Vivemos uma era em que beat’em ups estão na moda. E eu amo isso. Mas sabe o que eu reparei? O foco vem sendo em emular Streets of Rage. Tivemos, por exemplo, The Takeover e Super Punch Patrol, que são ótimas homenagens ao clássico da Sega. Mas e o outro lado? Você sabe, o lado que Streets of Rage foi criado para combater. Falo, claro, do clássico beat’em up da Capcom, Final Fight. Bem-vindo à nossa análise Final Vendetta
ANÁLISE FINAL VENDETTA
Final Vendetta é, quase literalmente, uma cópia de Final Fight.
Há três personagens, com as mesmas características do clássico da Capcom (o forte, a rápida e o equilibrado) e o próprio estilo artístico é muito parecido com um fliperama dos anos 90. Mas com aquele fliperama específico, sabe?
A jogabilidade, golpes e movimentação também são basicamente iguais. A ponto de que eu tentava fazer nos controles a mesma estratégia e golpes de Final Fight, e elas sempre davam certo. Se estava em Final Fight, está em Final Vendetta.
A única coisa que eu consigo perceber que estava aqui, e não estava no jogo da Capcom, é a barra de super. Essa barra enche conforme você distribui uns sopapos. E, quando estiver cheia, dá para usar o “golpe de desespero” sem perder vida. E isso já estava pelo menos em Streets of Rage 3, então não é exatamente uma inovação.
IMITAÇÃO É A MAIOR FORMA DE HOMENAGEM
A própria Capcom tinha um estilo muito específico que estava em todos seus beat’em ups. A temática mudava, mas seja com cavaleiros da távola redonda ou com super-heróis, eles tinham características que os uniam. E Final Vendetta também as tem. Na verdade, se a Capcom quisesse lançar outro beat’em up de “briga de rua” para fliperamas, poderia simplesmente licenciar Final Vendetta.
Mas aí que tá. Final Vendetta é um cover. Mas é um excelente cover. A turma da Bitmap Bureau claramente tem um enorme afeto por Final Fight e foram capazes de reproduzir tudo que o jogo tem de bom. Os gráficos são bonitos, as músicas são legais e, em especial, o combate é deliciosamente crocante.
Absolutamente tudo que está aqui é bom. Não há muito, verdade, mas se você curte os beat’em ups dos anos 90, Final Vendetta é uma ótima pedida.
ANÁLISE FINAL VENDETTA: CONTEÚDO E DIFICULDADE
Inicialmente, Final Vendetta tem duas dificuldades: fácil e difícil (há uma super difícil desbloqueável). No modo fácil, você tem sete vidas. E é isso. O jogo não salva. Perdeu todas as vidas é game over e precisa começar de novo. Isso seria o suficiente para que eu largasse o jogo com raiva. Mas felizmente, há cheat codes, cujos códigos foram disponibilizados para os jornalistas junto com a cópia de review.
No menu de cheats, você pode selecionar fases ou ligar invencibilidade. Particularmente, eu preferia vidas infinitas do que simplesmente ficar invencível (isso deixaria mais semelhante aos arcades de relançamentos como a Capcom Beat’em Up Bundle). Mas ajuda a eliminar a frustração. Quando tomei game over, usei a seleção de fases para “continuar jogando”. Precisei, no total, de três continues para terminar no easy, sendo que a última fase sozinha já me custou todas as sete lives (matei o chefão literalmente com zero de vida). O quanto o estilo sem continues normais vai te incomodar provavelmente depende da sua tolerância a frustração (a minha é zero). Isso porque o jogo é extremamente curto.
Além do modo arcade, tem um survival e um boss rush. Mas isso é tudo. São três personagens, seis fases e dois modos extras. Provavelmente por isso não colocaram continues tradicionais. Devem ter sentido a necessidade de aumentar a dificuldade para inflar a duração artificialmente.
30 MINUTOS DE DIVERSÃO
Eu não vejo isso como algo especialmente negativo. De fato, Final Vendetta tem muito menos conteúdo do que Streets of Rage 4, mas claramente também tem um orçamento muito mais baixo. É um simples arcade, com conteúdo, audiovisual e diversão de um bom fliperama. Isso é o suficiente para você? Certamente foi para mim. Mais vale 30 minutos de diversão (o que é falso, já que você demoraria uns 90 minutos para jogar uma vez com todos os personagens) do que 30 horas de tédio, não acha?
CURIOSIDADE:
Final Vendetta traz uma dupla de chefes capoeiristas, que falam em português. Fiquei realmente surpreso quando elas começaram a me chamar de “perdedor inútil”.