Análise Tanuki Justice: um clássico moderno de Master System

Quem aí pensa em Tanuki sem pensar em Super Mario?

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Análise Tanuki Justice, Tanuki Justice, Delfos

Retrô está na moda. Muitas vezes, os jogos retrô conseguem colocar características modernas e assim ter o sabor de infância sem a frustração, como Shovel Knight. Outros seguem a lógica do gamedesign oitentista ou noventista à risca. Hoje vamos falar de um jogo que, em todos os aspectos, poderia estar no saudoso Master System. Esta é nossa análise Tanuki Justice.

ANÁLISE TANUKI JUSTICE

Você provavelmente conhece tanukis ou tanookis como aquela roupinha clássica de Super Mario Bros. 3. Pois em Tanuki Justice, veja só, você controla um tanuki metido a ninja com a intenção de, como sempre, salvar o mundo. Se liga nesse visual, que delícia crocante!

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Impossível não lembrar de Kenseiden. Quem aí lembra de Kenseiden?

Muitos desses jogos retrô – como o próprio Shovel Knight – emulam o visual do Nintendinho. Eu nunca entendo por que eles não vão mais para o lado da Sega. Convenhamos que nos 8 bit, o Master System trazia jogos muito mais bonitos. Tanuki Justice hoje tem cara de jogo indie (e é). Mas na época dos 8 bits, um jogo como esse seria um system seller, pronto para bater de frente com nomes como Alex KiddShinobi.

SEEEEEGAAAA!

Seu tanuki tem as habilidades tradicionais que esses bichinhos têm na vida real. Ou seja, eles pulam e atiram shurikens. Acertar um ataque ou pegar breguetes brilhantes enche uma barra e, quando cheia, dá para soltar uma shuriken enorme e poderosíssima. Esse ataque mata quase qualquer inimigo normal e tira pelo menos 1/3 da vida dos chefes.

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Toma essa, chefe!

O jogo é um plataforma 2D em fases que definitivamente não é longo demais. Aliás, se tivesse vidas infinitas (não tem), seria possível terminá-lo em cerca de 30 minutos. Infelizmente, assim como os jogos de outrora, ele opta por estender mais do que deveria sua curta duração.

Você tem três vidas. Dá para pegar vidas ao longo das fases, e morrer simplesmente tira uma vida enquanto o jogo continua, estilo beat’em ups. Perder todas as vidas exige usar um continue. Os continues são ilimitados, mas voltam do começo da fase. A única colher de chá moderna presente em Tanuki Justice é que dá para parar de jogar e depois continuar de qualquer fase na qual você tenha chegado, sem a necessidade de passwords.

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Passar de uma fase dá um tremendo alívio.

Particularmente, eu adoraria que ele tivesse um modo “vidas infinitas” ou então que seguisse a linha moderna de que perder vida voltasse até o checkpoint, mas nunca fosse necessário voltar ao início da fase. Sem dúvida alguma a nota dessa análise seria superior se Tanuki Justice me divertisse por 30 minutos ao invés de me frustrar por duas horas.

MAS…

Dito isso, a verdade é que eu gostei do jogo. O audiovisual dele é fantástico. Ele é ainda mais bonito em ação do que nas imagens que ilustram essa matéria (que eu já acho lindas). As músicas também são bem alegres e pegajosas, perfeitas para um jogo divertido como este.

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Não apenas isso, os inimigos são legais e o level design é excelente. Esse jogo realmente teria sido um baita system seller na época do Master System. E, como naquela época, a perda de progresso era normal, com savespasswordscontinues limitados, esse tipo de coisa não incomodaria tanto. Porém, estamos em 2020, e hoje essas limitações são relíquias do passado que os desenvolvedores insistem em não deixar morrer.

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Lembrou de Ghouls ‘N Ghosts, né?

Temos aqui um game com deliciosas características de clássicos como Alex KiddGhouls ‘N Ghosts e até Sunset Riders. Essa é muito minha praia. Mas repetição não é.

NEM É TANTO

E verdade seja dita, Tanuki Justice nem é um jogo assim tão difícil. Ele só exige paciência. A cada novo continue você chega mais longe na fase, eventualmente chega no chefe e, após algumas tentativas, vence e avança.

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Cenas que pareciam impossíveis se tornam tranquilas com calma e repetição.

Assim, ele é um jogo terminável, mas exige paciência e repetição. Embora eu goste de tudo que ele faz criativamente, adore o visual e esteja nesse momento cantarolando suas músicas, a repetição mata.

Eu levei algumas horas para chegar ao final graças à repetição. E não tenho dúvida nenhuma que ele teria um espaço muito maior no meu coração – e eu o jogaria muito mais vezes – se essas horas não tivessem exigido tanta paciência.