Crítica Angry Birds 2: cosquinha na irmãzinha

É incrível o espaço que a marca Angry Birds alcançou na cultura pop. O que começou com um descompromissado joguinho de celular acabou se tornando muito mais conhecido e popular do que longevas franquias de videogames, como Castlevania ou God of War. Tenho até minhas dúvidas se, hoje, Angry Birds é maior do que Super Mario, o que pode ser uma heresia gamer no nível de dizer que os Beatles são maiores do que Jesus.

CRÍTICA ANGRY BIRDS 2

O mais incrível, pelo menos para mim, é que Angry Birds 2 é um filminho muito legal. Ele segue aquela linha metralhadora de piadas, que muito me agrada, e a imensa maioria delas é capaz de fazer rir alto. E ajuda o fato de o design ser tão ridiculamente bonitinho.

A história é básica. No meio de sua guerra eterna, porcos e pássaros descobrem que há uma terceira ilha, habitada por águias. Eles tomam, então, a decisão mais humana possível: se unem para declarar guerra aos diferentes.

Eles formam um time bem eclético, juntando alguns porquinhos e alguns pássaros com habilidades bem específicas, e daí criam um plano para invadir a ilha dos diferentes e destruir a sua arma de destruição em massa. E sim, eu sei que estou fazendo o filme parecer bem mais político do que de fato é, mas o subtexto está lá para quem quiser ver.

SIDEMISSIONS

O mais legal no entanto é uma historinha paralela, na qual acompanhamos três passarinhos nenês atrás de ovos fujões. Esta sidequest lembra bastante o que Era do Gelo costuma fazer com Scrat, e é tão legal quanto. E, obviamente, eles são ainda mais fofinhos do que os protagonistas adultos.

Completa o humor uma trilha sonora licenciada claramente escolhida a dedo. Sim, há o tema do game, mas em geral a trilha é composta de canções pops famosas que aparecem no lugar certo para maximizar o humor. E estamos falando de uma seleção tão eclética que vai de Baby Shark a The Final Countdown (que, aliás, é uma das minhas músicas preferidas).

Outra coisa que gostei é como a história não segue o caminho fácil de vilanizar as águias, e inclusive tudo culmina num final tão absurdamente feliz que é de deixar com um sorrisão na cara. Claro, a maior parte dos filmes tem final feliz, mas poucos se permitem chegar a este nível de felicidade, com todos os personagens e pontos do roteiro sendo deliciosamente e amorosamente fechados.

Assim, Angry Birds 2 se junta a Abominável entre as grandes surpresas animadas do ano. Inclusive, diria que gostei ainda mais deste. Recomendado para adultos, crianças, e qualquer tipo de criatura que goste de dar umas risadas.