Lembra daquele remake de um jogo antigo do Bob Esponja? Pois parece que ele deu muito certo. Pouco mais de dois anos depois, a mesma Purple Lamp Studios retorna com uma continuação direta, mantendo o gênero, estilo de gameplay e boa parte dos gráficos. Esta é nossa análise SpongeBob SquarePants The Cosmic Shake, um game doce e grudento!

ANÁLISE SPONGEBOB SQUAREPANTS THE COSMIC SHAKE

Se você já lia o DELFOS em 2020 (high five!), ou simplesmente clicou no link acima, deve se lembrar que eu gostei muito de Battle For Bikini Bottom Rehydrated. Assim, devo dizer que estava bastante animado para The Cosmic Shake. E minhas expectativas foram deliciosamente saciadas, meu caro camaradinha! Este jogo é simplesmente – wait for it – uma delicinha!

Análise SpongeBob SquarePants The Cosmic Shake, SpongeBob SquarePants The Cosmic Shake, Bob Esponja, THQ Nordic
Que delícia, meu!

Assim como o anterior, The Cosmic Shake é um game de plataforma em 3D feito com muito capricho, com fases lindas que são claramente parques de diversão para brincarmos. Não é um coletaton, as fases são lineares, com trechos abertos, e você normalmente deve chegar ao final para passar.

Se você não jogou o game anterior do Bob Esponja, uma boa comparação talvez seja Psychonauts 2. Isso porque, embora seja um game de fases, a história é frequente, e você sempre tem objetivos específicos. Estes objetivos em geral são cumpridos no caminho até o final da fase, mas a narrativa é forte aqui. Não é aquele esquema da Nintendo – também delicioso – de uma fase curta depois da outra.

LINDO LEVEL DESIGN

As fases são longas e bem variadas dentro delas, e tem algumas que são simplesmente uma explosão de diversão. A medieval, por exemplo, tem um monte de momentos fofos e agradáveis, como escorregar por um arco-íris ou montar em um unicórnio. Minha filhinha amou, e eu, viril como sou, amei mais ainda!

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Como diriam os machões do Manowar, hail and kill!

Outra fase que é simplesmente uma delícia é a dos piratas, com um lindo cenário paradisíaco. Estou destacando essas duas, mas a verdade é que o jogo inteiro é muito legal. Se for fazer uma reclamação sobre o gameplay, seria o combate. Em especial, os inimigos que precisam de mais do que um golpe para cair, o que costuma envolver alguma espera até eles ficarem num estado em que “aceitam” dano. Felizmente, a alegria contagiante é bem mais frequente em suas fases do que o tédio da espera.

O visual é muito bonito. Não é especialmente pesado, mas é cheio de cores vivas, com animações caprichadas e um monte de personagens bonitinhos – claro, muitos deles tirados do desenho. É daqueles jogos que é difícil imaginar ficarem mais bonitos em máquinas mais poderosas. A não ser que…

ANÁLISE SPONGEBOB SQUAREPANTS THE COSMIC SHAKE E A PERFORMANCE

Pois é, este é o principal defeito do game, e o motivo pelo qual ele não levou nota máxima. Não existem versões next-gen. Nos consoles, ele está disponível para Xbox One e PS4 apenas (além do Switch, claro). Eu joguei a versão de Xbox One, rodando no Xbox Series X, mas mesmo assim é um game que roda muito mal, a ponto de ficar desconfortável.

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Combate.

Tenho a sensação de que ele roda com taxa de quadros destravada, pois em alguns momentos tenho quase certeza que está em 60 fps. Mas a coisa varia selvagemente. É comum o game ficar claramente mais lento, sem falar que sempre que rola uma explosão das caixinhas de itens explosivas – o que é muito frequente – o game dá uma pequena travadinha.

E daí entra aquilo que acaba sendo a malásia do resenhista. Eu joguei semanas antes do lançamento (que é hoje). E os gráficos, embora lindos, não parecem tecnicamente pesados. Tenho certeza que o Xbox One é capaz de rodá-lo de forma satisfatória. O Series X então, mesmo sem versão nativa, certamente consegue melhorar essa performance. Então talvez isso seja melhorado um dia, mas aqui posso apenas falar do que joguei. E em janeiro de 2023, a performance é bem irregular no Xbox Series X.

