Kinect

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Sim, meus caros! O DELFOS, sempre na vanguarda da tecnologia, já tem um Kinect – devidamente instalado em um Xbox 360, claro – e está aqui para lhe contar os prós e os contras deste aparato tecnológico que revolucionou (ou almejava revolucionar) o mundo dos games!

Se você planeja adquirir um Kinect, aproveite: este é o guia extraoficial definitivo sobre o aparelho!

PRÓS

Vamos começar pelo básico, o design. O visual do Kinect é muito bonito, e combina lindamente com o visual do Xbox 360 slim. Talvez não combine muito com o modelo antigo (especialmente o console de cor clara), mas se você possui o modelo slim, não se preocupe: eles foram feitos um para o outro.

Isso fica evidente até pelo modo de conexão do Kinect com o aparelho: embora o Kinect utilize uma entrada USB comum, o Xbox 360 slim é “Kinect ready” e possui uma porta especialmente feita para o periférico (há uma marcação alaranjada no cabo, e uma marcação alaranjada na entrada correspondente), dispensando a utilização de uma fonte de alimentação externa. O cabo possui cerca de 2,5 metros de comprimento, o que é o suficiente para você poder posicioná-lo em um lugar adequado da sua estante.

Quem tem o Xbox 360 fat e comprar um Kinect separado, vai perceber que ele vem acompanhado de sua própria fonte de alimentação. Isso deve ser um problema, afinal se a tomada for longe, você acabará tendo problemas para deixar o bichinho bem posicionado.

Kinect plugado, basta ligar o videogame e ele irá reconhecer o periférico e realizar as atualizações necessárias. Aí é só calibrar as câmeras do Kinect (o que é meio chato, falaremos sobre isso a seguir) e ele está pronto para ser usado! Simples assim!

Uma coisa muito legal é que você pode deixar o Kinect pronto para reconhecer o seu rosto. Desta maneira, assim que você ficar diante dele, ele irá te reconhecer, te dar as boas-vindas (sério!) e logar automaticamente o seu perfil no videogame.

A precisão não é perfeita, podendo rolar de ele se confundir caso você tenha um irmão gêmeo malvado haja muita gente no ambiente, mas no geral, isso funciona bem. Se você sair da frente do sensor (para dar a vez para outro jogador, por exemplo), e depois voltar, ele irá te reconhecer novamente, e em certos jogos irá resgatar o seu avatar, para você poder jogar com seu próprio “eu” (no caso, você) digital, e não com um boneco aleatório qualquer.

Outra coisa bacana é que, com a atualização da dashboard do Xbox 360, que rolou no início de dezembro passado, o menu principal do videogame ficou totalmente integrado ao Kinect. Basta dar um tchauzinho – essa é a maneira de tirar o Kinect do stand by – e pronto: você deixa o joystick de lado e pode navegar utilizando gestos e comandos de voz, o que é bem estiloso e faz você se sentir quase um Tom Cruise em Minority Report!

Muitos daqueles recursos legalzudos que vimos nos primeiros vídeos sobre o aparelho já existem de verdade: assistindo a um filme você pode dar comando do tipo “Kinect play” ou “Kinect pause” e ele realmente irá dar o play ou pausar seu vídeo como num passe de mágica! Que bruxaria é essa? (leia a frase anterior imaginando aquele característico meme da internet ao lado).

Imagine a cena: você conhece uma gatinha na balada e, utilizando o infalível Manual de Azaração Nerd do DELFOS, consegue levá-la para sua casa. Para criar um clima aconchegante, você pensa em botar um filme romântico de ação pra rolar. Quer maneira melhor, mais trüe e fantástica de fazer isso do que engrossando a voz para MANDAR o seu videogame fazer o que você quer?!

Ao ver tamanho exemplo de masculinidade e domínio sobre uma máquina, é bem provável que a gatinha se jogue aos seus pés e peça que você lhe dê uns tapas no traseiro, o que vai render uma noite de amor gostoso antes mesmo de você ter tempo de desligar o videogame.

Vale lembrar que a maioria dos comandos de voz deve ser dito em inglês, mas mesmo quem só arranha o idioma de Shakespeare poderá se virar, pois a maioria deles exige apenas uma palavra ou duas. O buscador da Microsoft – o Bing – também foi integrado ao menu do Xbox, de modo que você pode até mesmo fazer consultas na internet por meio de comandos de voz!

