Wallace & Gromit – A Batalha dos Vegetais

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Para divulgar este filme, a distribuidora UIP inventou um campeonato que refletiria o próprio concurso que acontece na história. Era o seguinte: presentearam cada jornalista com algumas sementes de diversos vegetais. Aquele que levasse nesta sessão o maior vegetal, ganharia um brinde. “Isso vai ser engraçado”, pensei com meus botões. Infelizmente, os jornalistas chatos (onde infelizmente me incluo), não entraram no clima e, ao contrário do que todos esperavam, não tínhamos vegetais gigantes povoando o cinema. Mas o que conta aqui é o filme, né? Então, o filme foi minha segunda decepção. Vamos começar com a tradicional sinopse da história.

Wallace é um cara e Gromit é um cachorro sem boca. É, sem boca. Tipo o Snoopy em alguns momentos. Cachorros sem boca são legais. Wallace, por outro lado, é bem chatinho. Quase todas as piadas são protagonizadas por Gromit e pela grande quantidade de coelhinhos presentes no filme. Sim, coelhinhos também são legais. Em tempo, girafas e hipopótamos também são legais, mas estes não têm nada a ver com a história. Juntos, Wallace & Gromit formam um time de anti-pragas humanitário, ou seja, eles apenas capturam os coelhinhos que invadem as fazendas, sem machucá-los. Acontece que, dessa vez, não são apenas coelhinhos fofos e inocentes que estão comendo os vegetais, mas algo muito pior: o temível Coelhosomem, quase tão fofo e inocente quanto suas mini-contrapartes.

O visual do filme é tremendão. Utilizando a inexplicavelmente pouco usada técnica de animação por massinha, fica difícil colocar defeitos nessa área (com exceção da movimentação, que não está tão suave quanto poderia). Agora o design dos personagens é um dos melhores vistos na história recente da animação. Quase todos tiram sorrisos apenas de olhar para eles. Até mesmo os coelhinhos são todos diferentes e um mais engraçado que o outro.

As piadas seguem a fórmula tradicional utilizada em animação: repleta de nonsense, referências à cultura Pop e metalinguagem, mas não chega a ser tão engraçado quanto os filmes da Pixar, por exemplo. E é aí que reside o principal defeito. A história bobinha não se sustenta por si só e as piadas não são tão engraçadas a ponto de dispensar a história. É tudo um pouco infantil demais, parecendo os desenhos menos inspirados da época negra da Disney. No fim, o filme que nem é longo, parece durar mais do que o necessário.

Veredicto: olha, não é ruim, é engraçado, bonitinho e tal, mas acho que não deve agradar à maior parte das pessoas com mais de 12 anos. Se você gostou de Fuga das Galinhas, pode valer a pena tentar. Vai lá e depois volta aqui e conta para nós o que achou.

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