Within Temptation em São Paulo (30/11/2014)

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Tem um vídeo no youtube onde o Dave Grohl elogia o show do Within Temptation. A banda também ganhou o prêmio de melhor show do ano pela revista Metal Hammer. Ou seja, existia uma expectativa de uma boa apresentação dos holandeses.

O que sempre admirei no Within Temptation é a capacidade deles se renovarem. A cada disco deles é notória a mudança na sonoridade. Do começo calcado no metal sinfônico até a participação do rapper Xzibit no último disco, eles sempre procuraram inovar. Acredito que essa versatilidade proporciona um show dinâmico como pode ser visto no excelente DVD Black Symphony.

O local do show era o Audio Club. Nunca tinha ido para lá. Na verdade, nem sabia que existia. Entre os pontos positivos da casa de shows está a quantidade de estacionamentos por preços acessíveis e sua acústica. Estacionei em um local próximo ao show e paguei R$ 10,00. Entre os negativos, achei o local acanhado. Parecia ser um local para shows de pagode. E isso não é bom. Pagode nunca é bom. Outro ponto é a visibilidade do palco. Percebi que muitas pessoas não tinham estatura para enxergá-lo. Eu, com 1,88m, tive que em vários momentos ficar nas pontas dos pés para visualizar a banda. Mas vamos ao show.

Tudo começou com a ótima Paradise (What About Us) do último disco, Hydra. Na sua versão original, a música conta com participação da Tarja Turunen. E nos momentos da participação da ex-Nightwish, era colocada uma gravação e a musa dos headbangers aparecia no telão. Isso aconteceu com várias músicas nas quais a versão original tinha alguma participação especial. Foram quatro no total: What About Us, And We Run, Dangerous e What Have You Done. Todas elas ficaram muito boas sendo executadas dessa maneira. E essa qualidade se repetiu em todas as músicas. A única coisa que tenho a reclamar do set list foi a quantidade de músicas do último disco. No total de 20 músicas, 8 foram do Hydra. Acho que poderiam limar umas duas músicas dele e acrescentar alguns clássicos que ficaram de fora, como Frozen e Somewhere. Destaco a versão energética de Summertime Sadness da Lana Del Rey, a bela versão acustica de Sinead e a pesada Stand My Ground.

Algo perceptível ao vivo é que as músicas soam bem mais pesadas. O teclado dá espaço ao peso das guitarras. E isso é muito bom! Uma que mais mudou nesse sentido foi a Tell Me Why. Ficou muito pesada! Outras que também ganharam um peso extra foram In The Midlle Of The Night, Hand Of Sorrow e Silver Moonlight.

Com exceção ao baixista Jeroen Van Veen, toda a banda foi muito ativa e parecia feliz em estar se apresentando. A atuação do baixista foi muito estranha. Sinceramente, nunca reparei nele nos DVDs da banda, mas foi bizarro. O cara parecia que estava na fila do exame de colonoscopia ou prestes a assistir a algum filme da saga Crepúsculo. Em compensação, Sharon den Adel foi sensacional. Tão sensacional que merece um parágrafo à parte.

Em resumo, a banda é a Sharon. Foi uma das melhores performances de um/uma vocalista que já presenciei. Ela tem uma performance completa. Bate cabeça, dança, interage e canta. E como canta! Sua qualidade vocal ao vivo é impressionante, dando a impressão que estamos ouvindo o CD. Em músicas como The Promise, o público parecia não acreditar como ela conseguia cantar com tanta perfeição uma música de tom tão alto e gravada 14 anos atrás. Nas músicas lentas como Edge Of The World ou a versão acústica de Sinead, a voz dela tem um destaque ainda maior, o que proporcionou um grandes momentos nos shows. Não é à toa que ela a cada dia que passa se torna uma referência no estilo.

Quem esperava a produção presente no já citado DVD da banda pode ter se decepcionado. Era um telão reproduzindo alguns clipes e nada mais. Eu pessoalmente não achei que isso prejudicou a qualidade do show. Entendo que muitas bandas trazem uma apresentação mais simples em países distantes para baratear o custo. No caso do Within Temptation, o mais importante era a música. E nesse quesito eles foram perfeitos!

Em quase duas horas de show, entendi a quantidade de elogios que a banda recebe por suas performances ao vivo. Como a própria Sharon disse, passou rápido. Num piscar de olhos estava tocando a última música, Ice Queen. E como dizem: tudo que é bom passa rápido. Ficou a vontade de assisti-los novamente.