Se você já leu uma certa quantidade dos meus textos de games, sabe de duas coisas: eu adoro jogos de plataforma e coisas fofinhas. Hoje vamos falar de um título que combina essas duas caraterísticas. Será que eu gostei tanto dele quanto esperava? Descubra na nossa análise Ayo the Clown.

ANÁLISE AYO THE CLOWN

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Convenhamos, tem muito pouco arco-íris na nossa vida!

Ayo the Clown é John Wick com palhaços. Porém, ele não é tão assustador quanto isso pode parecer. Aqui você controla Ayo, um palhacinho em busca de recuperar seu cachorrinho. Ao longo da aventura, Ayo vai ganhar novas habilidades, fazer amigos e, quem diria, pular centenas de vezes.

Estamos falando de um plataforma 2.5D em fases. E ele segue bem aquela formulinha da Nintendo: cada estágio apresenta uma nova mecânica, a princípio de forma bem segura. Conforme você avança, a mecânica vai ficando cada vez mais complicada. Chegue ao fim e você nunca mais a verá. Bora para o próximo capítulo, tematizado em uma nova mecânica.

ANÁLISE AYO THE CLOWN: MUNDOS VARIADOS

Normalmente nesses jogos de plataforma indies, os desenvolvedores costumam colocar poucos mundos, em geral uns três. Daí cada mundo tem 10 ou mais fases. Isso tem uma justificativa financeira: dá para reaproveitar os cenários em vários estágios, e daí colocar mais fases do que seria possível com o orçamento disponível.

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Ayo the Clown não usa esse atalho. Assim como no auge do gênero, cada mundo tem apenas três ou quatro fases. Assim, há uma grande quantidade de mundos, com enorme variação visual. E isso é muito legal, pois não são apenas as mecânicas que mudam de uma fase para a outra, mas também o tema e o cenário.

CRIATIVIDADE É 99% TRANSPIRAÇÃO

A questão é que, embora tenha uma enorme variação de mecânicas, nenhuma delas é inédita. Tem a fase do pinball (Sonic), tem aquela em que você escala grades (Super Mario World) e mais um monte de coisas que você já viu antes. Isso faz com que Ayo the Clown divirta, mas nunca se torne memorável. Até porque suas inspirações já fizeram as coisas que ele faz de forma melhor.

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Os controles, algo tão importante em um game de plataforma, também não são lá muito precisos. Definitivamente isso não é um Super Mario, mas até aí tudo bem, só pode haver um. O que me leva ao meu próximo ponto.

COMUM NOS ANOS 90, MAS ESPECIAL EM 2021

Nos anos 90, lá no auge do Super Nes e do Mega Drive, tínhamos centenas de jogos como Ayo the Clown. Alguns se tornaram clássicos, claro. SonicMarioCastle of Illusion… Porém, tinha também muita coisa da qual poucos se lembram hoje, como Aero the Acrobat ou o Bubsy.

Eu já amava o gênero nessa época, então consumia esses jogos vorazmente. Porém, a imensa maioria deles eu alugava, curtia no final de semana, mas não tinha vontade nem condições financeiras de comprar. Tivesse sido lançado em 1994, Ayo the Clown certamente estaria no campo do morceguinho Aero. Ou seja, é um jogo decente e simpático, mas não pode ser considerado essencial.

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Algumas fases colocam o palhacinho em veículos, como helicópteros e tanques.

O curioso é que ele é até bem ambicioso. Há 30 fases relativamente longas (cada uma dura de 10 a 20 minutos) e vários mundos, cada um com um tema e chefes diferentes. Tem até uma historinha contada por um narrador, mas isso é algo que talvez fosse melhor não ter: acontece que a voz do cara é assustadora. Parece que ele está ao mesmo tempo rouco e sofrendo de falta de ar. Claramente não foi a intenção, mas ouvir o narrador dá aflição, e é uma pena que não seja possível desligá-lo.

Assim, Ayo the Clown é um joguinho de plataforma que só deve ser jogado por pessoas que, como eu, não ficam satisfeitas com a pouca quantidade de lançamentos existentes no gênero. Se você for escolher só um ou outro, certamente há coisas melhores no mercado.