Quando um filme que não é muito alardeado tem um elenco tremendão, podemos presumir que o pessoal participou dele por ter achado o roteiro interessante, não por um salário polpudo. Esse provavelmente é o caso de Xeque-Mate, um bem-humorado thriller sobre o crime organizado que tem participações de Morgan Freeman, Bruce Willis, Lucy Liu, Ben Kingsley, Josh Hartnett, Danny Aielo e Stanley Tucci.
Tudo começa quando Slevin (Hartnett) vai passar uns dias na casa do amigo Nick Fisher. Mal o cara teve tempo de trocar de roupa é já e levado de toalha para ver o Chefe (Freeman). Quem é o Chefe, você pergunta? É o cara para quem os capangas contratados que capturaram o protagonista trabalham, ora. Claro, o Chefe não queria Slevin, mas Nick. Agora você já tentou convencer um chefão do crime que você não é a pessoa que ele está procurando? Acredite, é difícil. Assim que volta para casa, Slevin é novamente capturado e levado para ver outro carinha, o Rabino (Kingsley). E está armada a confusão, lá está o pobre Slevin no meio da guerra entre dois chefões do crime. E nós, é claro, acompanhamos a sua história. E rimos muito enquanto isso.
Boa parte do humor está nos diálogos afiados. Não quero estragar a diversão do delfonauta, então vou apenas citar um exemplo que está no trailer: o Chefe conta para o Slevin sobre o Rabino e este pergunta por que o chamam de Rabino? O Chefe encara seu prisioneiro de forma assustadora e responde: “Porque ele é rabino”. E de diálogos assim, o filme está cheio.
Conforme o clímax se aproxima, no entanto, o lado comédia vai dando lugar a um thriller bem envolvente, com direito até a final surpresa. A qualidade, que é o que importa, continua bem alta.
Xeque-Mate é uma surpresa. É um daqueles filmes que deve ficar bem pouco tempo no cinema e que poucas pessoas vão assistir, mas eu recomendo que você seja uma delas. E não estranhe se Xeque-Mate estiver na minha lista de melhores do ano.