Há um bom tempo, os games independentes costumam lançar mão de uma estética retrô. Durante muito tempo, a intenção era emular o visual do Nintendinho. Ultimamente, os desenvolvedores independentes têm evoluído. Temos games como ProdeusTurbo Overkill, com estética retrô e ao mesmo tempo moderna. E temos games como este Full Void, que trazem pixel art, mas com um nível de detalhes e animação absurdamente elaborados, impossível nos consoles de outrora. Meu camarada, eu venho amando esta tendência.

ANÁLISE FULL VOID

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O visual de Full Void é extremamente detalhado, mas ainda é pixel art. A animação talvez seja tão boa quanto a que vemos em um God of War Ragnarok, mas a combinação disso com o visual pixelado faz com que Full Void pareça mais impressionante. Eu sei, é uma contradição. Provavelmente nosso cérebro espera que um game quadriculado se movimente de certa forma, e ao ver movimentos realistas, acaba dando um delicioso e impressionante tilt.

Em matéria de gameplay, Full Void lembra muito Inside. Até mesmo a temática, com seres bizarros fazendo experimentos em seres humanos, lembra o game da Playdead. A movimentação, por outro lado, é reminiscente de Flashback (que talvez jogadores mais jovens reconheçam de Lunark). Porém, Full Void é mais linear e mais direto do que Flashback. O gameplay nunca é interrompido por cutscenes e você não volta para áreas já exploradas.

QUEBRA CABEÇAS DO VÁCUO CHEIO

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Um típico puzzle de Full Void.

puzzle mais comum envolve dar comandos para o robozinho que te acompanha. Em geral você deve usá-lo para interagir com uma alavanca fora de alcance, ou com um equipamento que exija duas interações simultâneas. Devo dizer, no entanto, que não achei estes quebra-cabeças especialmente prazerosos. A repetição deles também não ajuda muito.

Outro tipo de desafio que se repete com frequência é a tradicional empurração de caixas. É aquela coisa, você empurra as caixas para apertar botões, ou para possibilitar o acesso a uma plataforma alta. Todos já vimos isso antes.

FULL VOID É UM PLATAFORMA CINEMÁTOGRÁFICO

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Full Void realmente se torna especial em seus momentos mais cinematográficos. Há vários pontos de perseguição ou que combinam gameplay e narrativa. Estes são embasbacantes, muito por causa do visual, que não parou de me impressionar durante toda sua curta campanha (cerca de duas horas).

Estas cenas mais rápidas trazem mais adrenalina e possibilitam que você fique mais imerso na atmosfera e no visual detalhado, sem ficar contando quadradinhos para ver quantos passos o robozinho deve dar. O jogo começa bem nessa linha, como um plataforma cinematográfico e vai, aos poucos, ficando cada vez mais um puzzle plataforma. Isso significa que, para mim, pelo menos, ele ficou menos interessante conforme avançava, o que é uma pena.

ANÁLISE FULL VOID: UM GAME ESPECIAL

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Full Void tem ótimas ideias e um tremendo capricho visual. O visual há de impressionar a todos, e o game é altamente recomendável para fãs de InsideLimbo. Porém, o foco em quebra-cabeças depois da excelente abertura acaba esfriando a experiência. Isso faz parecer que uma campanha consideravelmente curta é mais longa do que realmente é. De qualquer forma, considerando que pode ser terminado em uma tarde, e impressiona durante boa parte do tempo, é fácil recomendar.

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Nota:
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
analise-full-void-reviewDisponível: Windows, Linux, Mac, Xbox One<br> Analisada: Xbox One (jogado no Series X)<br> Desenvolvedora: OutOfTheBit<br> Editora: OutOfTheBit<br> Lançamento: 18 de julho de 2023 (PC), 12 de setembro de 2023 (Xbox)<br> Gênero: Puzzle plataforma cinemático