Este foi o Top 5 mais difícil do qual participei, mesmo tendo a oportunidade de escolher 10 games ao invés de somente cinco. A verdade é que os jogos de videogame levam em conta o gosto de cada um, assim como os filmes a que nós assistimos e que muitas vezes (para não dizer todas) geram discordância até entre os próprios delfianos.
Mas falando um pouco mais da minha história de vida gamemaníaca, conheci o que era um bom jogo com o Pitfall do Atari, console que não era meu, mas do meu irmão. A partir daí, tive váááários videogames da Sega, entre eles: Mega Drive, Game Gear, Sega Saturn e até mesmo o fim de carreira Dreamcast, que inclusive me proporcionou o prazer de jogar o meu game número um de toda a cadeia espaço-tempo de minha vida. Confesso que tive um Nintendo 64 durante uma fase negra da minha vida, na qual era assombrado pelo fantasma do vestibular e tive uma crise existencial, mas isso até foi bom, porque assim eu conheci o único game do “Lado Negro da Força” que realmente vale a pena (Você leu isso, Bruno? Repito, agora fazendo cara de machão e gritando: É o único!).
Brincadeiras à parte, antes que o Bruno decida partir para a briga, hoje tenho um Playstation 2 que quase não jogo, um PSP que jogo sempre que posso e gosto muito (mesmo o Corrales dizendo que eu sou o único do universo que gosta do PSP) e acabei de adquirir um PS Vita, acompanhado do Fifa Soccer (que não é denominado de 2012 porque é o primeiro da franquia para este console), que é bem interessante. Para não me estender mais, vou dizer que a lista abaixo foi feita por um “Sega-Boy”, ou seja, por alguém que sempre esteve do lado da Sega a vida toda, mesmo nas dificuldades. Acho até que deviam fazer uma camiseta da Sega nos moldes da nova onda Corinthiana, com a frase “Eu nunca vou te abandonar” estampada na frente e o símbolo da Sega nas costas. Se fizessem, eu compraria na certa! Sega Forever!
10 – Golden Axe
Plataformas: Master System, Mega Drive
Editora/Desenvolvedora: Sega
Ano: 1989
Como é: Bem simples. Aparentemente na Idade Média, você tem que dar porrada nos caras, vivos ou mortos, gigantes gordos ou esqueletos e outros monstros que for encontrando pela frente. Ah, e você pode usar magias muito loucas e escolher se quer fazer isso com um velho barbudo que leva consigo um machadão (o mais forte dos personagens), um cara com uma espada ou uma frágil mulher gostosa de biquíni (existiam roupas assim na Idade Média?). Obs: Na versão para Master System, só é possível jogar com o personagem do cara com a espada e você escolhe as magias.
Por que está aqui: Porque é deveras divertido. As magias bem loucas, incluindo a do dragão cuspindo fogo em cima dos inimigos, jamais sairão da minha cabeça. São praticamente uma viagem de ácido no meio do jogo. Tudo bem que meu conhecimento de drogas nunca ultrapassou o álcool e o tabaco, mas deixa quieto.
9 – Castle Of Illusion
Plataformas: Master System, Mega Drive
Editora/Desenvolvedora Sega
Ano: 1990
Como é: A Minnie foi raptada por uma bruxa, que a levou para o tal castelo. Quem poderá salvá-la? Mouse, Mickey Mouse, é claro! Mas para isso o camundongo deverá enfrentar os diversos perigos deste castelo repleto de surpresas, em um game de jogabilidade bem típica da época, no estilo Mario Bros.
Por que está aqui: Foi um de meus primeiros cartuchos, logo que ganhei o Mega Drive de presente. Além disso, os gráficos foram um marco para a época (e são bons até hoje) e todas as estripulias que ocorrem com o Mickey, como nadar numa xícara de café (ou seria chocolate quente?) ou mesmo enfrentar uma fase de cabeça para baixo, foram durante um bom tempo, o principal tema de discussão de garotos de oito anos nos intervalos das aulas da escola.
8 – Toe Jam & Earl
Plataformas: Mega Drive.
Editora/Desenvolvedora: Sega
Ano: 1991
Como é: Em um planeta Terra bem surreal, caiu a nave espacial de dois alienígenas bem loucos, um gordinho e outro magrelo vermelho de olhos esbugalhados e com três pernas (Opa! Nada de conotações sexuais aí! Era uma época mais inocente na indústria dos games). Na queda, alguns pedaços da nave foram perdidos e a missão deles é encontrá-los (passando de fase através de um elevador?) para, enfim, remontar a espaçonave e ir embora para o planeta deles, que é roxo e ainda mais estranho.
