Alguns jogos popam do nada e acabam divertindo mais do que o esperado. No caso desta análise Warlocks 2: God Slayers, trata-se da continuação de um jogo que eu nunca ouvi falar e do qual sequer consigo encontrar informações. Existe um outro Warlocks, que até ganhou uma continuação, mas não tem nada a ver com este além do nome.
Warlocks 2: God Slayers é um RPG de ação com gráficos de Mega Drive, som de Sega CD e jogabilidade de Diablo. Vamos analisar estas características.
ANÁLISE WARLOCKS 2: GOD SLAYERS
Quando lembramos da era dos 16 bit, a gente sempre pensa nas superproduções. Sonic, Super Mario, Quackshot, Super Metroid. São estes que os games modernos retrô tentam emular. Quem não viveu a época, no entanto, normalmente não sabe que existia todo um segundo escalão de jogos consideravelmente mais feinhos. E veja só, Warlocks 2 parece com estes. Em especial, durante toda a jogatina, ele me lembrou o esquecido El Viento de Mega Drive.
Por outro lado, o som me surpreendeu pela sua qualidade. Nada de chiptunes, as músicas contam com instrumentos de verdade e alta qualidade de gravação. Some isso aos gráficos de Mega, e você entenderá porque Warlocks 2 me remeteu diretamente ao Sega CD.
Em especial, há uma taverna que você visita entre todas as missões, e lá tem uma simpática bandinha que toca algumas músicas muito legais. Aliás, qualquer semelhança com a cantina de Star Wars não é coincidência.
Se o audiovisual é bastante retrô, a jogabilidade é até bem moderna.
DIABLO
Apesar de ser em 2D, o gameplay de Warlocks 2 segue o mesmo loop de Diablo. Você escolhe um personagem e, ao longo da história, vai desbloqueando cerca de uma dúzia de habilidades que podem ser equipadas livremente nos quatro botões de cima do controle. Estas habilidades são ofensivas, defensivas e até de movimento (como um dash que permite alcançar plataformas altas), e equipá-las de forma equilibrada é a chave para o sucesso.
Elas têm cooldowns e custos de mana diferentes, então em uma porradaria intensa é essencial alternar entre elas para melhores resultados.
Apesar de o jogo trazer alguns personagens bem diferentes, você é obrigado a escolher um deles no início, sem poder alternar. E não há nenhuma informação sobre as classes ou o que elas podem fazer. Basicamente, você escolhe pelo visual. Eu optei por jogar com a bruxinha, mas poucas de suas habilidades são realmente úteis. Imagino que outras classes devem deixar o jogo mais legal e mais dinâmico.
TRILOGIA DE PLANETAS
Há três mundos a serem visitados, cada um deles com algo entre cinco e sete fases. As fases são independentes, mas você é obrigado a visitar algumas delas mais de uma vez para cumprir missões de história e sidequests. Cada mundo traz também dois chefes diferentes, em batalhas que lembram ainda mais Diablo do que os inimigos comuns.
Morrer transporta você para o início da fase, mas seus objetivos continuam cumpridos. Há também coop local, mas eu não consegui testá-lo.
Apesar de sua simplicidade, Warlocks 2 não roda bem. Paradinhas breves são frequentes. Sempre que um objetivo é cumprido ou seu familiar faz qualquer coisa, há uma travadinha de décimos de segundo. Isso atrapalha bastante e quebra a imersão.
Outro problema são textos de menus que aparecem literalmente fora da tela (o principal culpado é a bolsa do seu familiar). Embora eu tenha jogado Warlocks 2 antes do lançamento, não foi comunicado que haverá um patch de dia um para consertar essas coisas, mas acredito que é inevitável, uma vez que parecem ser probleminhas simples de resolver.
Warlocks 2: God Slayers não me empolgou em nenhum momento, mas foi bem sucedido em me manter entretido durante suas dez horas de duração. Não é um jogo que vai marcar a sua vida, mas pode valer a aquisição para fãs de Diablo.