Mas, para mim, o maior ponto positivo do Kinect é sem dúvida o fato de que, com ele, pude abandonar os headphones! Não sei você, mas eu odeio utilizar hadphones. Sei lá se eu é que sou muito cabeçudo, mas além de não me deixar ouvir o jogo direito, os headphones “de arquinho” do Xbox 360 me machucavam as têmporas, o que era bem desagradável.

Com o Kinect, meus problemas acabaram: por possuir um microfone embutido, ele capta tudo o que eu falo enquanto jogo, e manda em tempo real para os demais jogadores. O que eles falam sai diretamente pela saída de áudio do seu game, seja ela um home theater ou os alto falantes da TV. Além disso, com o microfone bem calibrado ele filtra os sons do próprio jogo, então mesmo com o volume bem alto seu Kinect não deve gerar muito eco para os demais jogadores. Este recurso pode ser desabilitado, caso você prefira os bons e velhos hadphones.

CONTRAS

Segundo o sempre infalível DataDelfos, 98% dos usuários de Kinect apontam a falta de espaço como principal problema para utilizar o periférico. E isso é uma dolorosa verdade.

Para desfrutar do Kinect de maneira adequada, você precisa ter uma sala de tamanho equivalente a meio campo de futebol. Se quiser jogar com outra pessoa ao mesmo tempo, será necessário um campo de futebol inteiro de espaço, senão, nada feito.

Ok, no parágrafo acima eu exagerei um pouquinho. Na teoria, o Kinect precisa de cerca de 1,8 metros de espaço livre ao redor do jogador para funcionar. Mas isso é o mínimo, na prática, é melhor que você tenha pelo menos dois metros livres ao seu redor enquanto joga.

Para jogar com outra pessoa, pode alargar este espaço, pois são necessários pelo menos dois metros e meio de espaço livre, e mesmo assim, você e o seu player 2 inevitavelmente vão se trombar ou se estapear involuntariamente.

Ou seja, se você mora em uma quitinete apertada, em um bueiro ou em uma toca de hobbit, nem pense em comprar um Kinect! A altura também deve ser ajustada com carinho, para que o aparelho não corte os pés ou a cabeça de ninguém. Como isso está diretamente ligado à distância que o jogador fica do aparelho para ser enquadrado, se prepare para suar a camisa buscando o lugar ideal para colocar seu Kinect.

Aqui em casa, sempre que era para jogar em duas pessoas, eu tinha que (literalmente) colocar o sofá da sala na garagem. Não, isso não é uma piada. Já existem jogos que permitem até seis jogadores simultâneos (?!), mas para jogá-los creio que eu teria que derrubar a parede. Não, isso também não é uma piada. Felizmente, já inventaram um maravilhoso acessório que diminui um pouco estes problemas. Falarei sobre ele em breve.

Bom, mas suponhamos que você tenha uma ampla sala, bem arejada, com lareira, mesa de sinuca e um tapete de pele de urso. Ainda assim, deverá ser um ambiente bem iluminado. E esta iluminação deve preferencialmente ser artificial e constante, pois luz do sol e Kinect também não combinam.

Por fim, a calibragem do Kinect é um pouco pentelha, especialmente se você quiser “cadastrar” o seu rosto para que ele te reconheça. Não é nada de outro mundo, mas dá um pouco de trabalho e, novamente, dependendo do seu espaço, você vai ter que acabar trepando em sofás ou mesas para calibrar. Se mudar seu Kinect de lugar, o ideal é calibrá-lo de novo, então aquela busca pelo “lugar ideal” vai lhe render muitas, muitas calibradas em vão.

Outro fator que pode ser apontado como “contra” é a falta de jogos hardcore para o Kinect. O aparelho já completou seu primeiro ano, e até agora recebeu basicamente jogos casuais. Mas, falaremos mais sobre isso no próximo tópico, que é…

JOGANDO COM O KINECT

Já está bem claro para todo mundo que o Kinect não é um acessório hardcore. Sua falta de botões demanda que seus jogos sejam simples, intuitivos e, na maioria dos casos, casuais. Isso pode ser um problema para quem é trüe ao extremo, mas para quem, como eu, enxerga o videogame como uma ferramenta de diversão e entretenimento, cumpre bem seu papel.

O reconhecimento de movimentos é feito de maneira deveras competente, com um lag que, quando existe, é quase imperceptível. A maioria dos games que eu joguei utiliza movimentos amplos e lentos, mas mesmo em jogos que demandam movimentos rápidos e precisos – como o viciante Fruit Ninja Kinect, por exemplo – o resultado é excelente. Abaixo, falo um pouco sobre minha experiência com alguns games.

