Bem-vindo à nossa análise Vengeful Guardian Moonrider. Temos aqui o novo jogo da Joymasher, a desenvolvedora brasileira que vem se especializando em fazer ótimos jogos emulando experiências dos 8 e 16-bit. Os jogos abaixo são deles, e já foram analisados aqui.
ANÁLISE VENGEFUL GUARDIAN MOONRIDER
Os jogos anteriores da Joymasher são homenagens claras a games específicos do passado: Contra, Ninja Gaiden e Castlevania. Vengeful Guardian Moonrider finalmente começa a colocar mais de personalidade e menos de homenagem. O game antigo que ele mais me lembrou foi Shinobi 3, mas talvez para você ele possa lembrar outros games do gênero, como Mega Man. E isso já é uma vantagem em relação a Blazing Chrome, que é ótimo, mas qualquer pessoa que o jogue vai pensar em Contra.
Como já é de se esperar da Joymasher, os controles são ótimos. Ataques são crocantes e bem animados, tornando o combate um prazer. A movimentação também é bacana, com pulos agradáveis de fazer, a possibilidade de wall jump e uma voadora que literalmente voa, estilo Turtles Dois.
Eu até achei que ele seguiria uma fórmula estilo Mega Man, uma vez que você pode jogar as fases principais em qualquer ordem e cada chefe libera uma arma nova. Mas não, até onde pude perceber, não existe uma ordem específica que deixa as fases e os chefes mais fáceis. A curva de dificuldade aqui é bem achatada, sem subir consideravelmente ao longo da campanha.
INTENSIDADE BRAZUCA
O que me chamou mais atenção no gameplay é quão intenso ele é. Lembra a sensação de jogar Doom Eternal? Imagine isso em um sidescroller. Vengeful Guardian simplesmente não dá tempo para você morgar e ficar parado admirando o cenário ou curtindo a música. Ele está sempre incentivando movimento. São plataformas que desabam, inimigos que atacam se você ficar parado… Eu não sou um cara de speedrun, mas com Vengeful Guardian me via correndo pelas fases como se estivesse jogando um Sonic.
O inimigo da imagem acima, por exemplo, te caça durante todo aquele estágio, fazendo você perder vida se ficar parado quando a mira aparecer. É o tipo de coisa que normalmente não gosto, e de fato torci o nariz quando ele apareceu. Mas acredita que, no contexto de Vengeful Guardian, acabou sendo divertido? Porque me fez passar por todo o estágio correndo, atacando e pulando entre as plataformas por reflexo. Foi muito mais legal do que esperava, e cada fase tem um gimmick desse tipo para te incentivar a se mexer.
BLAST PROCESSING
Vengeful Guardian é um jogo totalmente retrô, com estética que era comum no Mega Drive. Não nos 16-bit, veja. No Mega Drive especificamente, já que no Super Nes eu não me lembro de nada com essa cara, com violência e cores mais lavadas, especialmente ao mesmo tempo. Embora eu tenha sido um garoto Sega, sempre gostei de gráficos mais coloridos, como Sonic e Comix Zone. Então o visual não me animou muito.
O que eu gostei é o uso que Vengeful Guardian faz de estéticas que na época eram o ápice da tecnologia. Se liga nisso!
Fases como a de motinha acima, embora não sejam especialmente bonitas para meus olhos, se tornam muito divertidas. Afinal, este era o jeito que os games pixelados dos anos 90 simulavam efeitos de profundidade, com zoom e tudo mais. Eu acho isso maior legal!
ANÁLISE VENGEFUL GUARDIAN E A DIFICULDADE
Tem alguns jogos que eu fico sinceramente com medo de pegar para cobrir, e acabar não conseguindo fazer um bom trabalho simplesmente por não conseguir jogar. Estes jogos retrô costumam ser um tema bem espinhoso para mim. Porque eu gosto do gameplay, mas odeio coisas que eles costumam colocar para homenagear o passado, como limite de vidas. E sim, Vengeful Guardian tem limite de vidas, a mesma coisa pela qual critiquei os outros jogos da Joymasher.
Dito isso, não achei o jogo especialmente difícil. No review guide que veio com o código, falava que ao levar game over, você ganhava um item que diminuía o dano tomado. Depois de passar pelas duas primeiras fases, pelas quais passei numa boa, eu forcei um game over para equipar este “modo easy”. E depois disso a coisa foi realmente tranquila. Eu só morria em alguns chefes, e mesmo assim tinha outros que matava simplesmente chegando perto e martelando o botão, sem nem desviar de seus ataques.
CONTINUE?
Então eu diria que a dificuldade de Vengeful Guardian até tende para o fácil, o que anda bem raro atualmente. Mas o limite de vidas e a possibilidade de jogar tempo fora realmente afetou minha diversão. O último chefe, por exemplo, venci em minha terceira tentativa, o que é perfeitamente razoável. Mas o simples fato de que eu só poderia tentar mais uma vez se morresse me deixou receoso. Você sabe, eu odeio perder tempo.
Vengeful Guardian até tem continues e saves, mas como não levei nenhum game over naturalmente, não sei se eles só existem “pra constar”, e usar continue te coloca no último checkpoint (o que seria, na prática, vidas infinitas), ou se o continue te volta até o início da fase. Mas o medo de isso acontecer realmente afetou minha diversão – efeito de sofrer de ansiedade extrema, eu sei. Mas não acho que não sou tão exceção nesta característica, já que quase todo adulto que conheço tem ansiedade.
Resumo da ópera, eu gostei bastante de Vengeful Guardian, e me diverti bastante enquanto ele durou (coisa de duas horas, do início ao fim). Mas a simples existência do limite de vidas diminuiu consideravelmente minha diversão. Se isso não existisse, ou fosse opcional, provavelmente teria levado quatro Alfredos para casa. Porém, da forma que está, três Fredutchos reflete bem minha experiência.