O delfonauta já ouviu falar de James Patterson? E de Alex Cross? Segundo release enviado pela Playarte, em 2012 Patterson chegou a vender mais livros que John Grisham, Dan Brown, Tom Clancy (aquele cara que faz videogames trollbait!) e Stephen King juntos. Impressionante, não? Curioso que o nome dele seja muito menos conhecido que o dos outros.
Dentre seus personagens, o detetive Alex Cross é o mais famoso, tendo estrelado até o momento 17 fuckin’ livros! Alexandre Cruz também já foi vivido no cinema por Morgan Freeman, nos filmes Na Teia da Aranha (2001) e Beijos que Matam (1997). Este filme se passa antes destes, quando Cross ainda não tinha sardinhas.
Intro feita, vamos à sinopse. Matthew Fox (o Jack de Lost) está torturando e matando pessoas. Alex Cross e seu parceiro recebem a função de pegar o elemento. Caramba, delfonauta, todo filme poderia ter uma sinopse simples assim. A vida de um delfiano seria bem mais agradável, pois gastaríamos menos tempo escrevendo sinopses e mais tentando achar uma forma de realizar o maior objetivo da humanidade: encontrar uma forma científica de misturar geneticamente uma ruiva e um bacon.
O filme a princípio segue a fórmula tried and true dos buddy cops movies. Temos o policial afrodescendente certinho e carismático e o eurodescendente engraçadinho, mistura que todos sabemos que funciona muito bem.
O vilão interpretado por Matthew Fox também é legal, sendo assustador e intrigante. Só não dá para entender como o ator conseguiu ficar tão feio ao perder uns quilinhos para o filme. Pelas três cabeças de Cérbero, o cara neste filme prova quão visionário o Michelangelo da nona arte, Rob Liefeld, é. Quem diria que todos aqueles músculos e articulações que o mestre dos quadrinhos desenha realmente existem em um ser humano?
Embora não empolgue em nenhum momento, A Sombra do Inimigo funciona bem na maior parte do tempo. Eu não estava doido para ter uma cópia do blu-ray na minha filmoteca, mas estava sendo competentemente entretido pela sua história e pela química entre os dois policiais.
Porém, em determinado momento rola uma cena deveras boluda (uma das mais corajosas que já vi no cinema mainstream, inclusive), e a partir daí o roteiro parece não saber mais para onde ir. O policial coadjuvante praticamente some, e o protagonista perde todo seu carisma. Além disso, a história deixa de ser envolvente para se tornar simplesmente aglomerada e entediante. O resultado é que o espectador acaba torcendo para a projeção acabar logo, o que nunca deveria acontecer em um entretenimento tão caro quanto o cinema.
Depois disso, o filme nunca mais volta à qualidade do início, nem em seu clímax ou na obrigatória viradinha. E é uma pena, pois foi de um entretenimento competente para mais um dos muitos filmes nada que estrearam no cinema em 2012.
CURIOSIDADES:
– O diretor Rob Cohen dirigiu o primeiro Velozes e Furiosos, além de outros grandes “clássicos” como Stealth – Ameaça Invisível e A Múmia – Tumba do Imperador Dragão.
– Fãs de TV, o elenco conta com Matthew Fox (o Jack de Lost), Giancarlo Esposito (o Gus de Breaking Bad) e John C. McGinley (o Dr. Cox de Scrubs).