Chegou a nossa análise: Call of Duty Modern Warfare II! Yey! Ok, isso não deve ser novidade para quem abriu este link, mas a campanha do jogo é muito boa, então vamos tirar esse elefante da sala…

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Hora de diversão com los hermanos!

Análise Call of Duty Modern Warfare II: “Afinal, de qual jogo você está falando?”

Veja, não é uma pergunta estúpida, porque tem um jogo de 2020 que é um remaster da campanha do original de 2009, mas com exatamente o mesmo nome que este novo lançamento, que é o tema deste texto. Ué.

Porém, o jogo de hoje  é a continuação direta do reboot da série de Modern Warfare, que saiu em 2019 e também tem nossa aqui no Delfos.

Portanto: o Call of Duty Modern Warfare 2 de 2020 era um remaster do original, enquanto este novo Call of Duty Modern Warfare II é a continuação do reboot, que segue com a história que vimos (ou não, mais sobre isso em breve) no jogo de 2019.

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Essa é uma captura típica em um COD e não parece um novo jogo, mas continue comigo…

Tudo ok até aqui? É melhor que sim, você não é a única pessoa a ler esse review e eu preciso saciar os fãs sedentos pela série que querem saber a real sobre este novo jogo, então, vamos à sinopse.

Análise Call of Duty Modern Warfare II: “por que você me chama de gringo?”

Aqui, você controla soldados que estão tentando encontrar um míssil nuclear estadunidense roubado por um terrorista iraniano, chamado Hassan Zyani.

É curioso que os principais soldados da história são ingleses, personagens clássicos do jogo original, que reaparecem aqui. Tem o Soap (é, o cara chama sabão), o Ghost (esse é o mais boludo de todos) e o também famosíssimo Captain Price, que retorna do jogo anterior com um papel menor.

Eles começam a investigar e descobrem que os terroristas fizeram amiguinhos perigosos no narcotráfico e estão ajudando Hassan a transportar as ogivas para perto dos States. Big mistake!

O tal do Hassan é um vilão genérico, mas funcional, que às vezes brilha em algumas frases.

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“Então eu vou falar no seu inglês medieval bastardo porque vocês todos são uns cachorros sem educação.” Ouch, Hassan! Ouch!

Durante a campanha, você joga com os personagens menos parrudos (nada de Captain Price ou Ghost), mas ainda cativantes, além de outros que vão aparecendo conforme o progresso e que não vou revelar aqui.

Como era de se esperar, a história não é nada demais. Tem os mocinhos, tem os bandidos e é basicamente isso.

Você já assistiu à série 24 horas? Então, é por aí.

O jogo tem claramente um posicionamento político muito forte a favor de políticas internacionais questionáveis dos EUA, que são difíceis de engolir. O curioso é que, de certa forma, ele está desatualizado com o complexo cenário global atualmente – a China é o maior problema para os EUA há alguns anos, mas eles continuam falando de terrorismo.

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Nessa fase, você bombardeia vilas no México. Yeah!

É claro, você não vai jogar COD por causa da história, mas a boa notícia é que a narrativa é excelente. O jogo tem ritmo, tem uma viradinha boa e toda a história é completamente amarrada ao gameplay, o que torna impossível de não se envolver e se divertir com ela e nossos heróis marombados e super brothers uns dos outros..

Falando sobre o motivo que vai te levar a jogar um COD, vamos ao que mais interessa, o bang, bang!

Análise Call of Duty Modern Warfare II: vamos falar do bang, bang!

A campanha de Call of Duty Modern Warfare II é sensacional. O nível que o estúdio chegou com o refinamento das mecânicas do jogo é simplesmente impressionante.

Em COD MW II, absolutamente tudo que você faz dá uma certa sensação de prazer, desde andar com o personagem até sentir a pressão da arma quando você atira.

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Rastejar no esgoto para garantir a furtividade… a vida de soldado é difícil.

Como diria o sábio vendedor mercenário que você encontra em Resident Evil 4, “armas não são só sobre atirar, mas também sobre recarregar”. E o time da Activision sabe disso há anos.

Quando você atira com uma metralhadora e suas balas acabam, seu personagem pode continuar segurando a arma com a mão esquerda e usar uma pistola com a mão direita.

Normalmente, jogos com orçamento muito grande costumam pecar com a atenção excessiva aos detalhes, mas aqui, eu não consigo encontrar nenhum pelo em ovo. Tudo no gameplay torna a experiência mais fluida, precisa e agradável.

Análise Call of Duty Modern Warfare II: os gringos sabem fazer campanha!

A campanha segue aquele formato super linear, com vários momentos roteirizados, como os COD ficaram conhecidos.

Em algumas fases, você até pode fazer algumas abordagens um pouco diferentes do que o jogo “te pede”, mas no geral, você é sempre conduzido através de um NPC (que é um soldado mais experiente, como o Ghost ou o Captain Price).

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Olha aí o Captain Price!

Poderia ficar chato, mas a experiência faz você sentir que está de alguma forma sob controle da situação e das decisões que você toma durante a luta. Inclusive, na maioria das fases, você tem uma quantidade enorme de armas e dispositivos para experimentar.

O que me surpreendeu foi o quanto a campanha é criativa e muito variada. Nenhuma fase é igual à anterior, não só em relação aos cenários (você passa por países da Europa e Oriente Médio, pelo México e Estados Unidos).

Tem fase de combate mais puro, tem fase de stealth, tem fase em que você usa câmeras para orientar um agente (a mecânica inaugurada em Watch Dogs, que apareceu no jogo anterior).

Em uma fase, por exemplo, você luta em um navio que está passando por uma tempestade e os contêineres ficam indo de um lado para o outro, enquanto você precisa desviar deles e atingir os inimigos. Muito legal!

