Esta foi uma experiência, no mínimo, interessante. Meu processo de análise Pocky & Rocky Reshrined começou com muita raiva, e com a lenta constatação de que eu não conseguiria jogar muito.
Acontece que este jogo é muito difícil. E já começa muito difícil. Sério mesmo, eu tomei um game over em pouco mais de um minuto. Sempre que perdia todas as vidas, voltava para o início, mesmo que escolhesse “continuar”.
E O MODO EXTRA EASY?
O que é curioso é que Pocky & Rocky Reshrined tem um modo chamado extra easy. Mas acredita que ele começa travado? Para poder jogar no fácil, você precisa coletar 3000 moedas total no médio ou no difícil. Ninguém sabe se essas 3000 moedas precisam estar na sua carteira ao mesmo tempo (ou seja, não pode gastar), ou se basta coletar 3000 ao longo de toda sua carreira. O que eu posso dizer é que eu TERMINEI no normal, e o modo easy não foi destravado.
É uma forma de os desenvolvedores obrigarem você a ter a experiência planejada, sem arregar rápido para o fácil. Mas é uma ideia de jerico. Tá vendo aquela nota lá embaixo? Se pudesse ter jogado no easy, e eliminado a repetição, provavelmente Pocky & Rocky Reshrined levaria 4,5. Porque, afinal, é um jogo muito legal.
ANÁLISE POCKY & ROCKY RESHRINED
Pocky & Rocky Reshrined é um remake turbinado de Pocky & Rocky, originalmente lançado em 1992 para Super Nintendo. Ele é criado pelo mesmo time que nos trouxe Wild Guns Reloaded e Ninja Saviors: Return of the Warriors, e segue a mesma linha desses. Ou seja, traz mais conteúdo, mais fases, uma pixel art consideravelmente mais detalhada e músicas retrabalhadas. E ele é simplesmente um espetáculo audiovisual. Os cenários são lindos, os personagens são fofos e engraçadinhos (especialmente os chefes) e as músicas são de cantarolar enquanto joga.
O gameplay é de um shoot’em up run and gun visto de cima. Basicamente, é um jogo de navinha bullet hell em que você é responsável pela exploração. E é uma delícia, especialmente porque a combinação da jogabilidade com o audiovisual é perfeita.
ANÁLISE POCKY & ROCKY RESHRINED: MODO HISTÓRIA E LIVRE
Originalmente, você é obrigado a jogar no modo história, que é apenas single player (outra limitação sem sentido). Você controla personagens diferentes de acordo com a fase, e eles mudam bastante entre si. Pocky e Rocky são muito parecidos, mas os que aparecem mais para frente são consideravelmente mais poderosos e com uma gama de ataques mais interessante.
Depois que você termina o modo história – ou pega 10 mil moedas (lembre-se que na campanha inteira aparentemente eu não peguei três mil) – libera o free mode. Esta modalidade corta todas as cutscenes, permite escolher com quem jogar e ativa a possibilidade de coop. Basicamente, é um daqueles jogos que “começa quando termina”. Seria bem legal que houvesse pelo menos um cheat que liberasse todos os modos de cara.
A INTRANSPONÍVEL PAREDE DE TIJOLOS
A dificuldade altíssima também é algo curioso. Assim como Devil May Cry 3, ele começa parecendo impossível, mas se torna mais encarável conforme avança. Devo ter usado mais de 10 continues até ter a chance de continuar de um ponto mais avançado da primeira fase.
E aí que tá a pegada. Você tem três vidas praticamente para chegar ao próximo checkpoint. Daí, quando morre, pode voltar do checkpoint com mais três vidas.
A questão é que você vai ganhando upgrades. Mais corações de vida, novos ataques, personagens mais poderosos. Começou parecendo uma intransponível parede de tijolos mas, ao terminar, não parecia mais tão difícil. Devo ter usado menos continues nas últimas quatro fases do que na primeira, para você ter uma ideia.
Nas primeiras fases, eu basicamente avançava na tentativa de chegar ao checkpoint, e tinha um tremendo alívio quando via que um continue não me jogou de volta no início da fase. Porém, na segunda metade, eu já não sofria com isso. Perder todas as vidas me fazia voltar, sim, mas em geral eu conseguia avançar um ou mais checkpoints com as três vidas.
VALE PASSAR PELA PAREDE DE TIJOLOS?
Mesmo no começo de Pocky & Rocky Reshrined, em que não conseguia progresso algum, eu gostei do jogo. Ele é bonito e divertido. Mas acabei ficando com raiva, assim como com Battle Axe. Por isso, se pudesse ter jogado no fácil desde o início, minha diversão teria sido muito maior. Daí a tremenda diferença entre a nota real e a que ele poderia ter levado no mundo das ideias.
Inclusive, mesmo tendo terminado minha primeira campanha, ainda assim gostaria de jogar de novo no fácil, de forma mais relaxada. Mas eu não destravei o fácil. E não estou a fim de terminar o modo história sei lá quantas vezes para poder liberar o que eu realmente quero jogar.
Vale a pena tentar ultrapassar essa parede? Aí que tá. Até vale, pois o jogo é muito bom uma vez que você consegue avançar. Porém, devo dizer que, se não estivesse jogando para review, eu sinceramente teria desistido antes do primeiro checkpoint. Munido dessa informação, você escolhe se deve jogar ou não. Diz aí, vai encarar a Pocky e o Rocky?