Coco Antes de Chanel

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Permita-me começar esta singela resenha com um delicado desabafo.

(Corrales limpa a garganta e arruma as mangas da camisa)

AAAAAAAAAAAAAA!

AAAAAAAAAAAAAA!

AAAAAAAA… cof… AAAAAAAA!

Ok, esse ano teve alguns filmes realmente bons, mas teve tanta porcaria que me sinto até mal por escolher apenas uma para linkar aqui. Coco Antes de Chanel vem acrescentar mais um nome a candidatos a piores do ano. Aliás, seria vencedor garantido em qualquer outro ano, mas 2009 está tão glorioso nesse aspecto que a concorrência está pesada.

Aqui conhecemos Gabrielle Chanel, uma órfã do século XIX que ganha a vida cantando sobre um cachorrinho chamado Coco. Logo, ela decide morar com um nobre em troca de fornecer serviços sexuais ao caboclo, mais ou menos como o Ashton Kutcher costumava fazer antes de encontrar o amor. Porém, ao contrário do popular Cinzatom, ela fica infeliz com o acordo.

A partir daí, o longa se arrasta por duas… longas… motherfuckin’… horas. E nada segura o interesse. A protagonista é ranzinza, mal-humorada e simplesmente odiável. Nenhum dos coadjuvantes chama a atenção. Nada se salva. Pelo menos nada que importe. Talvez o figurino, como em todo filme de época, mas quem se importa com isso?

Ah, sim, a Gabrielle vai eventualmente (tipo na última cena do filme) se tornar a dona da marca Chanel. Mas isso demora muito para acontecer e, convenhamos, se você está no DELFOS, não deve nem saber quantos N’s tem no nome da marca. E olha que acabou de ler.

Nhe bla do silva no disco que foi para a fazenda do estrupício fulustreco apetecedor aiô, silver.

Esse parágrafo acima representa mais ou menos os filosóficos pensamentos que passavam pela minha cabeça enquanto eu olhava o relógio e torcia para a tortura acabar logo ao tentar limpar a baba que se acumulava na minha camiseta. Claro, ocasionalmente não conseguia evitar pensar em quais seriam as formas menos dolorosas e menos chamativas para cometer suicídio em um cinema. Porém, logo decidi adiar o ato para poder escrever esta resenha e assim evitar que outras pessoas joguem duas preciosas horas de sua vida (sem falar alguns trocados) fora para ver isso.

Este filme é um crime. É uma afronta a tudo que já foi abençoado pelo Vento Preto. Não assista. De jeito nenhum. Se a sua namorada quiser assistir, acabe o namoro. Nada justifica ficar 120 ciclos minutais olhando para uma tela que está projetando isso. A não ser, claro, um pacto de tortura mútua seguido de suicídio conjunto. Agora que já avisei meus queridos delfonautas, com licença que eu vou me matar.

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