CHILD OF EDEN

Minha biblioteca de jogos para Kinect não é muito extensa, mas eu já encontrei títulos que utilizam o periférico de maneiras bem criativas. Como Child of Eden, por exemplo. Imagine um shooter on-rails, com uma tonelada de psicodelia, música eletrônica e luzes piscantes. Isto é a essência de Child of Eden. E mesmo curto e sem noção, ele é uma experiência realmente diferenciada no mundo dos games.

Você age como o antivírus do Eden, um belo mundo virtual psicodélico, e deve atirar em criaturas estranhas (os vírus) para purificar o lugar. O legal é que cada tiro que você dispara produz um som diferente, e esses sons, misturados com a música eletrônica (e as luzes piscantes) fazem com que você se sinta quase um maestro, acrescentando elementos em uma música que toma forma conforme você joga.

Por ser curto, eu não recomendo que você compre Child of Eden. Mas alugue-o e jogue por um final de semana, de mente aberta. Mesmo quem não gosta de música eletrônica vai perceber o quão divertido é interagir com ela neste jogo e, com um mínimo de conhecimento rítmico, você vai se pegar tentando acertar o timing dos seus tiros de maneira musicalmente harmoniosa. Child of Eden é, sem dúvida, uma experiência inovadora.

RISE OF NIGHTMARES

Rise of Nightmares, o primeiro jogo de terror para Kinect, é meio frustrante. Ele não é on rails, e exige que você movimente seu personagem de maneira bem pouco eficiente. Para andar, você deve colocar (e manter) uma perna para frente. Para olhar para os lados, não basta virar o pescoço, você deve mover todo o seu tronco para os lados. Por conta disso, comandos simples como abrir portas e acionar mecanismos se tornam deveras trabalhosos, visto que é bem difícil você alinhar seu personagem de maneira decente com o objeto em questão.

O que é uma pena, visto que o estilo sangrento do jogo remete a filmes tipo O Albergue e clássicos como The House of the Dead. A jogabilidade com o Kinect não funcionou muito bem. Talvez se fosse um game on rails seria melhor, pois o que realmente incomoda no jogo é justamente o ato de movimentar o personagem, e este é o princípio mais básico dos videogames desde que o primeiro Pong foi criado.

Acredite, a jogabilidade nem de longe é tão divertida quanto esses caras fazem parecer. Se ficar muito curioso, baixe a demo deste game, mas em hipótese alguma compre sem experimentar antes.

HAUNT

Haunt é um jogo menor que segue o mesmo estilo do game acima, mas apresenta um terror mais cartunesco, estilo Caça-Fantasmas, e utiliza uma mecânica mais eficiente. Para andar, você deve “marchar” sem sair do lugar. É patético, eu sei, mas funciona bem. No melhor estilo do escabroso Amnesia, seu personagem possui uma lanterna, então, para olhar para os lados, basta você mover o braço que segura a lanterna, e o ponto de vista (que é em primeira pessoa) seguirá o facho de luz da lanterna. Simples, funcional, e muito melhor do que ter que se mover feito o Robocop!

Aliás, Haunt utiliza muitas mecânicas criativas: certos tipos de inimigos soltam gritos que podem deixá-lo atordoado. Então, ao encontrá-los, você deve tampar os ouvidos. Em momentos particularmente tensos, sua lanterna vai começar a pifar, e você deverá sacudir o braço loucamente para que ela funcione. Abrir gavetas, portas, se esquivar de ataques, tudo é feito de maneira intuitiva e funcional.

Uma pena que o jogo não dá medo de verdade, mas seria muito bacana ver estas mecânicas criativas utilizadas em algo realmente assustador, como o já mencionado Amnesia. Considerando que Haunt é vendido na Live por apenas 10 dólares, fique com ele, e não com Rise of Nightmares.

KINECT SPORTS, ADVENTURES E AFINS

Os primeiros jogos da família Kinect, como Kinect Sports e Kinect Adventures são uma boa pedida para animar festas, churrascos e asilos. Os jogos servem basicamente para mostrar o potencial do Kinect, mas fazem isso de maneira geralmente satisfatória (com exceção do Kinect Joy Ride, que é péssimo).

Totalmente casuais e voltados para partidas multiplayer, os minigames e eventos destes jogos são pateticamente divertidos: em um deles, você está em uma gaiola de vidro no fundo do oceano e deve tapar buracos de vazamentos que os peixes fazem. Em outro, está em um carrinho de mina e deve desviar de obstáculos enquanto coleta moedas. O Kinect Sports, por sua vez, traz diversas modalidades esportivas adaptadas para o sensor de movimento de maneira deveras divertida.