Por que está aqui: Não só os protagonistas, como as criaturas bizarras que os enfrentam ao longo da jornada, são divertidíssimos, rendendo momentos hilários. Você pode perder vidas, mas até isso acontece de forma inusitada, pois os inimigos têm reações bem engraçadas quando conseguem atingir você. Além disso, este game tem um significado especial por ter sido o primeiro de minha vida, em meus então nove anos de idade, a me fazer virar a noite, de sexta para sábado, tentando terminá-lo. Como eu tive a ajuda do meu irmão mais velho, por volta das cinco da manhã conseguimos chegar ao final e então fomos descansar aliviados.
7 – Moonwalker
Plataformas: Master System, Mega Drive
Editora/Desenvolvedora: Sega
Ano: 1990
Como é: Michael Jackson usa suas magias para enfrentar mafiosos engravatados, delinqüentes pelas ruas, cães raivosos e até zumbis (Hell, yeah, bitch!). E para acabar com eles, nada melhor do que fazê-los dançar um pouquinho ao som de Beat It, Smooth Criminal, Billie Jean e outros grandes sucessos do agora finado rei do Pop.
Por que está aqui: Esse certamente jamais faltaria na lista de um fã de Michael Jackson como eu. Na época, este game juntou numa coisa só o meu prazer de jogar com o de escutar músicas do meu maior ídolo, o que para um garoto de oito anos, era quase uma mágica! Ouvir o Michael gritando “Who’s Bad” era demais! Mesmo através da baixa qualidade de som dos 16 bits.
6 – Quackshot
Plataformas: Mega Drive
Editora/Desenvolvedora: Sega
Ano: 1991
Como é: Pato Donald atirando desentupidores de pia em tudo e em todos, passando pelos quatro cantos do mundo, desde as geleiras polares até a fantasmagórica Transilvânia.
Por que está aqui: Porque nunca houve jogo de personagem da Disney melhor do que este. Mesmo o tal World of Illusion, que une no mesmo jogo o Donald e o Mickey, não chega aos pés da diversão que é atirar desentupidores nos inimigos com um Pato Donald bem maluquete (principalmente quando come pimenta e sai correndo e gritando). De fato, entre o Mickey e o Donald, sempre preferi o segundo. Assim como prefiro o Donatello ao Leonardo (Tartarugas Ninja), o Obelix ao Asterix, o Yoga ao Seya (Cavaleiros do Zodíaco) e também o Change Griffon ao Change Dragon (Changeman) ou, quem sabe, a Sega sobre a Nintendo.
5 – Sonic The Hedgehog
Plataformas: Master System, Mega Drive
Editora/Desenvolvedora: Sega
Ano: 1991
Como é: Sonic dispensa explicações, mas se é que existe alguém que nunca jogou, é assim: você é o porco espinho azul e super veloz, que tem que passar por cima de todos em seu caminho, colecionando anéis e derrotando diversas vezes seu maior inimigo Robotnik, até a tão esperada Final Zone. Sua missão, é claro, é salvar os outros animaizinhos capturados pelo seu algoz, entre eles porquinhos e coelhinhos fofos.
Por que está aqui: Por ter sido simplesmente uma febre infantil e implantado um esquema de jogo com velocidade surpreendente. Que me desculpe o Bruno e outros Nintendistas, mas devo dizer que Sonic é infinitamente superior a quaisquer dos jogos do pançudo Mario que foram lançados para Super Nintendo e, quando comparado então com os games do Nintendinho, o porco espinho dá uma surra de dar dó! Coitadinhos desses que gostam do gordinho bigodudo! Realmente sinto pena deles!
Só para realçar essa tal febre infantil supracitada, transcrevo aqui a conversa por telefone que tive com a mulher da locadora, na época do lançamento:
16 horas e 30 minutos de um dia indeterminado do final do ano de 1991 – O telefone toca.
Eu – Alô?
Mulher da Locadora – Alô, João Paulo?
Eu – Sim, é ele.
Mulher da Locadora – Olha, chegou aquele jogo que você e o seu irmão estavam esperando, o Sonic.
Eu – Chegou o Sonic!?
Meu irmão – Pergunta se dá pra reservar!
Eu – Dá pra reservar?
Mulher da Locadora – Então, eu tô te ligando porque só tenho um cartucho e só posso segurar pra vocês por alguns minutos. Alguém teria que vir buscar agora.
Eu – Tá bom então.
16 horas e 38 minutos de um dia indeterminado do final do ano de 1991 – Eu e meu irmão entramos na locadora, exaustos, depois de termos corrido o equivalente a 2 quarteirões [é que em Brasília não existe quarteirão, por isso o “equivalente”].
