E eles estão de volta (estalos). Nesta crítica A Família Addams 2: Pé na Estrada, eu vou continuar tentando entender esta que, para mim, é a franquia mais bizarra. Apesar da temática ainda me escapar (aquele velho assunto de que os principais da família são seres humanos e os outros parentes são todos monstros), felizmente… ou melhor, INfelizmente, o filme é bem fácil de entender.
“Quão fácil?” pergunta o delfonauta enquanto estala os dedos só para me fazer invejinha. Olha, para você ter uma ideia sem spoiler, logo no começo aparece um personagem e eu pensei: “esse aí vai ser o vilão”. Daí os Addams vão viajar, e o carinha some por mais de uma hora. Pensei “acho que não”. Mas ele volta para o terceiro ato. E veja só, era o vilão o tempo todo!
CRÍTICA A FAMÍLIA ADDAMS 2: PÉ NA ESTRADA
Em A Família Addams 2, a família mais estranha de Hollywood resolve fazer uma road trip pelos Estados Unidos. Bacana, né? Eles até descem as Cataratas do Niágara em barris, algo que eu sempre achei que tinha sido uma invenção do Pica-Pau.
Mas a road trip é apenas o backdrop. O grosso da história envolve a Vandinha se afastando da família e recusando os carinhos de Gomez, ao mesmo tempo em que este é abordado por um advogado que diz que a menina foi trocada na maternidade. E o pai real a quer de volta.
Claro, há também a história B, que envolve o Feioso tentando aprender com o charmoso Tio Chico a conquistar as meninas. E a leve história C, na qual o Tio Chico lentamente se transforma em um polvo.
VOCÊ JÁ VIU ESTE FILME ANTES!
E eu sei que eu também já falei essa frase antes nas minhas críticas. Mas, caramba, tirando a Pixar e um ou outro gato pingado, parece que Hollywood nem tenta fazer algo decente em filmes voltados para crianças. Parece até que crianças são seres pouco exigentes, de quem é fácil tirar uns tostões… Aham. É sempre uma variação desse tema de alguém que não se encaixa no grupo que, no final, descobre que se encaixava o tempo todo. Alerta de spoiler, eu acho, mas isso é como dizer que um conto de fadas termina no “felizes para sempre”.
Eu já pensei que tinha algo errado quando vi a ficha técnica de A Família Addams 2 e constatei que o troço tinha 4 (quatro!) diretores. Não dá, a coisa precisa ter um cacique. E acho que nunca vi um longa decente que creditasse mais que duas pessoas na função. Completam o time criativo mais 4 (quatro!) roteiristas. Ou seja, oito pessoas foram as responsáveis por decidir o caminho do filme. É uma equipe com mais membros do que o Tio Chico na maior parte do longa. Não à toa, nivelaram a coisa por baixo, mal atingindo o menor denominador comum.
CRÍTICA A FAMÍLIA ADDAMS 2: QUE PENA
E é uma pena. Afinal, como falei na minha crítica A Família Addams, eu gosto desses personagens. E tirando a turma da cúpula criativa, o povo responsável por esculpir a obra mandou bem. O design dos personagens é muito legal, bastante fiel aos quadrinhos que originaram tudo. Posso dizer o mesmo da animação, do uso de cores e, especialmente, da trilha sonora. Mas não dá para negar que há algo errado quando quem rouba a cena é o Tropeço, que não fala e quase não é desenvolvido. Isso deixa claro que falta desenvolvimento aqui. Falta criatividade. Falta je ne sais quoi. Mentira, eu sei bem o que falta, e passei os últimos três parágrafos explicando isso.
A Família Addams 2 é uma sequência que consegue a façanha de ser ainda mais genérica do que o já esquecível original. É melhor ficar mesmo com a sitcom dos anos 60, que era bem legal.
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