Amor em Jogo

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Sei que as listas elaboradas em Alta Fidelidade são de cinco itens cada. Porém, serei mais sucinto, apresentando duas razões para se assistir Amor em Jogo:

1 – Trata-se de uma adaptação de um livro de Nick Hornby, autor de Um Grande Garoto e do livro/filme citado acima.

2 – É um filme dirigido pelos irmãos Farrelly.

Mas para contrabalançar, devo apresentar também duas razões que podem levar o espectador a se decepcionar:

1 – A história foi totalmente alterada, sendo o elemento mais gritante a troca do futebol pelo beisebol. Aliás, que joguinho mais besta!

2 – Não é um filme dirigido pelos mesmos irmãos Farrelly que criaram Quem Vai Ficar Com Mary? e Debi & Lóide. Calma, não existem múltiplos irmãos com o mesmo sobrenome. É só que eles mudaram radicalmente seu estilo.

Posto isso, devo dizer que esperava uma tremenda porcaria e acabei gostando do filme. Mas não se engane, ele também não é nada de mais. É apenas um passatempo legalzinho.

Bem, voltando à questão da adaptação, enquanto o livro Febre de Bola é uma autobiografia de Hornby, com destaque para seus relacionamentos amorosos e os progressos em sua carreira, tudo permeado por seu fanatismo pelo Arsenal, o filme Amor em Jogo conta a história de Ben (Jimmy Fallon, de Táxi), um professor maluco pelo Boston Red Sox. Um belo dia, ele conhece Lindsey (Drew Barrymore), eles se apaixonam e ela vai sofrer com a paixão doentia dele pelo time de beisebol. Paixão essa que pode estragar o relacionamento.

Bem clichê, né? Pois é, não espere originalidade, esse é o tipo de filme onde você adivinha tudo o que vai acontecer. Na verdade, este é mais um que se enquadra na categoria “filme nada”. Como? O delfonauta não sabe o que é isso? Então leia a resenha de Aprendendo a Mentir e fique por dentro.

Quanto aos irmãos Farrelly, é o seguinte: esqueça as piadas insanas e os personagens bizarros. Parece que eles ficaram mais sérios e sensíveis, como outra dupla de irmãos, os Weitz, que começaram com o bobeirol de American Pie e depois fizeram Um Grande Garoto (que coincidência, não?) e Em Boa Companhia. Mas ao contrário dos irmãos Weitz, os Farrelly não se deram bem nesse novo estilo. Seus filmes cheios de loucuras e piadas escatológicas eram bem mais engraçados.

Uma curiosidade: o livro Febre de Bola já havia sido adaptado em 1997, numa pequena produção inglesa com Colin Firth no papel principal. Talvez seja uma melhor pedida correr atrás dessa versão.

A adaptação estadunidense é recomendada apenas para caras que não entendem porque suas caras-metades ficam furiosas quando são trocadas por um jogo e por garotas que não conseguem compreender como um esporte pode parecer mais importante que elas aos olhos de seus amados. Seja beisebol ou futebol.