4 – Lunacy
Plataformas: Sega Saturn
Editora/Desenvolvedora: Atlus Co., Sega
Ano: 1997
Como é: Fred, o herói, é um cara que tem uma tatuagem na testa que não sabe como adquiriu. Ele acorda na prisão de uma cidade bizarra e melancólica, dominada pelo andrógino e maligno Lord Gordon. Para piorar, Fred não sabe praticamente nada sobre seu passado. A partir daí, o jogo em primeira pessoa é intercalado com pequenos trechos em terceira pessoa (feitos em computação gráfica mesmo) com diálogos que movem a história do game adiante.
Por que está aqui: O enredo desse jogo me encantou bastante com seu ar de mistério e pelo fato de parecer realmente um filme transformado em jogo e não o contrário, como as recentes adaptações cinematográficas de games. Levei alguns meses para terminá-lo e, mesmo assim, quando lembro dele nos dias de hoje, parece que foi um filme que assisti, porém interagindo no destino dos personagens, coisa que me fez gostar bastante de jogar determinados games por muito tempo, mesmo depois de conhecer o enredo por completo (como em Silent Hill, por exemplo, cuja menção honrosa já deixo registrada aqui mesmo).
3 – Pitfall
Plataformas: Atari
Editora/Desenvolvedora: Activision
Ano: 1985
Como é: Você é um explorador que tem que passar por rios com crocodilos, pular com cipós por aí ou, como segunda opção, tentar um caminho mais rápido, porém bem mais difícil, pulando um terrível escorpião branco.
Por que está aqui: Foi a primeira vez na vida que eu vi o que era um game e, depois que comecei a jogar, não parei mais até hoje. Foi uma paixão desde que descobri que podia jogar um game usando as mãos, Pitfall marcou uma infância ainda mais remota de minha existência do que os jogos supracitados e, pela diversão que me proporcionou na época em que eu ainda acreditava em Papai-Noel, merece o terceiro lugar.
2 – Goldeneye 007
Plataformas: Nintendo 64
Editora/Desenvolvedora: Nintendo
Ano: 1997
Como é: Você é Bond, James Bond. E tem missões muito legais e armas de todo o tipo para matar seus inimigos do jeito que quiser. Além disso, é em primeira pessoa, um modo que, para jogos de ação repletos de pistolas e metralhadoras como este, eu gosto bem mais do que em terceira pessoa. É muito legal chegar por trás de um soldadinho lerdo e poder escolher em qual parte do corpo dele você vai começar a meter bala.
Por que está aqui: O multiplayer no Nintendo 64, com a possibilidade de quatro jogadores simultâneos (o que rendia a velha piadinha entre os amigos de “quem quer jogar de quatro?”) foi a coisa mais divertida da época e marcou o final dos anos noventa, com certeza. Tudo bem, é um game da Nintendo e a ovelha negra de minha lista. Mas esse não podia mesmo ficar de fora.
1 – Shenmue (Parte 1 e Parte 2)
Plataformas: Dreamcast
Editora/Desenvolvedora: Sega
Ano: 1999
Como é: Uma obra-prima de Yu Suzuki (figurinha tarimbada da Sega, que criou jogos como Super Hang On e outros clássicos). Um game com a jogabilidade parecida com qualquer outro game em terceira pessoa, no estilo do GTA, porém com ambientação completamente diferente e os gráficos bem superiores. O enredo não é complicado, porém inesquecível. Sente só: depois do assassinato de seu pai pelo mafioso chinês Lan Di, o jovem Ryo Hazuki parte atrás de vingança. Sua jornada é longa, pois, do vilarejo japonês onde mora, o garoto descobre que deve ir até Hong Kong.
Por que está aqui: Foi o único motivo que me fez trocar o segundo colocado deste ranking, mais 12 outros cartuchos e meu Nintendo 64 (Sim, eu tive um desses, mas não espalhe, por favor!) pelo Dreamcast e ainda tive que completar com mais ou menos 300 dólares. O console se tornou o maior vexame da história dos aparelhos de videogame (batendo o Sega Saturn inclusive) e a Sega sofreu uma derrocada fenomenal, mas Shenmue valeu cada centavo. Foi e continua sendo um jogo incomparável, inesquecível e impecável. Além disso, foi o primeiro game que contou com um sistema inovador que simulava as condições do clima em tempo real. Que o Bruno me perdoe mais uma vez, mas a simulação de clima do seu adorado Zelda e a Ocarina do Tempo até foi legal, pois chovia de vez em quando naquele cabeçudo loiro enquanto ele corria atrás de galinhas e assustava cães. Mas não dá para comparar com Shenmue, entretanto. Aqui o esquema do clima foi o mais real que se podia chegar em um game de 1999. Concluindo, um game divertidíssimo, com uma história de peso que faz a ação crível e gráficos memoráveis. E só para registrar: não vendo meu Dreamcast e nem o trocaria por qualquer outro videogame da nova geração. Delfonautas, não insistam! Shenmue é um jogo para se ter a vida inteira.
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