Eu já comentei algumas vezes que fico com um pé atrás quando um filme se utiliza de outros para fazer seu próprio merchan. O Poderoso Chefinho, por exemplo, tem uma referência bastante óbvia já no seu título e uma “não tão óbvia, mas ainda bem clara” na chamada do pôster. E nenhuma das duas existe no material original (a frase “nascido para mandar” era originalmente uma muito mais criativa e apropriada “born leader”).
Curiosamente, O Poderoso Chefinho não precisava usar de tais artifícios para chamar a atenção. O simples pôster com o nenê de terno, com seus olhos grandes e cabeça desproporcional já atrairia qualquer fã de fofura. E, como esperado, o filme final é uma das coisas mais fofas não assinadas pela Pixar.
A história é contada do ponto de vista de Tim. Moleque de sete verões, ele é feliz tendo toda a atenção e o amor dos seus pais. Quando os progenitores perguntam o que ele acharia de ter um irmãozinho, ele responde “não, obrigado”. Pena que os velhos já tinham encomendado um novo pimpolho.
O brother em questão logo chega de táxi e começa a monopolizar toda a atenção e o amor dos pais, deixando nosso protagonista enciumado. E aí ele percebe que o pãozinho não é um bebê normal, mas um funcionário de uma empresa cujo objetivo é fazer os nenês monopolizarem todo o amor do mundo. Normal, todo mundo sabe que nenês fazem parte de uma conspiração. Provavelmente a essa altura você já mata todo o resto do filme.
Em matéria de história, o filme não é lá muito criativo não. Temos muito de Toy Story e de Olha Quem Está Falando. Porém, é nos pormenores que ele conquista.
A cena de abertura, por exemplo, na qual vemos Tim brincando com os pais e usando todo o poder da sua imaginação, é mágica. Logo depois descobrimos de onde vêm os bebês, em uma cena ao mesmo tempo engraçada e fofa. Pouco depois ainda vem a cena da fita, uma perseguição digna de um testosterona total e simplesmente épica.
Sério, o diretor Tom McGrath não deve ganhar um Oscar por este filme, mas a direção é tão legal que ele sem dúvida levaria um Alfredo dourado o que, convenhamos, é bem mais valioso e importante. Duas coisas tornam este filme tão legal, e uma delas é a direção estilosa do cara.
A outra é o design absurdamente fofinho de tudo. Os nenês que fazem parte da conspiração do chefinho, por exemplo, são um mais fofo que o outro, com destaque para o grandalhão. Até a arma secreta do vilão, que eu não vou revelar aqui, é de uma meiguice sem tamanho e o tipo de coisa que se inventassem na vida real realmente faria muito sucesso.
Isso tudo torna O Poderoso Chefinho um filme divertido, ainda que não tão original. Por seu visual apurado e seu humor inocente, no entanto, merece ser visto no cinema e em 3D.
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