Full moon’s light is calling me, my kingdom lies within! Muito tempo atrás, a gente costumava fazer humor baseado em heavy metal aqui no DELFOS. E uma das minhas inspirações preferidas para isso era o tradicional e poderoso Vento Preto, que virou até vilão de Lost! Pois veja só, tanto tempo depois da última vez que brincamos com isso, não é que a galera da Drakkar Dev me faz um jogo cujo nome é exatamente esse? Bem-vindo à minha análise Blackwind.

ANÁLISE BLACKWIND, FIRE AND STEEL!

Apesar do título, Blackwind não é assim tão true. Só um pouquinho. Trata-se de um jogo de ação isométrico com mechs, que lembra bastante o excelente Darksiders Genesis (embora não tão bom). E isso já o destaca. Temos muitos jogos bons isométricos, mas a maioria deles é mais focado em exploração, mais Zelda-like. Vide os ótimos Death’s DoorHob, por exemplo.

Análise Blackwind, Blackwind, Drakkar Dev, PS5, Isométrico, Delfos, Hack and Slash

O legal de Blackwind é que ele é um jogo de ação antes de qualquer outra coisa. Temos aqui um misto de hack and slash com twin stick shooter. E o que é especialmente bacana é que ambas as estratégias são viáveis. Pense em Devil May Cry, por exemplo. Você tem espadas e armas de fogo, mas ele é um hack and slash. Se você resolver se defender apenas com tiros, deixará o jogo bem mais difícil. Aqui dá para escolher a forma preferida de atacar, ou alternar entre as duas. Até mesmo nos upgrades, é possível aumentar o dano dos seus tiros e ignorar as espadas, vice-versa ou equilibrar tudo.

Eu comecei a porradaria focando nas espadas, mas quando o jogo foi ficando mais difícil, optei por upar mais meus tiros, que se tornaram minhas principais formas de ataque. Mas talvez para você possa ser diferente. Ambos os estilos funcionam muito bem, e são muito gostosos de controlar. Análise Blackwind.

SINGLE COMBAT I AWAIT, MY SHADOW BRINGS THEM FEAR

Análise Blackwind, Blackwind, Drakkar Dev, PS5, Isométrico, Delfos, Hack and Slash

level design de Blackwind tem um quê de Zelda/Metroidvania, porém ele é mais linear do que esses termos normalmente significam. Ao longo da jornada, você vai avançando as fases, mas pode usar um fast travel para voltar para regiões anteriores. O fast travel é bem ruim, te colocando em uma das pontas da fase em questão, e não em um ponto de fast travel. Então eu quase não usei, pois em geral dava muito trabalho para voltar.

Apenas em um único ponto da campanha, o caminho linear te coloca em uma área já visitada, onde você deve usar o recém-adquirido glide para encontrar uma porta secreta e continuar a história. Eu fiquei zanzando por aí um bom tempo até encontrar a maledeta, então diria que poderia ser mais claro. Mas tirando essa parte, o resto é bastante linear.

POUNDED BY THE HAMMERS OF THE GIANTS OF THE WORLD

O jogo tem corredores apertados e áreas abertas. Estas têm um caminho no estilo “linear largo” e sem mapas. A outra metade acontece em ambientes internos. Seriam os tradicionais dungeons que conhecemos de Zelda. Estes têm mapas e avançar envolve explorar, pegar chaves e voltar para as portas trancadas pelas quais passou antes. A essa altura você deve saber bem como funciona.

Análise Blackwind, Blackwind, Drakkar Dev, PS5, Isométrico, Delfos, Hack and Slash

As áreas abertas trazem mais momentos de plataforma que remetem bastante a Darksiders. Estes envolvem se pendurar, pular e escalar. Já nas áreas internas, o foco é na exploração e no combate. Ambas funcionam bem e são bons exemplos de como mudar a jogabilidade sem perder o foco do que torna o jogo legal.

O curioso é que, graças ao mapa e ao layout de corredores, eu achei mais fácil me localizar nas áreas internas do que nas externas. Estas últimas trazem caminhos largos demais (com três ou quatro telas de largura) o que deixa bem fácil perder algum caminho – secreto ou não – que esteja em algum canto. Particularmente, facilitaria bastante se essas áreas também tivessem mapas.

PUNISHER AND SWORDSMAN, I WAS BORN TO BURN

Este é o básico, mas Blackwind se destaca pelo extra. Por quão bom é o combate e a movimentação. Verdade, há pontos em que seu personagem vai ficar preso em um canto do cenário. Mas em geral é um jogo muito gostoso de jogar.

Análise Blackwind, Blackwind, Drakkar Dev, PS5, Isométrico, Delfos, Hack and Slash

Ele traz várias referências e semelhanças com jogos antigos, como o God of War de PS2. São coisas pequenas, como apertar círculo para finalizar os inimigos ou as bolinhas brilhantes que recuperam sua vida, mana, rage e afins. Assim, ele causa uma sensação parecida com a que tínhamos ao jogar games de ação antigos que praticamente não existem mais.

Blackwind também traz muitas referências à cultura pop. Cada skin é uma referência e você pode até encontrar textos falando de outros personagens famosos.

Análise Blackwind, Blackwind, Drakkar Dev, PS5, Isométrico, Delfos, Hack and Slash
Tipo assim.

Isso contribui bastante para o humor, o que deixa Blackwind ainda mais agradável.

ANÁLISE BLACKWIND ALWAYS FOLLOWS, WHERE MY BLACK HORSE RIDES

Por fim, o jogo tem coop local, mas isso não é muito legal. Durante parte da campanha, você pode fazer seu mech “soltar” um drone, permitindo navegar por dutos de ventilação e outros lugares apertados. Dá para fazer isso a qualquer momento depois de destravar a habilidade, inclusive em cenas de luta. Mas estar separado limita as funções do mech, e quem não estiver sendo controlado ataca sozinho.

O que o coop faz é dar ao segundo jogador o controle desse drone. Na prática, o coleguinha fica com um personagem mais fraco e menos divertido, enquanto o primeiro controle também fica com um mech menos poderoso do que se estivesse jogando sozinho. Não é exatamente um bom negócio para nenhum dos dois, mas ei, melhor ter algum coop do que nenhum, certo?

Análise Blackwind, Blackwind, Drakkar Dev, PS5, Isométrico, Delfos, Hack and Slash

E este é Blackwind, um jogo tão abençoado pelo Vento Preto que foi batizado por ele. Não é melhor do que Darksiders Genesis, mas é certamente legal o suficiente para fazer valer a compra por qualquer um que curta um bom jogo de ação. Afinal, aqui fire’s in my soul, steel is on my side.