Bling Ring – A Gangue de Hollywood

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Sofia Coppola começou sua carreira de diretora de longas de forma explosiva. Virgens Suicidas e o queridinho nerd Encontros e Desencontros colocaram o nome da filhota do Francis Ford no mapa. Maria Antonieta até ganhou um Oscar, mas era daqueles que não importam para ninguém (figurino) e Um Lugar Qualquer passou de forma tão despercebida que poucos sabem da sua existência.

A essa altura, é claro que ela nunca vai conseguir preencher os sapatos do seu papis, mas será que pelo menos vai conseguir repetir o impacto dos seus dois primeiros filmes? A julgar por Bling Ring – A Gangue de Hollywood, a resposta é não.

BLING

A maioria de nós já considerava que Hollywood chegou ao fundo do poço quando começou a adaptar jogos de tabuleiro. Pois aqui temos um novo nível neste poço: Bling Ring é adaptação de uma matéria de revista. Fuck!

Aqui finalmente descobrimos o que acontece com uma bruxa depois que ela se forma em Hogwarts e percebe que não tem muitas vagas de trabalho para mágicos no mundo real. Resposta: ela se junta a uma gangue que invade casas de celebridades e pega algumas roupas, sapatos e afins a cada visita.

Nenhum dos personagens da gangue é carismático, são todos pessoas superficiais focadas em coisas como moda e lifestyle, e a maior parte do filme consiste neles invadindo casas bonitas e vestindo várias roupas diferentes. Tédio, meu amigo!

Não ajuda também a genialidade envolvida nos crimes. Sabe como eles invadem as casas das celebridades? Eles procuram o endereço na internet, veem que o sujeito ou a mina estão viajando, vão até lá e simplesmente abrem a porta destrancada. Sério, Sofia?

Eu até sou capaz de acreditar que uma stupid spoiled whore como a Paris Hilton pode sair da cidade e deixar a chave embaixo do tapetinho da entrada, mas não dá para engolir que qualquer ricaço sem dano cerebral faria a mesma coisa.

E convenhamos, se realmente os magnatas hollywoodianos são assim tão burros e foi assim que as coisas rolaram na vida real, entra aquela máxima de que a vida é mais estranha que a ficção, pois a vida não precisa fazer sentido. Esta estratégia de que as portas de celebridades estão sempre destrancadas não faz sentido e, como tal, prejudica sobremaneira o filme. Pior que esse problema poderia ter sido resolvido simplesmente falando que alguma das meninas manja de lock picking, até porque é algo que pode ser aprendido no Tubão.

RING

Personagens fracos e superficiais roubando casas de magnatas que têm mais sapatos do que massa cinzenta e um roteiro fraco e cheio de furos fazem com que seja praticamente impossível recomendar Bling Ring para qualquer delfonauta que se preze.

Assista apenas se você está curioso para ver a Emma Watson crescida ou se for um grande fã da diretora que não pode esperar alguns meses para ver na TV. Mas acredite, você não perderá nada vendo na telinha.

REVER GERAL
Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
bling-ring-a-gangue-de-hollywoodPaís: EUA<br> Ano: 2013<br> Duração: 90 minutos<br> Roteiro: Sofia Coppola<br> Elenco: Emma Watson, Katie Chang, Israel Broussard, Taissa Farmiga, Leslie Mann e Gavin Rossdale.<br> Diretor: Sofia Coppola<br> Distribuidor: Diamons<br>