Filmes de aventura com a temática “homem x natureza” existem aos montes. Longas do gênero focados mais no público infanto-juvenil também não são nenhuma novidade. Alfa é justamente um exemplar desse tipo. Contudo, há algo que o ajuda a se diferenciar do resto, nem que seja só em sua premissa.

Isso porque ele se propõe a contar como foi que o homem ficou amigo daquele que passaria a ser conhecido como o seu maior companheiro: o cachorro. Isso mesmo, Alfa conta como um homem e um cão ficaram brothers pela primeira vez.

Na época pré-histórica, o jovem Keda (Kodi Smit-McPhee) sai para caçar com sua tribo, como parte do ritual de sua passagem da infância para a vida adulta. Só que a coisa não acontece exatamente como o esperado e ele acaba separado do resto dos parças.

Delfos, Alfa

Sozinho e longe de casa, sua única companhia é um cachorro desgarrado, e eles rapidamente terão de fazer amizade e colaborar juntos para que ambos sobrevivam às intempéries da natureza, até que Keda consiga reencontrar sua tribo.

ALFA

O filme é bonitinho, porém ordinário. Não há absolutamente nada que já não tenha sido mostrado em algum outro filme antes. Todas as dificuldades e desafios enfrentados por Keda e seu novo chapa canino você certamente já viu em um ou outro lugar. Contudo, mesmo que a novidade passe longe, ele ainda funciona.

Delfos, Alfa, CartazMuitos pontos para o visual, explorando muito bem os cenários pré-históricos de natureza praticamente virgem. A fotografia é muito bonita e algumas tomadas são belas naquele esquema “documentário do National Geographic”. Particularmente, eu gosto disso.

Ainda que às vezes ele dê uma escorregada no CGI, essa parte visual caprichada é a coisa que mais chama atenção. E claro, o cachorro é muito fofinho e vai arrancar alguns “óuns” da parte mais sensível da plateia.

Acho até estranho que ele seja um filme da Sony, porque ele tem toda cara de um daqueles filmes de aventura para toda a família que vira e mexe a Disney costuma lançar. Só por isso, você já sabe que se trata de um filme inofensivo e bonitinho, destinado a figurar na Sessão da Tarde da nova geração daqui alguns anos.

Ainda assim, Alfa faz o que se propõe com razoável competência e seu visual, o qual já destaquei, faz com que ele seja melhor apreciado na tela grande do cinema. Se você tem uma garotada em casa que gosta de cachorros, vale a pena levá-los para uma matinê. Não será uma experiência inesquecível, mas até que quebra um galho.

REVER GERAL
Nota
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Carlos Cyrino
Formado em cinema (FAAP) e jornalismo (PUC-SP), também é escritor com um romance publicado (Espaços Desabitados, 2010) e muitos outros na gaveta esperando pela luz do dia. Além disso, trabalha com audiovisual. Adora filmes, HQs, livros e rock da vertente mais alternativa. Fez parte do DELFOS de 2005 a 2019.
critica-alfaTítulo: Alpha<br> País: EUA<br> Ano: 2018<br> Gênero: Aventura<br> Duração: 96 minutos<br> Distribuidora: Sony<br> Data de estreia: 06/09/2018<br> Direção: Albert Hughes<br> Roteiro: Daniele Sebastian Wiedenhaupt<br> Elenco: Kodi Smit-McPhee, Natassia Malthe e a voz de Morgan Freeman.