O tremendão Assassin’s Creed de samuraisGhost of Tsushima, é muito legal, e fizemos uma extensa cobertura dele na época de seu lançamento, um ano atrás. Em 20 de agosto, ele recebeu um DLC chamado Director’s Cut e uma atualização para o PS5. Tanto o DLC Iki Island quanto a atualização para o novo console são pagos separadamente (os dois juntos custam US$ 30,00). Ou então você compra tudo já no PS5. Talvez um esquema Final Fantasy VII Remake seria mais justo. Ou seja, a atualização next-gen é gratuita, e o DLC é pago. Mas este não é o tema deste texto. Esta é uma análise Iki Island, o DLC que compõe o conteúdo extra da “versão do diretor”.

ANÁLISE IKI ISLAND

Iki Island é um DLC ao mesmo tempo parrudo e limitado. É o primeiro pois traz um novo mapa, a Ilha Iki, completo com uma pá de colecionáveis, atividades e cenários lindos para admirar.

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Ilha Iki, delfonauta. Delfonauta, Ilha Iki.

E é limitado porque sua história é bem curtinha. E é legal o suficiente para que eu desejasse que durasse mais tempo.

A HISTÓRIA DA ANÁLISE IKI ISLAND

Os Mongóis estão se organizando na Ilha Iki com um veneno que está fazendo as pessoas ficarem doidinhas de pedra. Nosso heróis Jin resolve ir até lá. Afinal, o estreito de Tsushima não é a casa da sogra. Porém, logo que ele chega, a líder do grupo, conhecida pela alcunha Águia, o envenena. Ele escapa, mas agora precisa se organizar para expulsar os bandidões e recuperar a mente sã.

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Águia para Jin: “Pode beber, juro que não é veneno.”

O mais interessante, no entanto, é que a família de Jin tem história com a Ilha Iki.

OS SAKAI VS. IKI ISLAND

Quinze anos atrás, Kazumasa Sakai, o pai de Jin, invadiu a Ilha Iki junto com um exército de samurais. E eles causaram um massacre ali, a ponto de Kazumasa ser apelidado como “O Açougueiro de Iki”. Ou seja, a família Sakai não é muito bem vista pelos nativos. Para conseguir aliados, Jin precisa mentir sobre sua identidade. E constantemente vê as pessoas comentando do massacre causado pelos Sakai, além de ter pensamentos que demonstram sua insegurança.

Aliás, esses pensamentos são a melhor sacada narrativa de Iki Island. Eles são apresentados como efeito do veneno. E, apesar de serem claramente os pensamentos de Jin, eles vêm com a voz da Águia. É uma forma didática e interessante de mostrar os conflitos internos de Jin ao ver que seu pai – e por extensão os samurais – não eram os heróis honrados que pensava. Aliás, já ouviu nosso podcast sobre o assunto?

Oráculo de Delfos S01E06: Ghost of Tsushima e as figuras históricas romantizadas

É uma forma legal que a Sucker Punch encontrou de acrescentar profundidade a uma narrativa que, anteriormente, era um tanto rasa, de bem contra o mal. Os mongóis ainda são maus. São invasores animalescos e sedentos por sangue. Mas ao lembrar do passado de sua família, Jin percebe que talvez os samurais não sejam tão diferentes. Será que ele é?

Como você pode constatar, é uma temática forte, que certamente renderia mais do que o punhado de missões de campanha do DLC. Sabendo quão curta era a história, eu a estendi ao máximo possível. Fazia uma missão, e daí passava horas limpando o mapa até iniciar a próxima.

ANÁLISE IKI ISLAND: O QUE TEM DE NOVO?

Há algumas novas atividades no DLC Ilha Iki. Tem um torneio de bastões, com quatro batalhas bem diferentes e bem estratégicas. Tem um minigame que exige movimentar o controle para simular as notas da flauta. E tem uma outra atividade onde você deve usar o arco para atirar em todas as lanternas em poucos segundos.

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O minigame da flauta exige manter a bolinha dentro do túnel.

Ele também traz de volta atividades que estavam no jogo principal, como compor haikais, ou tomar um banho em águas quentes. Talvez o acréscimo que mais vai afetar o gameplay é mesmo o novo inimigo. Trata-se de um shaman que fica de longe cantando, o que deixa os vilões mais agressivos. É de bom tom ir correndo na direção dele e cortá-lo em dois antes de limpar geral.

Também há três altares com enigmas. Solucione-os e você ganhará armaduras com cores e detalhes que homenageam outros jogos de Playstation, como BloodborneShadow of the ColossusGod of War.

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Esta é a do Shadow of the Colossus.

Claro, há também várias sidemissions focadas na história. Então mesmo que você faça apenas as missões secundárias e principais, tem bastante jogo. Para mim, Iki Island durou 12 horas para limpar totalmente o mapa e conquistar todos os troféus (com exceção de um que exige jogar o multiplayer Legends, o que eu não fiz).

ANÁLISE GHOST OF TSUSHIMA DIRECTOR’S CUT PS5

Não poderia encerrar esse jogo sem falar um pouco do upgrade next-gen, né? E ele é bem sutil. Considerando que a versão de PS4 já rodava no PS5 a 60 fps, há apenas um ligeiro aumento de resolução.

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Mais palpável – literalmente – é a implementação do Dualsense. Agora andar de cavalo faz você sentir o pocotó em suas mãos, o que é divertido. Outra coisa que chamou a atenção é que em alguns momentos você deve segurar R2 e L2 para derrubar uma árvore ou algo parecido (veja imagem acima). Daí, quando você aperta o R2, ele é molinho, mas quando o Jin começa a puxar, ele meio que empurra seu dedo.

É um tipo de resistência que não tinha visto antes. Nas primeiras vezes, isso fez com que eu literalmente soltasse o botão. É comum o botão ficar mais durinho antes de apertar, mas é a primeira vez que vejo ele endurecer enquanto você aperta. E por favor, não transforme isso em uma piada erótica (hehe, Testikles).

Tem também sincronização labial com o idioma japonês, o que é legal, mas não faz tanta diferença assim. Em especial porque a narrativa de Ghost of Tsushima não é cinemática como The Last of Us. Aqui as cutscenes são mais estáticas, costumam mostrar os personagens bem de longe. Dificilmente você vê as bocas em detalhes, além de que elas simplesmente estão abrindo e fechando. Então isso só é perceptível em raros momentos.

ANÁLISE GHOST OF TSUSHIMA VERSÃO DO DIRETOR VALE A PENA?

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Esta é a pergunta de um milhão de dólares. Ou melhor, de 70! O DLC Iki Island é bem legal, mas é aquela coisa tradicional de um DLC: não afeta muito a história e é mais do mesmo. Assim, se você gostou de Ghost of Tsushima e quer passar mais umas horas com ele, vale muito a pena. Particularmente, acho que é assim que um DLC deve ser. Mudanças mais radicais e revelações de história devem vir em sequências.

upgrade para o PS5 já é outra história. Se você é como eu, provavelmente é obcecado em ter as melhores versões disponíveis para tudo. Porém, Ghost of Tsushima de PS5 não é tão diferente da versão de PS4 rodando na retrocompatibilidade. Sim, tem o gatilho resistente. Sim, tem sincronização labial em japonês. Ah, e os loads quase instantâneos. Mas é isso. Você faz questão disso?

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Agora se você ainda não jogou Ghost of Tsushima, definitivamente pegue o jogo em sua versão de PS5. Ele é simplesmente muito legal, extremamente bonito e com um combate dos mais viscerais que eu já tive o prazer de jogar. E, claro, se vai comprar do zero, compre logo a melhor versão.