DUBLAGEM EM PORTUGUÊS

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A performance de fato incomoda, mas em todo o resto, The Cosmic Shake é tão legal e tão simpático que não dá para não gostar dele. Uma coisa legal para os brasileiros é que ele vem com dublagem total em português. Mais legal ainda é que o jogo tem os mesmos atores do desenho, inclusive Wendel Bezerra como Bob Esponja e Sérgio Moreno como Patrick.

Normalmente eu evito coisas dubladas, mas como este é um game que minha filhinha adorava me ver jogando, resolvi arriscar colocar em português. E daí acabei deixando, porque a sensação é realmente de estar jogando o desenho. E a pimpolha adorou acompanhar a história e ficava repetindo tudo que os personagens falavam.

DOCE E GRUDENTO

Na verdade, dos atores eu simplesmente não tenho o que reclamar. Porém, a tradução tem algumas falhas. Expressões comuns em inglês que não existem em português e que foram traduzidas literalmente, por exemplo. Lembra do “eu tenho isso” que a Pitty manda no Mortal Kombat? É por aí. Dá para entender a história numa boa, mas algumas frases e piadas só fazem sentido se você traduzir de volta para inglês na sua cabeça.

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Também há um problema técnico no som que espero que seja resolvido em breve. Os personagens repetem muito as mesmas frases. O Bob, em especial, deve falar “doce e grudento” uma vez a cada dois minutos. E às vezes essas frases repetidas à exaustão interrompem diálogos de história, daqueles que só são falados uma vez.

Isso é uma pena porque a história é bem legalzinha, colocando nosso amigo Esponja em um tipo de multiverso. Cada fase traz seus coadjuvantes como personagens diferentes, o que certamente deve agradar aos fãs do desenho.

GAMEPLAY

Como disse, o gameplay é uma delícia quase o tempo todo. Os controles são ótimos, e você adquire novas habilidades com frequência, sem nunca se sentir sobrecarregado. Porém, ele comete um erro comum em plataformas 3D: é difícil julgar a profundidade.

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Coisas assim são muito mais difíceis do que deveriam ser.

Este tipo de problema já foi resolvido de várias formas. Crash Bandicoot, por exemplo, coloca um anel luminoso mostrando onde você vai cair. Aqui você tem a sombra estilo bolinha, que certamente ajuda, mas nem sempre é muito clara. Certamente não tão clara quanto um anel luminoso. Assim, é comum cair um pouco depois ou um pouco antes de plataformas pequenas, como as da imagem acima. E isso sempre é frustrante.

ANÁLISE SPONGEBOB SQUAREPANTS THE COSMIC SHAKE E O CONTEÚDO OPCIONAL

O lado bom é que essas plataformas pequenas normalmente são opcionais, levando a colecionáveis ou algo assim. O game também traz sidemissions, mas eu optei por não fazer nenhuma delas. Estas sidemissions são do tipo menos interessante possível. Basicamente, depois de cada fase, um personagem fala para você voltar para lá e pegar uns colecionáveis que não existiam na primeira visita. Não, obrigado. Felizmente, como aqui não há mecânicas de RPG ou de nível, você não precisa fazer essas coisas para o jogo deixar continuar a história.

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Então isso é o que tenho a dizer nesta análise SpongeBob SquarePants The Cosmic Shake. Só não digo que ele parece ter sido feito pela Nintendo (o maior elogio que costumo dar a games de plataforma) pela quantidade de história e por ter atores de verdade fazendo as vozes. Isso certamente o diferencia da Big N, mas não o torna pior. Se você gosta de plataformas 3D, mesmo que não seja um grande conhecedor do desenho (eu mesmo não sou) não tenha dúvidas. Pode comprar SpongeBob SquarePants The Cosmic Shake que você vai se deliciar. E, se for fã da animação, seu júbilo será inesquecível. Regozije-se à vontade, meu amigo! Eu certamente me regozijei todo!