Tudo isso é muito casual, os comandos simples e intuitivos fazem com que qualquer pessoa entre na frente do sensor e jogue sem medo. Essa ideia de diversão sem compromisso é muito divertida (com mais pessoas, claro), e o fato destes jogos baterem fotos dos momentos mais ridículos deixa a coisa ainda mais divertida. Acompanhados de pizza, álcool e bons amigos, há muita diversão aqui.

HAPPY ACTION THEATER

Quem diria, até o mestre Tim Schafer aderiu aos mini-games casuais para Kinect! Aliás, chamar seu Happy Action Theater de jogo não é muito justo: o bagulho parece mais uma coletânea de aplicativos, que não são necessariamente jogados. Não há placar, nem número de vidas, nem energia, nem nada. Apenas um cenário colorido e alguma situação aleatória que demanda uma interação intuitiva e automática com o que é mostrado na tela.

Em um destes aplicativos, agitar os braços faz com que joguemos sementes virtuais pelo ambiente. Aí cai a chuva, e o seu cômodo vira um jardim florido. Em outra fase, um rio de lava escaldante inunda sua sala, e ela se move e espirra de maneira incrivelmente realista quando você pula ou submerge nela.

Outro aplicativo bem interessante é praticamente um sonho nerd, pois coloca uma mini cidade ao seu redor, tranformando-o em um monstro gigante no melhor estilo Godzilla, livre para destruir tudo da maneira que preferir. Rola até uma foto de primeira página de jornal, tudo em preto e branco, como se fosse de fato um filme velho de monstros.

Temos ainda variações de jogos clássicos como Arkanoid e Space Invaders, onde você se torna a raquete/nave e deve se mover para os lados para rebater a bola/atacar as naves inimigas. São mini-games extremamente simples, mas que funcionam muito bem e casam perfeitamente com esta ideia de acessibilidade imediata do Kinect. Considerando que são quase 20 mini-games por apenas 10 dólares, o negócio vale a pena.

HOLE IN THE WALL

Sabe aquela brincadeira do Faustão em que uma parede vai chegando e, para não cair na água, o participante deve fazer a posição que está recortada na parede? Hole in the Wall é exatamente isso, mas sem a água e sem o Faustão e, portanto, melhor!

O jogo é simples e até meio bobinho, mas ele se encaixa na mesma categoria do Kinect Adventures e seus derivados: consegue divertir bastante caso você esteja dando uma festa, um churrasco, ou qualquer coisa que envolva amigos e álcool.

Mais um jogo de 10 dólares vendido digitalmente que pode valer o investimento, desde que você tenha com quem jogar. Aliás, você já deve ter reparado que a maioria dos jogos que eu tenho são os vendidos digitalmente por um precinho camarada, né? =D

KINECT FUN LABS

Este não é um jogo propriamente dito, mas uma série de aplicativos que a Microsoft desenvolve para mostrar novas e criativas maneiras de usar o Kinect. O lado bom é que vários destes aplicativos são gratuitos. O lado ruim é que a maioria deles são bobinhos.

Com o Kinect Fun Labs você pode, por exemplo, fazer um objeto qualquer virar um boneco animado e saltitante (com os apps Googly Eyes e Build a Buddy), ou organizar uma luta de tranqueiras animadas com o Junk Fu.

Você pode ainda fazer uma Air Band no aplicativo homônimo, que projeta guitarras, baterias e teclados de neón enquanto você simula os movimentos no ar. Temos ainda o nostálgico Musical Feet, que projeta um piano gigante para ser tocado com os pés, no melhor estilo do filme Quero Ser Grande. Já o Sparklers tira uma fotografia pseudo-3D do seu ambiente e permite que você desenhe sobre a foto com faíscas coloridas.

Nem todos os aplicativos aqui mencionados são gratuitos. Todos são meio bobinhos e rapidamente enjoativos. Mas, considerando que boa parte deles é de graça e serve para demonstrar o potencial do Kinect, pode ser uma boa pedida para testar o brinquedo. Trüe mesmo é o trailer do bagulho, que conta com a presença de ninguém menos que o Dr. Emmet Brown em pessoa, olha só:

FRUIT NINJA KINECT

Se você tiver apenas 10 dólares na carteira e precisar escolher apenas um jogo de Kinect, fique com Fruit Ninja Kinect. Absurdamente divertido e viciante, o game é essencialmente igual ao Fruit Ninja de iPhones e iPads, mas ao invés de cortar frutas deslizando o dedo em uma telinha touchscreen, você as corta com movimentos ninjas com os braços.

