A Hospedeira

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Stephenie Meyer, criadora de Crepúsculo, provavelmente é a autora com a maior rejeição desde o brasileiro Paulo Coelho. Ambos são odiados por uma grande quantidade de pessoas, quantidade esta que só é rivalizada pelo tamanho da parcela que os admira incondicionalmente. E agora um novo filme baseado na obra da moça chega aos cinemas.

Em um futuro distante, a Terra foi invadida por alienígenas que assumem o controle do corpo dos humanos. Os ETs construíram um planeta perfeito, com paz e harmonia, mas isso veio ao preço da quase total extinção da humanidade. Uns poucos não possuídos ainda existem, e fazem parte da resistência. Uma das rebeldes é capturada, recebe seu alienígena particular, e ao tomar o controle, este recebe a missão de analisar as memórias da moça para achar os outros. O problema é que o bichinho acaba se afeiçoando à humanidade, e aí já viu, né?

O conceito não é novo, e já foi usado em dezenas de filmes, como Invasores de Corpos. A história também é bastante conhecida, e já foi usada em Dança Com Lobos, Pocahontas e, claro, em Avatar.

Aliás, a impressão que dá ao assistir a A Hospedeira é que Meyer assistiu ao filme do James Cameron e quis fazer o seu. Ok, a história de Avatar já não era novidade quando saiu, mas toda a mensagem aqui parece um Avatar invertido. Basta colocar os humanos no lugar dos invadidos e crau, temos A Hospedeira. Para ser sincero, este está para Avatar como Jogos Vorazes está para Battle Royale. E sim, é assim tão parecido.

Algumas das características de Meyer também aparecem por aqui, como o fato de a protagonista ficar em dúvida entre dois bonitões, que brigam para ver quem vai ter o benefício de fazer woo-hoo com suas partes pudentas. A sensação é que temos aqui um filme que poderia ser definido como “minha primeira ficção científica”.

Explico: é tudo bastante juvenil e sem profundidade nenhuma, mas dessa forma acaba se tornando viável para as pessoas que ainda não aprenderam a gostar do gênero, como provavelmente são as meninas que cresceram apaixonadas por Crepúsculo. E elas não devem se incomodar com a falta de criatividade ou com a reciclagem desavergonhada de conceitos.

Analisando dessa forma, como um filme que visa atrair pré-adolescentes para o gênero mais nerd do cinema, até que ele tem seus predicados. Definitivamente este não é um filme que tem você ou eu como público-alvo, mas talvez ele tenha um efeito positivo na cultura pop, aumentando o quórum nerd feminino. Convenhamos, isso é algo que todos nós queremos. E cá entre nós, o final é bem legal, e bastante comovente. Quem sabe a tão demonizada Stephenie Meyer venha a criar algo realmente bom no futuro?

CURIOSIDADES:

– O diretor Andrew Niccol tem uma carreira de respeito, com filmes realmente tremendões, como O Preço do Amanhã e Gattaca. Por que será que ele aceitou participar deste?

REVER GERAL
Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
a-hospedeiraPaís: EUA<br> Ano: 2013<br> Gênero: Romance / Ficção Científica<br> Roteiro: Andrew Niccol<br> Elenco: Saoirse Ronan, Diane Kruger, William Hurt, Max Irons e Jake Abel.<br> Diretor: Andrew Niccol<br> Distribuidor: Imagem<br>