Zumbilândia

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Alfredo, Alfredo de la Mancha, Delfos, Mascote, Alfred%23U00e3o, Delfianos

Esse era um dos filmes mais aguardados por mim ano passado. Pro meu desespero, sua estreia acabou adiada para esse começo de 2010, mas até que valeu a pena esperar (e sem recorrer à Argentina), afinal, Zumbilândia trata de um dos meus temas favoritos: zumbis. Vai falar que você não sacou pelo título?

Pois já que passamos pela introdução, vamos à sinopse: Columbus (Jesse Eisenberg) é um nerd medroso que sobrevive nos EUA arrasado por uma epidemia de mortos-vivos graças a um conjunto de regras simples criado por ele mesmo. Um belo dia, ele encontra Tallahassee (Woody Harrelson, impagável), que vaga pelas estradas fazendo basicamente três coisas: matando zumbis (ele é ótimo nisso), destruindo objetos para aliviar a tensão e procurando um twinkie (uma espécie de bolinho recheado).

Columbus pega uma carona com o sujeito e logo eles conhecem duas irmãs golpistas (sendo que uma delas é a Pequena Miss Sunshine) e esses quatro não demoram muito a virar uma inseparável turminha do barulho em busca de um lugar tranquilo, de preferência onde ninguém tente comer seus miolos.

Zumbilândia, diferente da grande maioria dos filmes Z, não possui nenhuma vontade de passar algum comentário social, e foca única e exclusivamente na diversão, aliando comédia e ação gore em iguais proporções. E essa despretensão é justamente o que o torna um ótimo filme.

As regras de Columbus são ótimas e fazem todo o sentido. Eu realmente agora me sinto melhor preparado para quando o Dia Z chegar. E toda vez que ele apresenta uma delas acontece alguma coisa engraçada.

Woody Harrelson tem sempre uma frase engraçadinha e toda vez que despacha um morto-vivo o faz com estilo. E há ainda uma grande homenagem a um clássico dos desenhos animados. Quando você assistir saberá na hora do que estou falando.

Para completar, a participação especial de Bill Murray é desde já lendária. Se você gosta do cara (e também dos Caça-Fantasmas), prepara-se para rir até chorar. Vale ainda mencionar o clímax, passado em um parque de diversões, que lembra muito uma versão em live action de House of the Dead. E, só pra deixar claro, me refiro ao game, não àquela coisa perpetrada por Uwe Boll que ele teve a pachorra de chamar de filme.

Eu realmente me diverti bastante durante a exibição e dei várias risadas, mas então você quer saber por que o Selo Delfiano Supremo não se encontra presente? Bem, é simples: apesar de ser um ótimo filme, dois fatores evitam que seja excelente.

O primeiro, e sem dúvida o mais decisivo, é que ele não apresenta absolutamente nada de novo em termos de história. Ele tem grandes sacadas, como as regras de Columbus e o lance do Bill Murray, mas em termos de narrativa, todas as situações mostradas aqui os iniciados já devem ter visto de forma igual ou bastante semelhante em outros trabalhos do gênero. Claro, ele requenta bem essas situações, mas poderia ao menos tentar mostrar algo inédito para completar o pacote.

O outro fator não é tão grave assim e pode ser até visto como implicância minha. É que, embora a película seja bastante engraçada, fica bem claro que poderia ser ainda mais hilária. Tinha potencial, mas não foi aproveitado plenamente, ou ao menos essa foi a sensação que tive enquanto assistia, do tipo “ei, cabia uma piada ali também”.

Tirando isso, Zumbilândia ainda é um programão para apreciadores de filmes de zumbis e comédia em geral. E nada melhor que começar um novo ano (essa é a primeira resenha que escrevo em 2010) na companhia de mortos-vivos, não acha?

Nota do Corrales: Além do texto, a gente pretendia publicar um videoreview para esse filme. Porém, rolou uns problemas fortes de sincronia que o editor Homero não conseguiu resolver a tempo. Assim, decidimos adiar a publicação do vídeo. Acreditamos que é melhor publicar algo decente mais tarde do que algo que a gente sabe que não está bom o suficiente agora. Se tudo der certo, semana que vem estaremos com o vídeo pronto e operante. Mantenha-se delfonado.