E o jogo é basicamente isso: cortar frutas. Mas cortar frutas neste jogo é muito divertido! Os diferentes modos de jogo (com frutas especiais e bombas), novos tipos de “lâminas” destraváveis e outros conteúdos extras fazem deste um jogo que realmente vale cada centavo dos 10 dólares que custa. Aliás, vale muito mais a pena do que um Rise of Nightmares de 50 dólares!

Na real, até o trailer deste jogo é tão legal que valeria uns 10 dólares, olha só:

Integrado às leaderboards da Live, Fruit Ninja Kinect oferece um desafio constante, pois você pode acompanhar o placar dos seus amigos e tentar superá-los, o que cria uma disputa hardcore em um game puramente casual. Há ainda um modo para dois jogadores simultêneos, que pode ser tanto cooperativo quanto competitivo e também é muito legal. Mesmo já sendo antiguinho, este é sem dúvida, o melhor custo-benefício do Kinect até agora.

ZOOM

Conforme eu disse lá no início deste texto, já existe um acessório – que não é oficial da Microsoft – que ajuda a reduzir os problemas de espaço do Kinect. Este acessório é o Zoom, produzido pela Nyko.

Não espere nada super tecnológico: o Zoom é basicamente um conjunto de lentes grande angulares que se encaixam como uma luva no Kinect, ampliando consideravelmente seu campo de visão para todos os lados.

Como todas as lentes grande angulares, ela acaba apresentando alguns efeitos colaterais: para diminuir o espaço de jogo ela “achata” o ambiente, além de deixar as bordas distorcidas. Mas, como nosso foco é jogar e não tirar fotos, neste ponto, o Zoom funciona muito bem!

Há uma diminuição significativa – segundo a fabricante, cerca de 40% – no espaço necessário para jogar, tanto sozinho como em duplas. Isso é ótimo para quem tem pouco espaço e, na maioria dos games que demandam gestos amplos, o Kinect funciona que é uma maravilha, apenas perdendo um pouco de nitidez nas bordas das fotos, ou em jogos que “filmam” o seu ambiente e o colocam na tela. Mas ei, que se dane a nitidez, pois agora você pode jogar sem fazer toda aquela ginástica para arredar os móveis!

Porém, em um jogo mais rápido como Fruit Ninja Kinect, o Zoom interferiu negativamente na jogabilidade. É como se o Kinect perdesse um pouco de sua rapidez na captura dos movimentos: os cortes saem imprecisos, e vez ou outra ele simplesmente perde sua mão de vista. A silhueta do jogador (que fica ao fundo da tela) também fica meio bugada, com as bordas deformadas e inconstantes.

Mas é aquilo, dos jogos que eu tenho aqui, foi apenas em Fruit Ninja que eu constatei problemas que comprometem a jogabilidade. Todos os demais – que estão listados acima – funcionaram muito bem, e o simples fato de eu não precisar mais ficar arrastando o sofá sempre que quero usar o Kinect já é uma mão na roda. Em minha opinião, valeu os 25 dólares que me custou. Por ser fácil de “instalar”, na hora de jogar Fruit Ninja eu simplesmente tiro o Zoom, recalibro o Kinect e pronto.

CONCLUSÃO

Mas afinal, o Kinect vale a pena? Sim, especialmente se você possui amigos bêbados que costumam jogar com você. Se você já tem filhos, o Kinect é praticamente obrigatório, pois oferece diversão rápida e de fácil acesso para crianças de todas as idades, e já existem vários jogos voltados para os pimpolhos, até mesmo alguns da Disney.

Se você é um gamer trüe e preguiçoso que só joga sozinho aqueles games hardcore que te deixam gordo e sedentário, provavelmente não vai curtir o periférico. Ele é um acessório voltado para a diversão, mas você precisa chamar os amigos e “entrar no clima”, coisa que muitos gamers trüe não têm coragem e/ou empenho para fazer.

Talvez eu mesmo não comprasse um Kinect avulso. Tenho o meu porque troquei meu Xbox fat por um slim, e o preço dele com o Kinect valia a pena. Mas, depois das primeiras partidas com os amigos, percebi que foi um bom investimento. Até os jogos single player, como Haunt e Child of Eden se mostraram divertidos e criativos.

A ideia do Kinect não é necessariamente ser um acessório para jogarmos videogame. Para isso, ainda prefiro o bom e velho (e insuperável) joystick. A grande sacada do Kinect é fazer com que gamers e não-gamers se divirtam com videogames de maneira rápida e acessível. E isso, meu caro, ele faz muito bem!

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