Hoje o dia começou mal. Uma chuva desgraçada, um trânsito dos infernos e uma cabine que começou com quase 30 minutos de atraso. Para piorar, de uma comédia romântica, ainda por cima. Apenas o gênero de cinema mais odiado por todos os representantes da raça masculina. O prognóstico não era nada bom, mas até que A Verdade Nua e Crua não foi tão traumatizante assim.
O filme conta a história de Abby Richter (Katherine Heigl, a Izzie de Grey’s Anatomy), produtora de um programa televisivo de variedades matinal. O problema é que ela não consegue arranjar homem. Aí chega o novato Mike Chadway (Gerardo Mordomo, o Rei Leônidas em pessoa), para apresentar um segmento do programa chamado “A Verdade Nua e Crua”, onde basicamente fala para os espectadores o que os homens pensam a respeito das mulheres e dos relacionamentos. Sim, o cara é um genuíno e orgulhoso cafajeste e Abby a princípio não vai com a cara dele. Mas aí ele começa a ensiná-la a se portar como uma cafajesta para conseguir a atenção de seu vizinho e…
Admita, só pela sinopse você já adivinhou tudo que acontece na história passo a passo. Pois é, absolutamente todos os clichês do gênero estão aí, sem exceções. E para piorar, a película chega até a reciclar algumas piadas de outras obras. Aquela da calcinha vibratória eu juro que já vi em algum outro lugar, mas não lembro onde.
Apesar disso, e do fato de que em nenhum momento Gerard Butler grita “this is Sparta” na orelha da Katherine Heigl, até que o negócio não é tão ruim. Os dois atores têm uma boa química e um bom timing cômico e os ensinamentos cafajésticos de Mike Chadway garantem algumas risadas e são o ponto alto do filme.
Porém, ele é muito irregular, e quando parece que vai decolar, escorado nos diálogos entre os dois protagonistas, o diretor escolhe continuar com a história, aquela que você já viu cem vezes antes e não tem mais saco de aguentar novamente. Aí o negócio fica chato até o próximo diálogo bacaninha e por aí vai.
Temos aqui um autêntico filme nada, que em alguns momentos resvala no bom e em outros é ruim de doer, resultando apenas em um trabalho regular. Não vale a pena ver no cinema, mas se a patroa quiser que você assista com ela em DVD numa tarde de sábado, não deve arrancar pedaço.