Outra fase, eu juro, é uma completa homenagem a Resident Evil 7, com o mesmo tipo de gameplay. Tem suspense, a movimentação do personagem é reduzida (eu diria igual a RE 7), além de incluir mecânicas de crafting. E é uma fase excelente também, como todas as outras.

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Fala se não lembra a clássica introdução de Resident Evil 2?

Grande parte da graça do jogo é que ele quebra as suas expectativas em relação ao gameplay.

Ajuda também que o jogo é curto. Você consegue finalizar, tranquilamente, com seis a oito horas de jogatina, sem pressa.

Aqui, eu tenho que concordar com o que o Corrales falou no review da prequência. Hoje, jogos assim não são a regra. Foi um alívio jogar algo tão bom, curto, que não exige que você se preocupe com estatísticas de armas e coisas assim.

Call of Duty não tem gordura. É no ponto. Quando termina, você quer mais, não sente aquela sensação de que passou horas e horas investindo demais na mesma coisa.

Nesse sentido, concordo que a Activision é uma das empresas que mais respeitam o tempo do jogador, pelo menos na campanha de Call of Duty. Ela entrega um negócio absurdamente bom do começo ao fim, sem nada estar lá só para encher linguiça.

Análise Call of Duty Modern Warfare II: mano, olha esses gráficos…

Claro, depende a plataforma em que você for jogar. Porém, no PS5, tenho sérias dificuldades de pensar em algum jogo tecnicamente mais impressionante do que este.

Olha isso:

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Olhas esses detalhes. Eu acho que fui pra Holanda mesmo. Preste atenção nas sombras e nas luzes – isso porque eu passei essa imagem no tinyjpeg!

Os efeitos especiais, explosões, fumaça, visão noturna, todos são incríveis. As texturas e folhagens são muito realistas, mesmo quando você olha bem de perto.

Os efeitos sonoros seguem o mesmo caminho, embora você provavelmente não dê tanta atenção porque tudo que está vendo é tão hiper realista.

O único lado negativo disso é que, pela primeira vez em jogos de tiro, fiquei incomodado com alguns inimigos mortos, especialmente sem máscara. Parece muito real. Não só as posições que eles caem (não tem aquele bug clássico de eles entrarem dentro das paredes), mas principalmente os olhares.

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Toda vez que você joga, o jogo pede para você reconhecer que o jogo tem temas adultos. É bem violento

Em um momento, meu personagem foi obrigado a matar uma mulher deitada que se revelou uma terrorista, o que me deixou com uma má impressão.

Tudo que foi no dito review do jogo anterior, eu reforço aqui. A Infinity Ward pode escolher as situações que quer retratar e o que vai obrigar o jogador a fazer.

E, mesmo que eles tentem “aliviar a barra”, com heróis mexicanos e árabes no seu time, e até questionar um pouco os próprios estadunideses mais para o final do jogo, o negócio é pesado.

Novamente, os bandidos – quem não está do lado dos heróis – são retratados como puramente malvados, e o jogo faz você não se importar com eles.

Análise Call of Duty Modern Warfare II: terminei a campanha, mas e agora?

A campanha é realmente fantástica e, quando acaba, dá vontade de jogar mais. No entanto, você vai ter que esperar até o próximo jogo.

Este Call of Duty realmente me impressionou e foi muito divertido, mas não deve deixar muitas memórias. A história não tem nada demais e, querendo ou não, você já jogou vários first person-shooters antes, todos muito parecidos com este.

Você talvez tenha percebido que eu não falei de dificuldade até agora. É porque ela não é um problema. Você tem vários modos para escolher e no regular, que é o segundo mais fácil, passei sem problemas pelas fases.

Claro, é um FPS, então às vezes seu personagem morre sem você saber de onde veio o tiro. Porém, esse é um problema menor e que os loadings rápidos ajudam a aliviar bem.

Conclusão?

Call of Duty é um dos melhores jogos do ano, mas como o gênero de fps saturou mais de uma década atrás, ele pode passar como “mais um Call of Duty” e isso não é justo com o que temos aqui.

Se você é fã da série, eu não tenho dúvidas de recomendar, até porque você provavelmente vai querer ir para o multiplayer, mas aqui no DELFOS, a gente sempre achou as campanhas as coisas mais impressionantes.

Por outro lado, eu me afastei da franquia e de jogos de fps há muitos anos. Portanto, talvez a impressão extremamente positiva que eu tive seja justamente por esse motivo.

Se você quer jogar um fps excelente, não se incomoda com poucas horas de gameplay, ou se jogou o anterior dessa nova sequência de reboots, não tem muito o que pensar: é alta diversão garantida.

REVER GERAL
Nota:
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Daniel Villela
Daniel adora heavy metal, rock progressivo e Frank Zappa, jogos de FPS, aventura, plataforma e RPG, é fanático pelo MCU, curte séries de TV como Mad Men, Breaking Bad, Demolidor, 24 Horas, Friends e The IT Crowd. No lado profissional, é formado em Jornalismo, pós-graduado em Comunicação Empresarial e trabalha na área de Marketing.
analise-call-of-duty-modern-warfare-ii-2022-reviewDisponível: PlayStation 4, PlayStation 5, Windows, Xbox One, Xbox Series X/S<br> Analisada: PS5<br> Desenvolvedora: Infinity Ward (com desenvolvimento adicional de: Treyarch, Sledgehammer Games, Raven Software, Toys for Bob, Beenox, Demonware, High Moon Studios, Digital Legends Entertainment, Solid State Studios, and Activision Shanghai)<br> Editora: Activision<br> Gênero: FPS - first person shooter / Tiro / glorificação da guerra / contracultura<br> Lançamento: 28 de outubro de 2022<br>