No caminho para esta cabine, fui pensando com meus botões: ou este é o primeiro filme bom com o Owen Wilson no elenco que eu vejo, ou é o primeiro filme ruim dirigido pelo Woody Allen a que assisti. Obviamente, estava torcendo para ser a primeira opção. E era.
Owen Wilson é um roteirista de cinema trabalhando no seu primeiro livro. Ele está atualmente em Paris com sua noiva e é apaixonado pela cidade, especialmente pelo que ela foi nos anos 20, quando grandes nomes da arte moravam e produziam por ali.
Mas Paris não é apenas a cidade mais romantizada da história, ela é também mágica. E assim, nosso novo escritor favorito será magicamente transportado, toda meia-noite, à época que considera a era de ouro da arte. No passado, vai conhecer seus ídolos, viver altas confusões e, claro, ter um insight sobre a sua vida em 2010.
E os ídolos que ele vai conhecer não são bolinho. Hemingway, Dalí, Buñuel e tantos outros nomes importantíssimos para a história da arte. Todas as formas de arte são representadas e algumas dessas cenas são engraçadíssimas (a do Dalí, em especial, é hilária).
O único problema é o final, onde senti que faltou um desenvolvimento. A última cena é legal, mas as coisas que levam a ela parecem meio corridas. Só por causa disso mesmo é que não leva o Selo, porque de resto é tudo para lá de excelente.
Meia Noite em Paris é um filme com cara de antigo, e não me refiro apenas ao visual. É um filme com o objetivo tradicional do cinema, aquele de nos levar para um mundo mágico, de realizar nossos sonhos. E consegue fazer isso, e mais.