Além da Liberdade

O francês Luc Besson dirigiu alguns filmes muito bacanas, como Nikita – Criada para Matar, O Profissional e O Quinto Elemento. Também produziu e/ou escreveu um monte de Testosteronas Totais, tais como Cão de Briga, a série Carga Explosiva e Busca Implacável, este último um favorito meu.

Contudo, não é este Luc Besson que você vai encontrar em Além da Liberdade, pois ele resolveu dar uma variada na carreira e fazer um filme com todo jeitão de Oscarizável, como já fica claro pela sinopse.

Trata-se da história real de Aung San Suu Kyi, filha de um general que foi morto ao tentar estabelecer um governo democrático em Burma. Você deve se lembrar deste país como palco da última aventura do Rambo.

Ela foi morar em Oxford e se casou com um inglês, mas quando sua mãe adoece, ela volta a seu país natal e acaba assumindo a luta pelo fim da ditadura militar e pelas eleições democráticas. Claro, os malvados milicos não querem largar o osso de jeito nenhum e farão de sua vida um inferno para que ela desista da causa.

Infelizmente, ela vai combatê-los com perseverança, apoio popular e gestos pacíficos, e não com metrancas e granadas, como nosso amigo John Rambo faria. Isso faz com que muitos apreciadores do cinema de ação parem de ler esta resenha exatamente agora…

Basicamente é isso. Uma cinebiografia que mostra as décadas de luta da personagem contra um regime opressor, e os efeitos causados tanto em seu país quanto em sua família.

Há belíssimas paisagens, a fotografia é bonita, e a história é interessante, principalmente para quem gosta da política de lugares obscuros. Mas, como você já deve ter percebido com esse papo de “fotografia bonita”, isso aqui é um filme nada. Até agradável de se assistir, embora um tanto meloso em demasia em alguns momentos, e sem nada de marcante.

Após essa experiência não tão bem sucedida pelo mundo dos dramas baseados em fatos reais, espero que Luc Besson volte a fazer o que sabe melhor: dirigir, escrever e produzir filmes de pancadaria com altos teores explosivos. Estes sim altamente recomendáveis, diferente deste Além da Liberdade.

Aproveite e leia a entrevista que fizemos com Luc Besson uns anos atrás.