Eu sempre faço um destaque nos meus textos quando um jogo desconhecido chama a atenção e realmente se mostra um grande jogo. É o caso de Marsupilami Hoobadventure que, apesar do título absurdamente complicado, é o mais novo imortal da Academia Brasileira dos Games Delicinha.
ANÁLISE MARSUPILAMI HOOBADVENTURE
Marsupilami Hoobadventure (sim, isso foi um copy and paste) é um plataforma 2D lindíssimo, com um gameplay caprichado e um level design impressionante. Ele lembra, em muitos aspectos, Rayman Legends, a ponto de que é bem claro que o clássico da Ubisoft foi uma influência aqui.
Só que a Microids não é a Ubisoft (e não me refiro apenas às acusações de abuso sofridas pela Ubi). E isso deixa ainda mais impressionante, pois o aspecto audiovisual e técnico de Marsupilami Hoobadventure é capaz de rivalizar diretamente com seu irmão mais rico. E isso o deixa ainda mais impressionante. Na falta de um orçamento enorme, os desenvolvedores da Ocellus Studio optaram por sacrificar a quantidade, e nunca a qualidade.
Assim, Marsupilami Hoobadventure não é muito longo, contando apenas com três mundos, divididos em 28 fases (10 nos dois primeiros, oito no terceiro). Acredito que este é um bom uso de dinheiro. Você vai perceber que não há tanto conteúdo aqui quanto em Rayman Legends, mas absolutamente TUDO que está aqui deveria estar. Nenhuma fase é chata. Nenhum desafio é pentelho. É tudo a mais absoluta delicinha, cada estágio sendo um saboroso parque de diversões por onde você passa pulando e fazendo acrobacias.
UMA AVENTURA MARSUPIAL
Outros jogos vêm à mente ao saborear Marsupilami Hoobadventure. Em especial, é fácil ver influências de Donkey Kong Country (os tucanos aqui assumem o mesmo papel dos barris) e Crash Bandicoot (ao passar por cada fase, você libera um time trial nela). E, em um jogo influenciado por DKC e CB, é batata que você provavelmente se lembrará também do excelente game brasileiro Kaze And the Wild Masks.
A não ser pela quantidade de fases, Marsupilami Hoobadventure tem o polimento e o capricho que eu esperaria ver em uma nova franquia da Nintendo. E acredito que este é o maior elogio que pode ser feito para um game de plataforma. Aliás, essa é uma faca de dois “legumes”, porque, ele acaba herdando também a aversão a riscos da Big N.
MARSUPILAMI HOOBADVENTURE E UM MONTE DE MECÂNICAS
Seguindo o estilo tradicional de um game de plataforma 2D, cada fase apresenta uma nova mecânica, que começa simples e vai ficando mais complicada ao longo de sua duração. Sim, é totalmente a “fórmula Nintendo”. E, assim como em Super Mario 3D World, nunca se arrisca. Não há nada aqui que você não tenha visto em outros jogos de plataforma.
Absolutamente tudo que está aqui é da mais alta qualidade. Como disse antes, não tem fase ruim. Pelo contrário, tem várias que você chega ao final pensando “cara, isso foi muito legal”. Mas você nunca vai pensar “isso foi especialmente criativo”. Nesse aspecto, Marsupilami Adventure é como assistir a um show de uma ótima banda cover. Pode ser divertido e até impressionante, mas você sabe que ninguém lá criou o que estão apresentando. Minha diversão foi alta o tempo todo, e justamente por isso não ousei descontar nenhum dragão da nota. Porém, a carência de novidades é também o motivo pelo qual você não encontra o glorioso Selo Delfiano Supremo ostentando esta página.
Seja como for, se você gosta de joguinhos de pula-pula, vai adorar Marsupilami Hoobadventure. Ele merece estar lá no topo com os reis Mario, Donkey Kong Country e Rayman Legends. E isso já é um enorme feito por si só.