, abra espaço e comece a fazer passos de break.
– Quando terminar, coloque a mão no piu-piu e grite “Uuuuuuuuh” em voz aguda como o Michael Jackson. Fique imóvel, nessa posição, até o segurança expulsar você do banco. Funciona melhor se você estiver pelado.
– Durma em qualquer sofá que se encostar. Por exemplo, na casa da tia da sua namorada, em um aniversário cheio de gente da família dela. Se você costuma ter ereções enquanto dorme, melhor ainda.
– Quando você terminar de apresentar um seminário na faculdade, jogue uma bomba de fumaça imaginária no chão e faça o efeito do ruído com a boca. Dirija-se ao seu lugar e sente lá, extremamente sério.
– Quando você estiver para ir embora de qualquer lugar, atire uma bomba de fumaça imaginária no chão e faça o efeito do ruído com a boca. Saia com uma gargalhada de super-vilão.
– Lembre-se, se tudo isso falhar, fique pelado.
II.6 – Na prisão (você achou mesmo que ia ficar pelado em tantos lugares públicos sem consequências?):
– Imponha respeito. Esbofeteie os outros prisioneiros.
– Se puder fazer isso com uma luva de pelica, desafiando-o para um duelo, melhor ainda.
– No chuveiro, derrube o sabonete, faça cara de evil monkey e pergunte em voz alta quem é que vai pegá-lo.
– Conte piadas de presidiários.
– Chegue naquele negão de dois metros preso por múltiplos homicídios e pergunte se ele quer ser sua mulherzinha.
– Lembre-se, a dor de uma surra passa, mas o prazer de se constranger os outros permanece.
– Não durma de boca aberta.
– Conte a todos que você está cavando um túnel para fugir e, quando perguntarem como, mostre uma colher de café.
– Se tudo falhar e você preza a integridade da sua porta dos fundos, faça o que fizer, não fique pelado.
– Se não é o caso, então vá em frente e fique pelado.
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