Ah, os títulos nacionais. Não é engraçado como, nas raras vezes em que eles não são simplesmente estúpidos, eles ainda assim não são melhores que os originais e muitas vezes nem têm a ver com o que estão tentando vender. Por exemplo, o nome Amor Sem Escalas pode levar o incauto espectador a imaginar tratar-se de um romance açucarado e bobo e, por isso, deixar de assistir. E aqueles que forem esperando algo com essa descrição, sairão decepcionados. Afinal, este Up In The Air NÃO é um filme de amor.
O delfonauta antenado já deve saber quem é Jason Reitman. Não pelo caboclo ser filho de Ivan Reitman, diretor de Os Caça-Fantasmas, mas por ele ter dirigido algumas coisas bem legais, como Juno e Obrigado Por Fumar. Amor Sem Escalas tem muitas características em comum com os trabalhos anteriores do sujeito, mas antes de falarmos delas, vamos à sinopse.
George Clooney é um sacripanta que vive nas alturas. Sim, ele é um frequent flyer, um dos maiores do mundo. E isso acontece por causa do seu trabalho: viajar pelos EUA despedindo pessoas a pedido de chefes mariquinhas que não têm bolas para fazer isso. Ele é profissionalmente feliz e logo começa um relacionamento com uma moça que é praticamente ele de saias. Até que um dia, a empresa onde trabalha contrata uma garota que inventa uma nova forma de despedir pessoas, que não vai exigir longas viagens. George não gosta disso e decide tentar convencer o chefe a ser mais humano. Afinal, não se pode despedir alguém pela internet.
Assim como em Obrigado Por Fumar, é difícil dizermos que alguém com essa profissão possa ser uma boa pessoa. Porém, da mesma forma que o longa que revelou Aaron Eckhart para o mainstream, os personagens são tão bem desenvolvidos que a gente acaba gostando deles.
Os diálogos, característica forte nos trabalhos anteriores de Reitman, também têm um papel essencial aqui. Este é, basicamente, um filme de diálogos. Muitos são divertidos e engraçados, enquanto outros são bem mais pesados (especialmente os momentos em que eles estão despedindo alguém).
Seria perfeito, se não fosse por seus últimos minutos. Infelizmente, o longa se perde completamente no final. Não se trata nem de ser clichê ou não, ele simplesmente se torna chato. Para uma obra que estava indo tão bem, é uma pena.
No geral, contudo, o que temos aqui é uma comédia agradável e divertida, muito bem dirigida e com excelentes atuações de todo o elenco. Se você gostou de Juno e de Obrigado Por Fumar, não perca. Temos aqui o primeiro filme excelente a estrear por aqui em 2010. Que venham muitos outros!